Família de Nazaré: Meu pequeno ditador

Meu pequeno ditador

Entre os 18 e 24 meses, percebemos a agressividade surgir em nossas crianças. Minha mulher me passou o texto abaixo, e compartilho com vocês. Desde cedo, devemos orientá-los no autodomínio, condição para a vivência do amor.

Você pode não acreditar, mas as "brigas" são fundamentais para o amadurecimento emocional da criança. Calma, não estamos falando daquelas em que todos saem física e psicologicamente machucados. E sim daquelas que acontecem como uma atitude de defesa, como uma maneira de diminuir a fonte do perigo ou a ameaça exterior. "A agressividade está em todo ser humano. Não é só bater, ela pode ser uma proteção à vida, uma questão de sobrevivência, uma defesa ao meio ambiente", explica a médica psicanalista Mary Lise Moysés, professora da Unifesp. Quer dizer, é nas disputas pelos brinquedos, pelo primeiro lugar na fila, nas brincadeiras que seu filho vai aprender a conquistar seu espaço. "Uma criança apática, que não luta por nada, terá problemas no futuro".

Quando a agressividade é um perigo?

É lógico que você não pode permitir que seu filho saia por aí batendo em todos. Ele precisa saber que o comportamento agressivo, quando acontece por um motivo sem explicação, é inaceitável. Mostre que há outras maneiras de expressar ressentimento.

"O perigo é quando a criança tem um comportamento agressivo e anti-social nos diferentes ambientes que freqüenta: escola, clubes, reuniões com os colegas. Muitas vezes passa a ser mal vista porque bate em todo mundo, quando usa a agressividade de um jeito perverso. Nesse caso, é preciso a análise de um profissional para saber o motivo desse comportamento", explica a Dra. Mary Lise.

A médica ressalta que a agressividade está ligada ao ambiente, ao convívio familiar da criança.

"As brigas constantes, o modo como o pai trata a mãe, e vice-versa, podem influenciar na maneira como a criança irá agir fora de casa. Pais que ensinam seus filhos a dar pontapés e joelhadas também estimulam o comportamento agressivo sem propósito", completa a médica.

Meninos e meninas expressam a agressividade de um modo geral de maneiras diferentes. Os garotos usam mãos, pés. Já as garotas são muito mais verbais. Quem nunca ouviu uma dizer para a outra: "Seu vestido é feio" ou "Você está muito chata hoje"?

Existe agressividade em bebês?

A raiva é uma das principais emoções reconhecidas em adultos e crianças maiores, mesmo em culturas muito primitivas. Mas ela existe em bebês? Será que podemos dizer que eles são agressivos?

Muitas pesquisas foram feitas a esse respeito. "Ao observar o comportamento e expressões faciais 'agressivas' ou 'enraivecidas' dos pequenos, percebemos que são movimentos e posturas do mesmo tipo que notamos nos adultos. A partir de expressões faciais dos bebês que lembram as dos adultos com raiva, conclui-se que este sentimento existe nos bebês", argumenta a psicanalista.

Esse sentimento pode ser percebido a partir dos três meses, fase em que alguns pesquisadores associam a qualidade do choro ou da vocalização e postura, os movimentos e a expressão com a raiva.

Portanto, preste atenção: o choro e a manha são maneiras de o seu bebê mostrar que alguma coisa está incomodando-o.

Consultoria: Dra. Mary Lise Moysés Silveira, médica psicanalista professora-adjunta do departamento de Pediatria, responsável pelo Setor de Saúde Mental - UNIFESP.

Fonte: Johnson & Johnson

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