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31 maio 2007

CNJ: Uso de símbolos religiosos não fere laicidade do Estado

Em fevereiro deste ano, o blog Família de Nazaré trouxe para você uma matéria sobre a campanha para se retirar crucifixos e demais símbolos religiosos dos espaços públicos. Aqueles que pensam que têm o direito de decidir pela maioria (católica) do povo brasileiro haviam proposto pedidos de providência ao Conselho Nacional de Justiça, órgão do Poder Judiciário que controla a sua atuação administrativa e financeira, bem como o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.

Pois bem. Neste dia 29, foram julgados quatro pedidos de providência sobre o assunto dos símbolos religiosos. E o CNJ decidiu que tais símbolos não ferem a laicidade do Estado. Veja a notícia do site oficial do CNJ.

Embora ainda falte o voto do Relator, a decisão já está tomada porque o art. 24 do Regimento Interno do Conselho dispõe que suas decisões são tomadas pela maioria simples dos Conselheiros presentes, e todos os que votaram foram unânimes em afirmar a possibilidade do uso de símbolos religiosos nas repartições do Poder Judiciário.

O assunto também foi ventilado pelo importante jurista Ives Gandra Martins, em artigo publicado no JB On Line. Ele lembra que, no preâmbulo, a nossa Constituição invoca o nome de Deus, e arremata:

"Estado laico" não significa que aquele que não acredita em Deus tenha direito de impor sua maneira de ser, de opinar e de defender a democracia. Não significa, também, que a democracia só possa ser constituída por cidadãos agnósticos ou ateus. Não podem, ateus e agnósticos, defender a tese de que a verdade está com eles e, sempre que qualquer cidadão, que acredita em Deus, se manifeste sobre temas essenciais - como, por exemplo, direito à vida, eutanásia, família - sustentar que sua opinião não deve ser levada em conta, porque é inspirada por motivos religiosos. A recíproca, no mínimo, deveria ser também considerada, por tal lógica conveniente e conivente, e desqualificada a opinião de agentes ateus e agnósticos, precisamente porque seus argumentos são inspirados em sentimentos anti-Deus.

Numa democracia, todos têm o direito de opinar, os que acreditam em Deus e os que não acreditam. Mas, na democracia brasileira, foram os representantes do povo, reunidos numa Assembléia Constituinte considerada originária, que definiram que todo o ordenamento jurídico nacional, toda a Constituição, todas as leis brasileiras devem ser veiculadas "sob a proteção de Deus", não podendo, pois, violar princípios éticos da pessoa humana e da família.

Devemos, realmente, estar atentos a esses movimentos que negam que a religião (da imensa maioria do povo brasileiro) possa inspirar a vida pública.

E por falar nisso...

Continuo convidando os leitores a votarem no Cristo Redentor, para que haja a presença de um símbolo religioso entre as novas sete maravilhas do mundo. Sobre isso, leia essa outra matéria.

30 maio 2007

Manias e caprichos na alimentação das crianças

Encontrei a matéria abaixo num site sobre nutrição. A alimentação é uma das maiores preocupações dos pais. Sei disso porque nosso filho, que hoje tem 1 ano e 7 meses, passa pela fase de recusar alimentos. Já percebi que se ele eventualmente não almoça, ou almoça pouco, não precisamos nos preocupar, porque acaba jantando bem. É preciso respeitar esses ritmos, desde que não sejam sinais de alguma doença.

Para superarmos as dificuldades encontradas nas “birras” das crianças quando o assunto é comer, é necessário entender o que representa a alimentação nas diferentes fases da vida e saber administrar, da melhor forma possível, as preferências, aversões e fases de inapetência da criança.

