Família de Nazaré: Sexo precoce: crianças e adolescentes iniciam vida sexual cada vez mais cedo

Sexo precoce: crianças e adolescentes iniciam vida sexual cada vez mais cedo

Dados do Ministério da Saúde apontam que, de 1996 a 2006, o percentual de garotas que perderam a virgindade até os 15 anos saltou de 11% para 33%. Nesta mesma faixa, 47% dos meninos já tiveram sua iniciação. A dificuldade dos pais em impor limites, a falta de orientação sexual eficiente nas escolas e uma cultura de massa extremamente erotizada são fortes estímulos à atividade sexual precoce, segundo a Revista IstoÉ.


A reportagem de capa da Revista IstoÉ de hoje traz o tema da sexualidade vivida cada vez mais cedo pelos adolescentes.

A reportagem conta diversos casos preocupantes, entre eles o de crianças e adolescentes que se filmaram durante uma relação sexual, e de duas adolescentes que ficaram grávidas aos 13 e aos 14 anos.

Segundo a revista:

Especialistas são unânimas: na esteira do contato prematuro com o sexo vem uma série de problemas. Entre eles, não ter prazer (e se cobrar por isso), associar o sexo a algo errado e ruim, a gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e dificuldades de relacionamento. A situação causa até impactos fisiológicos, acelerando a ebulição hormonal. A primeira menstruação das meninas, por exemplo, cai cerca de seis meses a cada geração. Hoje está em 12 anos, segundo o Ministério da Saúde.


Uma consequencia moral grave me parece a incapacidade de se viver um amor plenamente humano nessas situações. O próprio fato de ter relações sem estar aberto à vida de um filho já deturpa o sentido do amor, pois amar significa acolher o outro em tudo o que é, inclusive sua potencialidade generativa. Ao dizer "amo, mas não quero compromisso" (e aí entra o compromisso que os filhos significam), o próprio amor se esvai, transformando o ato sexual em mera procura de prazer. Obviamente, o prazer não é ruim, o problema é transformá-lo no objetivo último.

Segundo a revista, a situação das meninas é peculiar:

Além de sofrerem mais com os problemas, sendo o mais latente a gravidez, as meninas despertam mais cedo para a sexualidade do que os meninos. "Elas estão realmente tomando a dianteira", diz a psicóloga Clara Freiberg, do Colégio Sion, em São Paulo. "Amadurecem antes e pedem aos garotos para ficar com eles". A sociedade atual também contribui. "Existe uma crença de que a mulher sexy e bela se dá bem na vida, tem mais chances de sucesso", diz a psicopedagoga Maria Irene Maluf. "É um mecanismo que alimenta a sexualidade antes da hora".


A verdade é que o ambiente cultural em que nos movemos é altamente erotizado. O blog Sexualidade humana já tratou do tema em Pornocultura e gravidez precoce, recomendo a leitura (encontrei a matéria no sistema de busca do Guia de Blogs Católicos).

E os pais desses meninos e meninas, onde estão? É uma pergunta que algumas pessoas fazem. É claro que a atuação dos pais é sempre fundamental.


Os pais têm medo de reprimir e perdem o controle do que os filhos fazem. "Aqueles que têm hoje filhos de 10 anos são da geração da década de 70", lembra a psicopedaoga Quézia. "Eles tendem a ver as imposições como um problema, não como parte fundamental da educação". Os adolescentes percebem essa inseguraça e jogam com ela usando argumentos como "os pais dos meus amigos deixam". Outro equívoco da família é incentivar posturas ligadas à vida adulta. "É comum ver mães achando engraçadinho vestir menina de mulher e pais elogiando o menino que tem fama de pegador", ressalta.


Também aqui encontramos uma componente cultural. Além dessa dificuldade em apresentar os limites apontada na reportagem, vemos que o culto à sensualidade possui um papel importante. A reportagem fala de uma cultura popular "recheada de apelos sexuais" em letras de músicas, filmes, novelas, seriados. Neste sentido, há uma matéria interessante no blog Diga não à erotização infantil, cuja leitura também recomendo. Um aperitivo:


Para a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jane Felipe, especialista em educação infantil, a sociedade vive hoje um momento de “pedofilização”, ou seja, a pedofilia como prática social contemporânea e, de uma forma camuflada, aceitável.

“A mesma sociedade que promove leis justas de proteção às crianças e adolescentes também ajuda a projetar pela mídia um desejo cada vez maior pelo corpo, na maioria dos casos, feminino. A mulher, para conquistar espaço, precisa ser desejável”, afirma Jane. “Na cultura brasileira, existe um imenso culto à erotização. O que acontece é uma busca pela combinação entre a ingenuidade quase infantil e o desejo extremo. Isso captura homens, mulheres e também tem afetado a subjetividade das crianças, que tem se mostrado muito preocupadas com a estética. Conheço meninas de 4 e 5 anos que só querem comer alface ou rejeitam certos modelos de roupas.

Tudo para não parecerem gordas ou distantes das imagens propagadas pela TV e copiadas pelas amiguinhas”, completa a especialista.


Uma ilusão é pensar que só informação basta para resolver esses problemas. Quando se trata de crianças e adolescentes, o mais importante é a formação, ou seja, uma educação que lhes permita descobrir o sentido e o valor dos seus atos, especialmente o sentido de tudo o que envolve a sexualidade humana. A reportagem da Revista IstoÉ termina com uma observação interessante nesse sentido. Informação à disposição não é garantia de uma vida sexual saudável, diz a revista. E apresenta uma dúvida intrigante: pode ser que as crianças e adolescentes estejam sofrendo justamente pelo excesso de "conhecimento" que encontram por caminhos tortuosos.

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4 comentários:

  1. o link que vc deixou para abrir a matéria n abre.

    A culpa é dos pais, mais precisamente da mãe. Ou as mães tomam vergonha na cara e começam a por roupas decentes em suas filhas e corrigí-las, ou dá nisso. Os meninos tb precisam de correção!

    Vestem as meninas pequenininhas como prostitutas, pintam unhas, maquiagem, salto alto, brincos de argola e piercing.....e depois querem o que?? uma Santa Catarina de Sena? uma Santa Teresinha?

    Ou nós começamos a por limite e ordem em nossas casas, ou vamos passar noites em claro!

    Ou a gente pega o filho no colo, brinca e dá atenção , carinho e limite ou o traficante da esquina mostra o que é organização.

    Aaah e n tem essa que mãe que n tem faculdade n sabe educar filho, pq tem muito filho de semialfabeitzdo por ai, que é mais decente do que filho de doutor meia boca.


    São Miguel Arcanjo, rogai por nós pais!!!

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  2. Oi, Ana Maria

    testei os três links citados nessa postagem (Pornocultura, Guia de Blogs Católicos e o site Não à erotização infantil). Todos abriram normalmente... será que não foi um problema momentâneo?

    Também acho que a educação é a base de toda a formação nos valores. É que os pais têm muitos problemas, que vão desde valores distorcidos até pouco tempo com os filhos em razão da necessidade de trabalhar.

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  3. oi, obrigado por visitar meu blog (Nessullius), estou aqui dando uma fuçada no teu blog!

    é uma pena que isso esteja acontecendo, por mais que o mundo ache isso normal, é a principal causa de tanta gente sem perpectiva de vida e sem um relacionamento estável... :/

    triste!



    www.nessullius.com

    Um blog diferente!

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  4. É, Iskander, as consequencias são bastante negativas.

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