A missão permanente da Santa Sé junto à ONU promoveu, na semana passada, em concomitância com a reunião da Comissão da ONU sobre a condição da mulher, uma mesa-redonda sobre o importante papel das mulheres no âmbito familiar, em particular nas tarefas de assistência.
Leia Mais...Nova Iorque, 16 mar (RV) - A esse propósito, a Rádio Vaticano entrevistou o observador permanente da Santa Sé na ONU, o Arcebispo Celestino Migliore, a quem perguntou se ele considera que os direitos das mulheres ocupam lugar de destaque na agenda da ONU, ou as polêmicas surgidas – sobretudo após a Conferência de Pequim – em relação à saúde reprodutiva e de diversidade de gênero prejudicaram a causa das mulheres?
Dom Celestino Migliore:- "Sem dúvida, os direitos das mulheres estão em primeiro lugar, mesmo porque metade do gênero humano é composto de mulheres e elas são as mães da outra metade. Mas lhe respondo com um fato. Nos últimos dias negociamos um texto sobre as responsabilidades iguais entre homens e mulheres no cuidado pela família, as crianças, os anciãos, os doentes. Um bloco de países tentou de todos os modos fazer passar uma carta única sobre o tema, variando-o em três princípios: a saúde reprodutiva, os direitos sexuais e o gênero. Muitas outras delegações chamaram a atenção para o fato que essa impostação interessa mais ao Ocidente, ou parte dele, enquanto não leva em consideração as culturas, as tradições e convicções religiosas de outras partes do mundo, e pediram com firmeza que a sua soberania seja respeitada."
P. Por que ainda hoje, no início do Terceiro Milênio, é tão difícil afirmar os justos direitos da mulher e também o reconhecimento do importante papel em todos os âmbitos em que ela se expressa?
Dom Celestino Migliore:- "Talvez porque em muitos lugares ainda se pense que os direitos básicos, fundamentais da pessoa – do homem e da mulher – são algo de 'concedido' ou 'determinado', por exemplo, pelo Estado ou por uma maioria, ao passo em que, ao invés, ainda deve crescer muito esse sentido de que os direitos são algo inato nas pessoas e, portanto, deve simplesmente ser reconhecido e implementado!" (RL)
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