Durante os primeiros meses de vida, através do aleitamento materno e/ou da ingestão exclusiva de leite, o bebê tem um controle natural da ingestão de alimentos e da saciedade, ingerindo a quantidade que satisfaz às suas exigências de crescimento. Com a introdução de outros alimentos, a criança passa a tornar mais sensível seu paladar, diferenciando os diferentes sabores: doce, salgado, azedo e amargo. Nessa fase inicia-se a escolha dos alimentos que mais agradam o paladar, devendo ser oferecido uma grande variedade dos mesmos para que futuramente não haja restrições alimentares. Esse período também é compreendido por uma alta velocidade de crescimento, a qual perdura até aproximadamente dois anos de idade. A partir daí, o ritmo de crescimento decresce, diminuindo, com isso, as exigências nutricionais, o que desencadeia a diminuição do apetite, e, consequentemente, da ingestão alimentar. Por isso a diminuição do apetite nessa fase não deve ser encarada como um fato anormal, devendo os pais respeitar as necessidades da criança, não forçando a ingestão.

Nessa fase, o desespero dos pais acaba tornando a criança manhosa e exigente quanto a seus gostos, preferindo os alimentos que devem ser consumidos esporadicamente (como chocolate e doces), e desenvolvendo uma relação negativa com os alimentos que são insistentemente oferecidos, mesmo sem fome. Por isso, aí vão algumas dicas para criar uma disciplina alimentar e garantir saúde ao seu filho:

  • Preocupe-se com o ambiente tranqüilo e agradável, as companhias e sua relação positiva com o alimento durante as refeições;
  • Respeite o horário da refeição para manter a disciplina, mesmo com a presença de visitas;
  • Cuidado com os comentários desfavoráveis em relação ao alimento, pois as crianças são grandes "imitadoras" das pessoas que admiram;
  • Hora de comer é hora de comer. Não deixe que a criança faça outras coisas durante esse ato, como assistir televisão ou brincar;
  • Não force a criança a comer. Se existe algum tipo de resistência ao ato de se alimentar, isso acontece por algum motivo o qual deve ser investigado.
  • Ofereça desde pequeno todos os tipos de alimentos: construtores (carnes leite e derivados, ovos), energéticos (pães, arroz, massas, cereais), e reguladores (verduras, legumes e frutas);
  • Quanto às guloseimas, como chocolates, doces, lanches e batata frita, crie uma disciplina, oferecendo-os esporadicamente.

26 maio 2007

Links parceiros

Abaixo, links de sites parceiros:

Links

25 de maio: dia nacional da adoção

Abro aqui o espaço para uma pessoa muito especial falar: minha esposa.

Não dá pra esquecer o dia em que soube que seria mãe. Quando me ligaram falando que uma mulher daria à luz uma criança e que não tinha nenhuma condição de ficar com ela, senti neste exato momento a maternidade aflorar em mim. Senti que passei a ser completamente mãe. Não cabia outra coisa em meu peito a não ser “quero acolher esta criança, quero que ela seja verdadeiramente meu filho”.

O amor por alguém não depende de laços de sangue ou características físicas, vai além do tocável. Amar, não é só dar e nem receber algo de alguém, mas é receber alguém incondicionalmente.

Deus nos deu o João Paulo e, assim, nos deu também a possibilidade de aprender a amar mais e nos doar inteiramente por este amor.

Gostaria que outras pessoas também pudessem experimentar esse dom maravilhoso que é a adoção.

Com certeza, alguém, em algum lugar pode estar esperando ser recebido por você.

Juliana Borde

24 maio 2007

Entrevista interessante: Pe. Luiz Carlos Lodi

O site Mídia sem máscara entrevista o Pe. Luiz Carlos Lodi, em três partes. Pe. Lodi é um dos mais atuantes líderes pró-vida do Brasil. Recomendo a leitura. Veja os links para as três partes da entrevista, com um resumo feito pelo próprio site:

1ª parte: A fundação Pró-Vida de Anápolis, dirigida pelo Padre Lodi, é talvez a mais ativa frente brasileira contrária ao aborto, nesses tempos de propaganda enganosa pelo "direito de escolha", eufemismo para direito ao aborto em qualquer circunstância e financiado pelo Estado.

2ª parte: Na segunda parte da entrevista com o Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, da Diocese de Anápolis - GO, ele explica as diferenças entre a legislação americana e a brasileira sobre aborto, mostra que só é possível defender o aborto por meio da mentira intensiva e opina sobre a onda pró-abortista que assola o país.

