Família de Nazaré: Ditadura dos filhos 2

Ditadura dos filhos 2

Mais um texto do JAC, trazendo as idéias principais do livro "O pequeno ditador". Leia a primeira parte aqui. Não deixe também de ler minha outra postagem, Meu pequeno ditador.

Javier Urra, O pequeno ditador. Da criança mimada ao adolescente agressivo.
Capítulo 2: Os príncipes da casa

Ideias-chave:

  • A educação de um filho deve preocupar os pais ainda antes da criança nascer.

  • É preciso saber o que se responde às “exigências” do bebé.

  • Nos últimos tempos, fomentou-se a permissividade absoluta que colocou a criança no alto da pirâmide, na tirania.

  • A frustração, como sanção, faz parte da educação.

  • O choro do bebé é um comportamento reflexo que se transforma na mais precoce comunicação da criança com o ambiente. O choro, por muito que custe, não pode condicionar os pais: estes é que têm de condicionar o choro do bebé.

  • Criança precisa de vinculação e afecto com os pais mas também de protecção e segurança.

  • É fundamental pôr limites ao bebé entre os 6 meses e os dois anos. Aqui a criança sente que os pais podem ser dominados.

  • O sono é outra condicionante na primeira etapa da vida do bebé. É preciso educá-lo. O autor dá concretas possibilidades para se fazer isso correctamente.

  • A partir dos 18 meses a criança tem consciência de que o seu eu é diferente do mundo circundante. Procurará fazer o que é proibido e tentará ver as reacções e concluir até onde pode ir. Não é propriamente um desafio, embora o pareça. A criança precisa aqui de ver as consequências das suas acções nas respostas dos pais. É a hora de saber dizer não quando é preciso. A criança precisa que o critério dos pais seja mais forte que os seus impulsos.

Inibição:
Os três primeiros anos são fundamentais na aprendizagem da criança e nas marcas que está a adquirir e que conformarão a sua personalidade. É fundamental colocar normas básicas de disciplina: obedecer aos pais, não bater em ninguém, não mentir, não responder com maus modos, não gritar ao zangar-se, não interromper os mais velhos quando estão a falar, não estragar coisas de cada ou da escola, não tirar nada a ninguém, respeitar os horários das refeições, estudos, jogos e de deitar…

A birra:
É uma reacção infantil que revela que a criança não é capaz de controlar a sua ira.

É preciso ensiná-la a vencer a raiva: o desgosto e a frustração é aceitável e até aconselhável mas as birras não.

Os pais, face à primeira birra necessitam duma resposta calma mas com absoluta determinação e resoluta inflexibilidade.
Por nada se deve permitir que a criança consiga o que quer por meio da birra. Esta deve reconhecer que a birra não leva a lado nenhum.
Os pais devem estimular e reforçar as condutas positivas da criança e desincentivar as negativas.
A criança não se pode converter em vítima por meio da birra fazendo com que os que a rodeiam se tornem escravos da sua tirania.

Duas condutas concretas de difícil acção: as refeições e o egoísmo da criança.

Em relação à alimentação deve dizer-se que esta é fonte de muitos problemas. Os pais devem ensinar que as refeições são prazer, não castigo.
Não permitir birras em relação à comida. Se não quiser comer não se façam tragédias mas na refeição seguinte seja servida, em boas condições, a mesma comida que não comeu antes.

Sobre a partilha, os pais devem ensinar os seus filhos a partilhar.
Dos 4 aos 6 anos a criança descobre o sentimento de propriedade.
Hoje há crianças que não partilham. Fazer crianças egoístas é uma desgraça para a sociedade e uma infelicidade futura para elas.

Atenção à chantagem afectiva! Os pais podem usá-la com moderação para manifestar desgosto por algumas condutas dos filhos.

Não são os filhos que têm de modelar os pais, estes é que devem controlar as situações não permitindo o menor vislumbre de violência. Os pais devem demonstrar equilíbrio, moderação e amor.

A mensagem deve ser: “Sanciono-te porque gosto de ti” e “mesmo que te zangues continuo a gostar de ti”.

Numa criança tirana observa-se: capricho, irrequietude, agressividade, tirania. As crianças manipuladoras são espertas, ágeis e reactivas. Por norma, esquecem os deveres que têm. Utilizam a perseverança como um dos recursos para conseguirem o que querem. A criança tirana reina no quotidiano, é autoritária e sedutora. Mostra pseudomaturidade (precocidade aparente), vive na impunidade, nunca se põe em causa, é sobrevalorizada, consegue o que quer, desmotiva-se, é insaciável, procura o prazer imediato, é materialmente muito mimada, é intolerante e perturbadora, é capaz de destruir para se divertir... mas é INFELIZ!

José António Carneiro
a partir da leitura da obra


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