Família de Nazaré

Matéria publicada no site UOL Crianças.

Quarta-feira, a turma se aprontando para ir para a escola. Um dia normal. Até que Carmita, nossa funcionária, pergunta para a Nina: ´sabia que hoje é o Dia dos Namorados?". "Claro!", reponde ela, do alto dos seus seis anos. "Eu até fiz uma carta para dar para o Gabriel". Como assim? Pára o mundo que eu preciso refletir!

Nina deu para dizer que namora o Gabriel, um amiguinho da classe. Mas o Gabriel também diz que namora a Nina. E essa história vinha se desenrolando assim, sem muita importância... Até que ele passou a escrever cartas para ela, e ela para ele... "ti amo" pra cá, "você é minha paichão" pra lá... assim mesmo, com todos os erros gostosos de português da fase de alfabetização. No começo tudo é muito bonitinho. E aí você percebe que ela começa a reparar mais no beijo da novela das seis... Opa! Sinal de alerta no ar. A questão é:

Até onde a brincadeira de namorar nesta fase é saudável?

Um grande medo, acredito que principalmente dos pais de meninas, é a antecipação do despertar da sexualidade nas crianças. Aqui em casa tentamos evitar músicas, roupas e programas de televisão que achamos inadequados. High School Musical só foi liberado depois que assistimos o filme inteiro e vimos que realmente não tem malícia. Rebeldes? Nem pensar! Mas isso basta?

Na verdade não dá para blindar a criança. Mas dá para conduzi-la, claro! E esse é o nosso papel. Já percebi, por exemplo, que temos que deixar ´morrer´ o assunto do namoro, antes que ele assuma proporções maiores.

Faz parte da infância, querer copiar os adultos: brincar de se maquiar, vestir a roupa dos pais, e querer imitá-los, inclua-se aí o namoro. Mas o namorado nesta fase não pode passar de um amigo especial. E só. Não tem que radicalizar, reprimindo a criança. Mas também não tem que incentivar, nem fazer com que o tema vire mesmo um assunto recorrente. Nada de comprar presente para o namoradinho, ou então ficar contando para a família toda, com brincadeirinhas do tipo "já contou para a sua tia quem é o seu namorado?".

Agora, quando a Nina toca no assunto, escuto, mas desconverso logo depois, trazendo outros temas para nossas conversas. Usando o bom senso, logo o assunto do namoro é deixado para trás... Ufa! Ainda bem, porque pretendo voltar ao tema só daqui uns seis outros anos! Risos!!!


Um comentário:

  1. Parabéns por este blog!

    tomei a liberdade de adicionar vocês no Pastoralis.

    Um abraço,
    Márcia
    www.pastoralis.com.br

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