3ª parte: Na parte final da entrevista, o Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz analisa o projeto de lei da mordaça gay, observa o avanço do ataque à família no Brasil e explica como se dá o ativismo em torno do Judiciário.

Vale a pena conferir, também, a monografia do Pe. Lodi Aborto na rede pública: o Estado financiando o crime.

20 maio 2007

Educar para a mídia, educar para a beleza

Hoje é o Dia Internacional das Comunicações Sociais. O Papa Bento XVI enviou mensagem sobre o tema deste ano: "As crianças e os meios de comunicação social: um desafio para a educação". Basicamente, a mensagem se divide em dois pontos: a formação das crianças e a formação dos meios de comunicação.

O primeiro destes pontos é o que nos toca mais de perto, por sermos pais e mães envolvidos na educação de nossos filhos. Ao tratar dele, o Papa abordou aquilo que em minhas postagens anteriores chamei de "educação para a mídia", "educação para os meios de comunicação", "educomunicação" (são os termos mais utilizados para designar a formação que devemos dar às crianças para o uso adequado dos meios de comunicação), e convidou a darmos uma educação positiva aos nossos filhos.

É de se destacar a importância de educar o gosto estético de nossos filhos. Diz o Santo Padre:

"As crianças expostas ao que é estética e moralmente excelente são ajudadas a desenvolver o apreço, a prudência e as capacidades de discernimento. Aqui é importante reconhecer o valor fundamental do exemplo dos pais e os benefícios da apresentação aos jovens dos clássicos infantis da literatura, das belas-artes e da música edificante. Enquanto a literatura popular terá sempre o seu espaço na cultura, a tentação do sensacionalismo não deveria ser passivamente aceite nos lugares de ensino. A beleza, uma espécie de espelho do divino, inspira e vivifica os corações e as mentes mais jovens, ao passo que a torpeza e a vulgaridade têm um impacto depressivo sobre as atitudes e os comportamentos".

Estive conversando com minha esposa sobre esse tema de educar para a beleza. Acho uma estrada muito rica que é aberta pelo Papa para nós, pais e mães. Por exemplo, já pensamos em alguns videos que não vamos mais mostrar para nosso pequeno filho de 1 ano e 7 meses. É o caso dos vídeos da Turma da Mónica. São típicos desenhos comerciais, com muito barulho e algumas mensagens que não nos pareceram apropriadas (tem um desenho, por exemplo, em que a Magali tenta enganar os pais para ficar com seu gatinho, e acaba se dando bem).

Vale mais a pena incentivá-lo a ver os videos Baby Einsten. Temos vários, e a qualidade é excelente (com muita música clássica e personagens que se tratam com bondade).

Também há alguns videogames on line interessantes: Orisinal Games (destaque para as suaves músicas de fundo), Cards Yandex (site russo para colorir) e Fisher-Price são bons exemplos de sites que podem ser visitados.

Quanto à música, há alguns cds de música clássica para bebês. Por exemplo, esse Classics For Babies. De vez em quando, brincando com meu filho na sala, ouço também canto gregoriano.

Você tem outras sugestões? Deixe no campo comentários!


19 maio 2007

Crianças que ficam em creche se tornam mais agressivas, diz estudo


Esse é o título da matéria publicada pelo Estadão. Mais um exemplo da importância do tema da função social da maternidade, abordada aqui em postagem recente.

É preciso criar políticas familiares que permitam que as mães possam conciliar o trabalho com a maternidade. Em primeiro lugar, dando real liberdade para que decidam por trabalhar em casa se assim desejarem (donas-de-casa). Em segundo lugar, facilitando seu trabalho profissional sem que tenha que sacrificar a educação dos filhos. Tarefa das mais difíceis!

Já mencionei aqui um estudo que revela que 10% dos casos de demissão de mulheres se dá no período imediatamente posterior ao regresso da licença-maternidade. Mas há iniciativas em sentido contrário. Por exemplo, na Inglaterra a empresa The Executive Coaching Consultancy Ltd possui um programa de treinamento para executivas que se tornam mães. É o Maternity coaching, que tem por finalidade ajudar as empresas a manter suas executivas, mesmo depois de se tornarem mães. No mesmo país, está a Talking Talent, com objetivo semelhante, mas voltado a trabalhadoras em geral e não apenas a executivas.

