Uma ameaça paira sobre os crucifixos colocados em espaço público. Veja a notícia que nos chegou, de autoria dos Cooperatores Veritatis. Parece-me importante como uma forma negar a cidadania a pessoas que têm religião, especialmente os cristãos. Para muitos, religião só pode ser coisa privada, mas sem o direito de expressar e plasmar o espaço público com os elementos cristãos. No final dessa postagem, há outros links relacionados com essa temática de impedir que católicos expressem publicamente a fé.
No dia 28 de julho [2006] a Folha Online noticiou que um promotor de Justiça exigiu da USP (Universidade de São Paulo) a retirada de um crucifixo de uma sala da Universidade. Conforme a notícia a exigência foi devida a “queixa de uma pessoa que alegou ter ficado incomodada com o objeto”.
Este fato motivou a criação de um site que visa auxiliar os internautas para que repitam o mesmo procedimento do queixoso paulista, com o intuito de sumirem com os crucifixos de todas as repartições públicas do Brasil.
A campanha pela retirada dos crucifixos, dos espaços públicos no Brasil, ganhou força ano passado pela iniciativa de um juiz gaúcho. Roberto Arriada Lorea lançou a proposta no Congresso de Magistrados Estaduais, em Santana do Livramento (RS). A idéia da retirada dos crucifixos, apresentada por um colega, pois Lorea estava em viajem, foi amplamente divulgada na mídia. O que a mesma mídia não deu muita atenção foi à decisão dos Magistrados gaúchos: em votação, a maioria dos participantes do Congresso decidiu pela manutenção dos crucifixos nas salas de audiência (conforme notícia do Espaço Vital).
O pressuposto teórico
A recente campanha lançada na internet, para banir os crucifixos dos espaços públicos, se baseia na falsa idéia de que um Estado Laico deve ignorar tudo o que é religioso. Confundem a laicidade do Estado com o laicismo. Conforme explicou o Papa João Paulo II em 12/01/2004:
“Evoca-se com freqüência o princípio da laicidade, em si mesma legítima, quando é compreendida como distinção entre a comunidade política e as religiões (cf. Gaudium et spes, 76). Todavia, distinção não quer dizer ignorância! Laicidade não é laicismo! Ela não é senão o respeito por todos os credos por parte do Estado, que assegura o livre exercício das atividades espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes”.
O objetivo
Conforme explicamos, o objetivo da campanha é sumir com os crucifixos dos espaços públicos. Nas palavras dos propositores da idéia: “A única maneira de deixar as repartições públicas neutras em relação à religião é remover os símbolos religiosos, sem exceção”.
Falam, na maioria das vezes, em símbolos religiosos, sem especificação. Mas na seção de Perguntas e Respostas do site da campanha fica bem claro o alvo. Podemos ler: “Quais símbolos religiosos devem ser retirados? Todos. Os mais comuns são crucifixos (esculturas de Jesus na cruz), cruzes, santuários, nichos e imagens religiosas”.
Plano de ação
Para concretizar a idéia o site incita as pessoas a queixarem-se junto ao Ministério Público: “para fazer a sua parte, cada cidadão pode enviar uma ou mais representações ao Ministério Público informando-o dos símbolos religiosos do seu conhecimento e pedindo providências”.
Para facilitar o trabalho de quem aderir à idéia há no site um modelo pronto de representação junto ao MP. Pedem ainda que o requerente envie uma foto do crucifixo que supostamente o constrangeu.
O texto do Modelo cria a situação para o queixoso:
“Comparecendo à sede da Secretaria Municipal de Saúde de São Longuinho, o representante deparou-se com um crucifixo afixado no hall de entrada do edifício (fotografia anexa), forma de manifestação religiosa que ofende o princípio da laicidade estatal, materializado no artigo 19, inciso I, da Constituição Federal”.
E como não podia deixar de ser o mentor da idéia aparece no texto do Modelo: “Analisando o crescimento de abusos desta natureza, o juiz Roberto Lorea, do Rio Grande do Sul, propôs a retirada dos crucifixos dos fóruns e tribunais gaúchos (...)”
“Se você é católico, nada”
O mais incrível desta iniciativa anti-católica é que ela sugere o que deverá fazer o católico que não concorde com a retirada dos crucifixos.
A penúltima pergunta da seção Perguntas e Respostas do site é a seguinte: “Eu acho que as repartições públicas devem, sim, ter símbolos religiosos. O que devo fazer?” A resposta: “Se você é católico, nada”. E justificam: “Os símbolos católicos estão em praticamente todas as repartições públicas do país, e em muitas instituições privadas também”.
E a resposta a mesma pergunta segue “Se você não é católico, pode entrar na justiça pedindo que também seja incluído algum símbolo da sua religião, qualquer que seja ela”. Parece que esqueceram que nas respostas anteriores haviam proposto a retirada de todos os símbolos religiosos.
Veja também essas matérias, todas do Observatório da Perseguição
Este fato motivou a criação de um site que visa auxiliar os internautas para que repitam o mesmo procedimento do queixoso paulista, com o intuito de sumirem com os crucifixos de todas as repartições públicas do Brasil.
