Família de Nazaré: Como falar de dinheiro para os filhos

Como falar de dinheiro para os filhos

Quando penso nos gastos domésticos, costumam vir à minha mente duas palavras: temperança e sabedoria.

A temperança é uma das virtudes cardeais ensinadas pela Igreja Católica. Significa equilíbrio, ponderação, sobriedade, senhorio sobre si mesmo. É fácil compreender a vinculação entre a sobriedade e o uso do dinheiro, especialmente em ambientes nos quais o consumismo é desenfreado e em que a propaganda nos convida a comprar por impulso.

A sabedoria é apresentada como um dom do Espírito Santo que nos permite ir ao essencial das coisas, a ver o seu significado. Quando sentimos o desejo de comprar algo, por exemplo, é a sabedoria que nos ajuda a entender o motivo pelo qual surge em nós tal desejo, se a mercadoria é de fato um "bem".

São disposições interiores que precisamos ensinar aos nossos filhos. Que responsabilidade!, pois isso significa praticá-las antes.

O texto abaixo foi retirado do Infomoney e talvez seja útil para lidar com essa questão com os filhos:

Mesmo que você não se sinta confortável para falar com seus filhos sobre dinheiro, eventualmente eles vão aprender muito sobre gestão financeira simplesmente observando aquilo que você, enquanto pai ou mãe, faz.

Esse, na verdade, é o segredo do sucesso na educação financeira dos seus filhos.

Do ponto de vista de uma criança, os principais tópicos da educação financeira são: renda, gastos e poupança. Abaixo discutimos algumas formas de abordá-los com o seu filho.

Renda: dinheiro não nasce nas árvores

A frase pode até soar como um clichê, mas dá uma boa idéia de um obstáculo comum na educação financeira de crianças: o fato de que elas não sabem de onde vem o dinheiro que seus pais usam para pagar as compras.

A criança não precisa de detalhes sobre o quanto o pai e a mãe recebem, até porque ainda não têm uma noção exata do que isso significa no mundo real. Independente do seu nível de renda, uma mensagem importante que os pais podem passar aos filhos é que, para obter a maior satisfação com a renda recebida, é importante equilibrar gastos conscientes com poupança.
Gastos: querer não é poder

Por mais que seus filhos estejam acostumados com o fato que você trabalha, entender que você recebe para (ao menos nos olhos da criança) ficar longe dela, é um conceito difícil para muitas crianças assimilarem.

Além disso, trata-se de um conceito abstrato, enquanto o conceito de gasto é real. A criança entende que o dinheiro foi usado na compra do refrigerante, do brinquedo, da roupa etc. O grande problema é que o ato de gastar também parece mais simples. Afinal, do ponto de vista de uma criança, basta ir à "máquina de fazer dinheiro" ou ter um "cartão", que você pode comprar o que quiser.

Portanto, com relação aos gastos, existem duas lições que seu filho precisa aprender. A mais importante é que "não se pode ter tudo o que quer, quando quer: é preciso fazer escolhas!", a outra é que "querer não é sinônimo de precisar". Entender que existem limites para o que "queremos" é um passo importante na educação financeira do seu filho.

Poupar: fazendo escolhas difíceis

Aliás, o próprio conceito de poupança se baseia no princípio de escolha. Poupar nada mais é do que escolher entre gastar hoje ou no futuro. Porém, como para a maioria dos adultos, esse não é um conceito que as crianças gostam: afinal, por que abrir mão do prazer da satisfação imediata?

Para as crianças que já recebem mesada, uma forma de discutir a importância de se poupar é deixar que elas sejam forçadas a decidir o que fazer com o dinheiro. Vejamos, por exemplo, uma situação em que a criança quer um brinquedo que excede o valor da sua mesada.

Sugerir a poupança como alternativa pode ser a forma de fazê-la entender as vantagens de poupar. Mas, antes disso, faça-a refletir se aquilo que quer é realmente necessário. Essa é uma lição importante! Afinal, todos nós, crianças ou adultos, tomamos decisões distintas para o uso do nosso dinheiro dependendo se ele sai, ou não, do nosso bolso.


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