17 maio 2007

Apesar de alertas, maioria dos bebês dos EUA assiste à TV

Cerca de 90 por cento das crianças norte-americanas com idade abaixo dos dois anos e até 40 por cento dos bebês com menos de três meses assistem a televisão, DVDs e vídeos regularmente, anunciaram pesquisadores na segunda-feira. Segundo eles, o número de crianças pequenas que assistem à televisão é muito superior ao esperado.

"Não sabemos, com base no estudo, se isso é bom ou ruim. O que sabemos é que é um número elevado", disse Frederick Zimmerman, da University of Washington, cujo estudo foi publicado pelo Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine.

Um segundo levantamento, publicado na Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, sugere que assistir à televisão excessivamente pode gerar problemas de atenção e aprendizado no futuro.

A American Academy of Pediatrics estima que as crianças dos Estados Unidos assistam em média a quatro horas de televisão por dia. A recomendação dos pediatras é que crianças de menos de dois anos não vejam TV, e as mais velhas assistam a não mais de duas horas diárias de programas de qualidade.

Mas 29 por cento dos pais entrevistados por Zimmerman e seus colegas acreditam que os programas de TV e DVDs dirigidos a bebês oferecem benefícios educacionais.

"Os pais acreditam firmemente na mensagem daqueles que comercializam programas de TV e vídeos, no sentido de que estes são bons para suas crianças, e ajudarão em seu desenvolvimento mental... Nenhuma dessas alegações foi comprovada. Nunca", disse Zimmerman em entrevista por telefone.

No estudo, a equipe de Zimmerman conduziu entrevistas telefônicas aleatórias com mais de mil famílias que têm filhos pequenos, nos Estados de Minnesota e Washington.

As entrevistas permitiram constatar que 90 por cento das crianças de menos de dois anos e 40 por cento dos bebês de menos de três meses assistiam à TV regularmente.

Aos três meses, as crianças vêem menos de uma hora diária de TV, mas aos 2 anos de idade a média sobe para 1,5 hora por dia.

Cerca de metade dos programas assistidos são educativos, e o restante se divide igualmente entre programas infantis não educativos, vídeos e DVDs para crianças e TV adulta.

Fonte: Reuters - UOL

15 maio 2007

Redução da gordura trans em lanches do McDonald's

Reportagem retirada da Revista Pais & Filhos. Tem cara de release, ou seja, matéria que a própria empresa envia para os meios de comunicação -e que no final das contas serve como propaganda. Afinal, faz questão de dizer que as providências tomadas mantêm "o sabor e a crocância" dos alimentos, e inclusive o seu "valor nutricional". De qualquer modo, parece interessante o seu conhecimento. Feita essa advertência inicial, passo a palavra à Revista:


As batatas-fritas, os empanados de frango e de peixe e as tortinhas de maçã e banana servidos nos restaurantes do McDonald's estão com seu teor de gorduras trans drasticamente reduzidos. A empresa investiu em pesquisas para encontrar um óleo que, além de conter o mínimo possível desse tipo de gordura, também preservasse o sabor e a crocância dos alimentos fritos.

A solução encontrada é uma mistura de óleo de algodão, soja e palma. A composição é livre de colesterol, rica em nutrientes e vitaminas e permanece estável a 180o (a temperatura de fritura dos alimentos), o que mantém seu valor nutricional.

Para se ter uma idéia da redução, a refeição mais vendida pela rede, a McOferta Número 1, com um Big Mac, uma McFritas média e um suco ou refrigerante, passou a ter 0,6 gramas de gordura trans - redução de 87%. O mesmo ocorreu com o McLanche Feliz − hambúrger, McFritas pequenas e suco ou refrigerante −, que também teve uma redução de 87% no teor de gordura trans e contém 0,4 gramas desta gordura, presente na carne bovina e no leite utilizado para fazer o queijo.