A campanha pela retirada dos crucifixos, dos espaços públicos no Brasil, ganhou força ano passado pela iniciativa de um juiz gaúcho. Roberto Arriada Lorea lançou a proposta no Congresso de Magistrados Estaduais, em Santana do Livramento (RS). A idéia da retirada dos crucifixos, apresentada por um colega, pois Lorea estava em viajem, foi amplamente divulgada na mídia. O que a mesma mídia não deu muita atenção foi à decisão dos Magistrados gaúchos: em votação, a maioria dos participantes do Congresso decidiu pela manutenção dos crucifixos nas salas de audiência (conforme notícia do Espaço Vital).
O pressuposto teórico
A recente campanha lançada na internet, para banir os crucifixos dos espaços públicos, se baseia na falsa idéia de que um Estado Laico deve ignorar tudo o que é religioso. Confundem a laicidade do Estado com o laicismo. Conforme explicou o Papa João Paulo II em 12/01/2004:
“Evoca-se com freqüência o princípio da laicidade, em si mesma legítima, quando é compreendida como distinção entre a comunidade política e as religiões (cf. Gaudium et spes, 76). Todavia, distinção não quer dizer ignorância! Laicidade não é laicismo! Ela não é senão o respeito por todos os credos por parte do Estado, que assegura o livre exercício das atividades espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes”.
O objetivo
Conforme explicamos, o objetivo da campanha é sumir com os crucifixos dos espaços públicos. Nas palavras dos propositores da idéia: “A única maneira de deixar as repartições públicas neutras em relação à religião é remover os símbolos religiosos, sem exceção”.
Falam, na maioria das vezes, em símbolos religiosos, sem especificação. Mas na seção de Perguntas e Respostas do site da campanha fica bem claro o alvo. Podemos ler: “Quais símbolos religiosos devem ser retirados? Todos. Os mais comuns são crucifixos (esculturas de Jesus na cruz), cruzes, santuários, nichos e imagens religiosas”.
Plano de ação
Para concretizar a idéia o site incita as pessoas a queixarem-se junto ao Ministério Público: “para fazer a sua parte, cada cidadão pode enviar uma ou mais representações ao Ministério Público informando-o dos símbolos religiosos do seu conhecimento e pedindo providências”.
Para facilitar o trabalho de quem aderir à idéia há no site um modelo pronto de representação junto ao MP. Pedem ainda que o requerente envie uma foto do crucifixo que supostamente o constrangeu.
O texto do Modelo cria a situação para o queixoso:
“Comparecendo à sede da Secretaria Municipal de Saúde de São Longuinho, o representante deparou-se com um crucifixo afixado no hall de entrada do edifício (fotografia anexa), forma de manifestação religiosa que ofende o princípio da laicidade estatal, materializado no artigo 19, inciso I, da Constituição Federal”.
E como não podia deixar de ser o mentor da idéia aparece no texto do Modelo: “Analisando o crescimento de abusos desta natureza, o juiz Roberto Lorea, do Rio Grande do Sul, propôs a retirada dos crucifixos dos fóruns e tribunais gaúchos (...)”
“Se você é católico, nada”
O mais incrível desta iniciativa anti-católica é que ela sugere o que deverá fazer o católico que não concorde com a retirada dos crucifixos.
A penúltima pergunta da seção Perguntas e Respostas do site é a seguinte: “Eu acho que as repartições públicas devem, sim, ter símbolos religiosos. O que devo fazer?” A resposta: “Se você é católico, nada”. E justificam: “Os símbolos católicos estão em praticamente todas as repartições públicas do país, e em muitas instituições privadas também”.
E a resposta a mesma pergunta segue “Se você não é católico, pode entrar na justiça pedindo que também seja incluído algum símbolo da sua religião, qualquer que seja ela”. Parece que esqueceram que nas respostas anteriores haviam proposto a retirada de todos os símbolos religiosos.
Veja também essas matérias, todas do Observatório da Perseguição
Excelente e relevante artigo - o mesmo não aconteceria se fosse um símbolo religioso muçulmano...
ResponderExcluirPrezados Senhores,
ResponderExcluirHouve um equívoco quanto à natureza da iniciativa Brasil para Todos. Ela não é anticatólica, nem antirreligiosa. Haja vista que contamos com o apoio de membros da comunidade católica.
Trata-se tão somente de um movimento que visa democratizar os espaços públicos, promovendo o respeito a pessoas de TODOS os credos.
Por isso mesmo gostaríamos de convidar V. Sras. a conhecer melhor o projeto e tomarem parte no apoio.
Em caso de dúvida, por favor, não hesitem em nos enviar um email.
Um grande abraço,
Roberto Takata
www.brasilparatodos.org
O comentário do SEberar, o primeiro dessa lista, é bastante pertinente. Não se ousaria fazer o mesmo com símbolos, por exemplo, judaicos ou islâmicos.
