Nem uma cadela abandona os filhotes. Essa é uma expressão comum de se ouvir quando se trata de uma mulher que entrega seu filho para adoção.
Infelizmente, a adoção é cercada de mitos e preconceitos. Muitas vezes, aborda-se aquele sofrido pela família adotante. Tendo eu mesmo adotado, queria tratar aqui não do preconceito que minha família sofre por causa da adoção, mas do sofrido pelas mães que entregam seus filhos.
A novela Páginas da vida teve o mérito de abordar a questão de maneira muito interessante, tratando inclusive da adoção de criança com deficiência mental. No entanto, é com imenso pesar que vejo o autor reproduzindo e reforçando o preconceito contra quem entrega para adoção. De fato, na novela, quem entrega a criança para adoção é a vilã da estória, pessoa cuja maldade revolta a qualquer um.
Será que é vilã a mãe que entrega para adoção? Teríamos que fazer um juízo de valor a respeito de cada situação concreta, o que nos impossibilita de dar uma resposta genérica. Na maioria das vezes, o motivo mais presente é a falta de recursos materiais. Por trás deles, creio faltarem também condições psicológicas ou até mesmo afetivas (não só por parte da mãe, mas de todo o contexto em que está inserida. Penso especialmente na violência doméstica).
Algumas pessoas que acreditam defender os direitos da mulher costumam sugerir a legalização do aborto como antídoto para esses casos em que a mãe não tem condições de criar seu filho. Na minha opinião, a possibilidade do aborto agravaria as pressões sociais sobre a mulher (pressão do patrão, do mercado, do namorado irresponsável, da família, apenas para citar alguns exemplos). Além disso, sabe-se do mal psicológico que as mulheres sofrem após um aborto (veja no vídeo abaixo, em inglês).
Por que pode parecer mais fácil a uma mulher recorrer ao aborto do que entregar o filho para adoção? Sabendo que a primeira opção é uma intervenção violenta em seu corpo, alterando abruptamente todo um estado fisiológico; que é um crime e que retira a vida de uma pessoa indefesa. Sabendo que muitas famílias desejam um filho;que as filas de adoção só aumentam; que uma nova criança trará alegria imensa para toda uma família... Por que, mesmo assim, pode parecer melhor, mais cômodo, menos grave, abortar (ou abandonar seu filho na lata de lixo, numa lagoa) e não entregar um filho para adoção?
Creio que o preconceito contra a mulher que entrega seu filho para adoção é muito, muito forte. Deveria ser apoiada, em primeiro lugar, a acolher seu filho. Para isso, obstáculos de ordem material ou psicológica deveriam ser vencidos. No entanto, se não se sentir capaz de mantê-lo, será um ato de amor e não crueldade entregar o filho para adoção.
Você, o que acha? Deixe seu comentário aqui no blog!
E aí está o vídeo de que falei, sobre as conseqüências psicológicas do aborto.
Infelizmente, a adoção é cercada de mitos e preconceitos. Muitas vezes, aborda-se aquele sofrido pela família adotante. Tendo eu mesmo adotado, queria tratar aqui não do preconceito que minha família sofre por causa da adoção, mas do sofrido pelas mães que entregam seus filhos.
A novela Páginas da vida teve o mérito de abordar a questão de maneira muito interessante, tratando inclusive da adoção de criança com deficiência mental. No entanto, é com imenso pesar que vejo o autor reproduzindo e reforçando o preconceito contra quem entrega para adoção. De fato, na novela, quem entrega a criança para adoção é a vilã da estória, pessoa cuja maldade revolta a qualquer um.
Será que é vilã a mãe que entrega para adoção? Teríamos que fazer um juízo de valor a respeito de cada situação concreta, o que nos impossibilita de dar uma resposta genérica. Na maioria das vezes, o motivo mais presente é a falta de recursos materiais. Por trás deles, creio faltarem também condições psicológicas ou até mesmo afetivas (não só por parte da mãe, mas de todo o contexto em que está inserida. Penso especialmente na violência doméstica).
Algumas pessoas que acreditam defender os direitos da mulher costumam sugerir a legalização do aborto como antídoto para esses casos em que a mãe não tem condições de criar seu filho. Na minha opinião, a possibilidade do aborto agravaria as pressões sociais sobre a mulher (pressão do patrão, do mercado, do namorado irresponsável, da família, apenas para citar alguns exemplos). Além disso, sabe-se do mal psicológico que as mulheres sofrem após um aborto (veja no vídeo abaixo, em inglês).
Por que pode parecer mais fácil a uma mulher recorrer ao aborto do que entregar o filho para adoção? Sabendo que a primeira opção é uma intervenção violenta em seu corpo, alterando abruptamente todo um estado fisiológico; que é um crime e que retira a vida de uma pessoa indefesa. Sabendo que muitas famílias desejam um filho;que as filas de adoção só aumentam; que uma nova criança trará alegria imensa para toda uma família... Por que, mesmo assim, pode parecer melhor, mais cômodo, menos grave, abortar (ou abandonar seu filho na lata de lixo, numa lagoa) e não entregar um filho para adoção?
Creio que o preconceito contra a mulher que entrega seu filho para adoção é muito, muito forte. Deveria ser apoiada, em primeiro lugar, a acolher seu filho. Para isso, obstáculos de ordem material ou psicológica deveriam ser vencidos. No entanto, se não se sentir capaz de mantê-lo, será um ato de amor e não crueldade entregar o filho para adoção.
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E aí está o vídeo de que falei, sobre as conseqüências psicológicas do aborto.