14 maio 2007

Anencefalia: bebê completa 175 dias de vida

Hoje, Marcela de Jesus Ferreira -que nasceu com anencefalia- completa 175 dias de vida. É um fato de extrema relevância, pois nos convida a refletir sobre a dignidade da vida humana, mesmo dos sofredores e doentes.

Alguns afirmam que por trás das propostas de aborto de anencéfalos se esconde uma concepção eugênica da vida humana. Pode ser. Mas creio que também está subjacente um pessimismo diante do futuro, e especialmente diante da dor e da morte. Ter um filho doente é sempre um sofrimento, seja essa doença congênita ou adquirida. Se essa doença leva à morte, maior ainda é o sofrimento dos pais.

Mas será que o sofrimento tem a última palavra? Diante da perspectiva da morte, nada mais restaria a não ser antecipá-la para se evitar o sofrimento dos familiares (especialmente da mãe)? Penso que ao propor o aborto de anencéfalos ou outros doentes graves, está-se preso a uma concepção imanentista da vida, fechada neste mundo, e sem perspectivas. O aborto é uma atitude de ceticismo diante da vida, que passa a valer não por sua beleza inerente mas por sua aparência.

(na foto, Marcela no colo de sua irmã, Dirlene)

07 maio 2007

Datafolha: 82% dos "sem religião" são contra a descriminalização do aborto no Brasil

A postagem original tinha como título: "Datafolha: 82% dos ateus são contra a descriminalização do aborto". Isso porque o próprio instituto utilizou uma pergunta considerando "ateu" o entrevistado. Mas para não desvirtuar o tema principal dessa postagem, preferi alterar o título a fim de não gerar controvérsia. O foco principal é: aborto não é questão de religião.

Quando se fala em aborto, há um lugar comum muito utilizado: a falácia de que o tema tem a ver com religião. Afirma-se que a Igreja não tem o direito de "impor" sua vontade à população, que vivemos em um Estado laico em que a religião não deveria influenciar a legislação sobre o aborto, etc.

O DataFolha acaba de divulgar uma pesquisa em que essa inverdade é flagrantemente desmascarada. Ser contra ou a favor do aborto não é questão de religião: é questão de humanismo. O citado instituto de pesquisa ouviu 5700 brasileiros, a partir de 16 anos, em 236 municípios, nos dias 19 de 20 de março de 2007, e a margem de erro máxima, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

E o que foi que se verificou? 90% dos brasileiros são contra a que o aborto deixe de ser crime. Além disso, 74% são contra a que o aborto seja permitido em mais casos além daqueles já previstos na lei (gravidez resultante de estupro ou que coloque em risco a vida da mãe).

Quando se observa a taxa entre os que se declararam sem religião (e que a pesquisa também chama de "ateus"), o quadro de esmagadora maioria contrária ao aborto permanece:

82% dos sem religião são contra a descriminalização do aborto. Além disso, diante da pergunta "Há projetos de lei para ampliar a situação em que o aborto seria permitido. Você é a favor que o aborto seja permitido em mais situações?" -o que inclui a anencefalia por exemplo-, 80% dos ateus discordaram.

Os sem religião são mais contrários ao aborto do que praticantes de algumas religiões. Se somarmos aqueles que concordam com a ampliação dos casos de aborto com aqueles que concordam com a descriminalização, os mais pró-aborto são os praticantes de umbanda (45%), seguidos por praticantes de candomblé e outras religiões afrobrasileiras (44%) e só depois os sem religião (38%).

Então, vamos combinar uma coisa: toda vez que numa discussão sobre o aborto alguém tocar em religião, alertemos nosso interlocutor de que o assunto não tem a ver diretamente com religião, ok? Isso é muito importante, porque os grupos pró-aborto geralmente procuram associar os pró-vida à religião, para desqualificá-los no debate público.

Clique aqui para ver as tabelas oficiais do DataFolha (arquivo .pdf). A pergunta que trata sobre o aborto está na página 7 do documento.

04 maio 2007

O aborto é uma concepção de vida humana

Já escrevi aqui sobre o aborto algumas vezes, especialmente no texto Aborto: liberdade ou tirania? e na postagem Preconceito contra a adoção, em que apresentei um vídeo sobre as conseqüências psicológicas do aborto sobre a mulher.

Mais uma vez volto ao tema (e o farei novamente), mas agora apresentando um texto de outro autor. O artigo abaixo é de Ogeni Luiz Dal Cin, advogado e filósofo, membro colaborador da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB-SP. Recebi através de e-mail por parte do Procurador do Estado de São Paulo, Dr. Cícero Harada, ao qual agradeço.

Do mesmo autor, outro texto interessante é
A vida, o planeta e o aborto.

Para quem quer se aprofundar no tema do aborto, vale muito a pena visitar o site Tamar-Matar.


O aborto é uma concepção de vida humana

Cada um de nós, por crença ou conveniência, se inclui na concepção de ser humano que adota. E, por ela, concebe e julga os demais. Se adotarmos a concepção cristã de pessoa humana, que fecunda a civilização ocidental há mais de 2.000 anos, a atitude diante da vida humana não pode ser casuística, reducionista e relativa, pois a vida humana transcende todas as possibilidades de apreensão absoluta, de definição “coisificante” e fechada ao imanente, em qualquer situação.

Após 2.000 anos de História, somente nas últimas décadas, sem segurança de qualquer ordem, nem mesmo científica, mas inebriada por promessas paradisíacas, há muitos interesses não revelados, a sociedade ocidental procura relativizar o fundamento ontológico de nossa civilização. Esse processo medra à medida que cresce o hedonismo consumista, sob o suposto de que a única verdade é o relativismo materialista, encimado pela liberdade comprometida com o hedonismo, elevada ao absoluto.

A nova visão que se desenha, sem rosto definido, esvazia todos os valores fundantes da pessoa humana, relativizando-os, para torná-los meros regulamentos positivos e transitórios, sempre sujeitos às vicissitudes dos humores dos de que se julgam investidos de algum Poder. Pouco a pouco, nós, pobres mortais, somos empurrados a reviver, quanto aos direitos fundamentais, modelos pré-cristãos a começar pelo direito à vida.

O que deveria ser valor por si mesmo em razão de constituir a própria pessoa humana, transforma-se em benesse do Poder. À medida que os valores da pessoa humana são relativizados, o Poder do Estado se diviniza.

Assim, uma nova história contra a pessoa humana, encurtando sua vida, relativizando-a, começa a ser desenhada. Bem dizia Heidegger, ao denunciar nossa civilização, que nunca se acumulou tantos e tão diversos conhecimentos a respeito do homem como em nossa época e, paradoxalmente, em nenhuma fase histórica se soube tão pouco como agora o que é ele. Essa a razão da crise que abocanha o humano do ser humano e institui o aborto. O aborto é fruto da decadência, não da evolução e do engrandecimento da pessoa humana.

Mata-se o homem, ao menos no seu início, por enquanto, para trazer mais paz e felicidade a todos, principalmente às mulheres, fonte da vida, como se no nascituro estivesse o problema, sem se aperceber que esse ato é decorrência da perda dos referenciais valóricos transcendentes ao próprio homem e da conseqüente euforia relativista. O que era respeito à vida, tornou-se um direito de morte, pela ação dos agentes do aborto. É imperioso que nasça um grito de alerta para cortar o silêncio da morte. Morte é morte. Morte de vida humana.

Agimos acreditando que conhecemos o suficiente a respeito da vida humana, para defini-la objetivamente, dada a estimativa da quantidade de conhecimentos produzidos, mas não queremos admitir que, ainda, para responder às questões que nascem das mais profundas exigências do nosso ser, a ciência não nos dá a resposta reclamada e digna à vida humana, e, por isso, continua a interrogação existencial – o que somos? -, exigindo o complemento da fé como resposta, ou seja, o apoio de fora de tudo o que o positivismo e o iluminismo alcançam.

Com efeito, há uma fé do materialista em encontrar todas as respostas na pura matéria, fé que ultrapassa tudo o que se conhece através da matéria. Ora, da matéria macro e micro, nada conhecemos, a partir de um determinado grau, mas nem por isso deve-se negar a existência dela. Se a vida não é conhecida cientificamente, em si mesma, na sua totalidade, nem por isso podemos dizer que a vida não exista. A insistência nas possibilidades auto-suficientes e onipotentes de a matéria poder dar todas as respostas à vida humana, por meio dos “sagrados cientistas”, leva-nos a um panteísmo cósmico, de retorno, em termos filosóficos e valóricos, ao panteísmo anterior ao nascimento da Filosofia, enquanto ciência do conhecimento produzido pela nossa razão natural a respeito dos fundamentos últimos de tudo o que existe.

Mais uma vez, temos que convir que o que sabemos, apesar de ser muito, é muito pouco para conhecer a vida, mas mesmo assim arriscamos a reduzi-la a este pouco, a torná-la quase nada, e, mais que isso, arvoramo-nos no tirano direito de definir, sem elementos racionais de definição, que a vida tem início quando o homem quer e não desde a ordem natural e ontológica da concepção. Eis o suposto do voluntarismo hedonista, alimentado pelo relativismo, que conduz toda a motivação para o aborto, concebendo a vida humana como uma manifestação que se esgota na matéria, cujos “sacerdotes” são os “cientistas” que professam o materialismo cientificista, não apenas como método, mas como metafísica do fim último de tudo. E há os que, dizendo-se “religiosos”, no agrado aos cientificistas, em nome de uma modernidade que não sabem o que é, fingem compatibilizar o Deus da Vida com o direito de morte ao nascituro, relativizando o “Não Matarás” e destronando o evangélico direito à vida desde a concepção, cuja ação visa, inclusive, a ferir a Igreja Católica. Cada vez mais, quem defende o direito à vida do nascituro é confundido com católico e católico não tem direito de falar porque os donos da vida já decidiram que acabarão por convencer o povo de que o aborto é uma necessidade para salvar os vivos.


02 maio 2007

O perigo dos brinquedos barulhentos

A edição desta quarta-feira do Jornal Hoje, da Rede Globo, apresentou matéria sobre os brinquedos barulhentos. Clique aqui para ver.

O texto que acompanha a matéria diz o seguinte:

Pietro tem dois anos e adora brinquedos com sineta, música e muito barulho. “Quanto mais barulhento, mais ele gosta, mais os ouvidos da gente em casa ficam absurdamente cansados”, diz a mãe dele, a bióloga Cláudia Bicca.

E não é só ouvido da mãe que sofre! A fonoaudióloga Priscila Slaifer explica que brinquedos com sons muito intensos podem provocar perdas auditivas nas crianças. “Vai prejudicar numa série de coisas na fala dessas crianças, na linguagem, depois na linguagem escrita. Essas crianças que têm perdas auditivas elas acabam tendo prejuízo de comunicação.”

Uma pesquisa feita no Hospital de Clínicas de Porto Alegre mostra que a preocupação dos pais tem motivos de sobra, pois 88% dos brinquedos testados têm intensidade sonora acima do que é permitido pela legislação brasileira. Segundo o Inmetro, um brinquedo não pode emitir som com mais de 85 decibéis. Uma joaninha parece simpática, mas engana. Ultrapassa os 90 decibéis. O carrinho de polícia não é do bem. A intensidade passou dos 100 decibéis.

Os 63 brinquedos usados na pesquisa foram comprados no mercado informal de Porto Alegre, principalmente de camelôs. Por isso, um alerta: “Procurar estabelecimentos e lojas que tenham esse controle, que a legislação fiscalize, que tenha controle maior. Não é o que acontece no comércio informal”, orienta Priscila.

Além de procurar brinquedos com certificado do Inmetro, mais uma dica. Na hora de comprar, escute! “Quando está incomodando o ouvido, é porque já excedeu há bastante tempo. Tem que ser algo suave, agradável”, explica a fonoaudióloga. Os ouvidos das crianças e dos pais agradecem.

Fonte: Globo.com

Depois dessa nossa postagem, a Folha On Line divulgou a matéria Brinquedo com som pode causar perda da audição (03/05/2007)