ResponderExcluirOcorre que o espaço público reflete tanto as raízes histórico-culturais de uma nação, quanto o sentimento do povo em sua maioria.
É inegável a raiz cristã-católica de nosso país. Ainda que seja o país da América Latina que mais tenha sido atacado por movimentos laicistas (um dos primeiros, patrocinado pelo conhecido Marquês de Pombal e sua luta por expulsar daqui os jesuítas), a ponto de ver estampado na bandeira nacional um lema positivista que nada diz ao coração brasileiro, mesmo assim muito tem de valores cristãos-católicos.
Na verdade, o Ocidente não pode se entender sem fazer referência ao cristianismo. Só para dar um exemplo: a tão mencionada "dignidade da pessoa humana" tem sua origem no anúncio cristão do homem feito "à imagem e semelhança de Deus" e "redimido por Cristo". Antes desse anúncio, nada nas culturas antigas chegava perto de apresentar a pessoa humana, só pelo fato de ser humana, como digna do máximo respeito. E hoje, o discurso laicista tem dificuldade para fundamentar a dignidade humana, tornando-a apenas uma figura de retórica para justificar qualquer ideologia.
O laicismo procura manter os mencionados valores, mas rompendo com sua origem. É como pretender viver um cristianismo sem Cristo. A força desses valores foi capaz, durante anos, de ainda trazer algo de bom para a sociedade. Mas estamos vendo o tempo em que o ramo cortado da árvore começa a secar, e a sociedade começa a entrar em caos. Nunca se falou tanto em direitos humanos, mas também nunca se viu tanto os direitos humanos sendo desrespeitados. A família perdeu seu ponto de referência. A ética imperante parece ser a do mais forte, mais eficiente, mais saudável, mais produtivo, mais belo, desprezando-se quem não é útil, eficiente, saudável, belo, etc. É que quando a sociedade volta as costas ao transcendente, acaba dando as costas ao próprio homem. Pois o que caracteriza o homem é sua transcendência.
Procurar constituir o Estado desconsiderando a natureza humana é procurar uma sociedade desumana, desumanizada e desumanizante.
Por outro lado:
Os espaços públicos pertencem ao povo, e não à burocracia estatal.
Ora, nosso povo é esmagadoramente cristão (católicos, evangélicos e espírtas, todos têm orgulho de se chamar cristãos). A presença de símbolos religiosos nada faz além de expressar esse sentimento popular.
A proposta de retirada de todos os símblos religiosos é esperta. Usa a retórica do direito das minorias, mas esconde, no fundo, um preconceito muito grande com relação à religião da maioria. Embora aparentemente queira "promover o respeito a pessoas de todos os credos", nada promove a não ser o desapreço por símbolos que expressam os mais nobres valores da maioria da população. Da qual, aliás, emana todo o poder político, como consagrado em nossa Constituição.
A proposta de retirada de todos os símblos religiosos é esperta. Usa a retórica do direito das minorias, mas esconde, no fundo, um preconceito muito grande com relação à religião da maioria.
ResponderExcluirFriso que a proposta conta com o apoio de membros da comunidade católica - inclusive bispo. Não há nada de anticatólico, tanto é que desejamos contar com o apoio dos católicos.
Uma comparação de fazemos é com bandeiras de agremiações esportivas. O futebol é também um marco cultural do país. E o Flamengo é o time com mais torcida no país. Não faz sentido colocar a bandeira rubro-negras nas repartições.
Cada pessoa deve ter sua liberdade de crença protegida. Retirar símbolos religiosos - ainda q em sua maioria católicos - de locais como tribunais não significa de modo algum apoio à proibição de uso de tais símbolos em espaços como igrejas, locais privados ou em uso pessoal.
Reforço o convite a todos para conhecerem o movimento.
Abraços,
Roberto Takata
COMO FAZER COM OUTROS SÍMBOLOS QUE TEMOS,... OS SÍMBOLOS SOCIAIS SERÃO, TAMBÉM, RETIRADOS?!... AS BANDEIRAS,... BRASÕES,... ARTE,... QUEREM ACABAR COM UMA CULTURA CRISTÃ,...
ResponderExcluirCOMO FAZER COM OUTROS SÍMBOLOS QUE TEMOS,... OS SÍMBOLOS SOCIAIS SERÃO, TAMBÉM, RETIRADOS?!... AS BANDEIRAS,... BRASÕES,... ARTE,... QUEREM ACABAR COM UMA CULTURA CRISTÃ,...
ResponderExcluirPrezado Pe. Vitor Magalhães.
De modo algum. Como dito, a iniciativa não é anticatólica, anticristã ou contra qualquer religião.
Símbolos nacionais oficiais como bandeira e brasão são bastante apropriados para locais como tribunais e departamentos públicos.
Crucifixos, cruzes, estrelas de Davi e similares são plenamente adequados para igrejas e locais particulares (por exemplo, em escolas confessionais).
Indivíduos também podem usar à vontade símbolos q identificam sua crença.
Reforço o convite para conhecer a iniciativa. Lá poderá tirar suas dúvidas quanto à natureza do movimento.
www.brasilparatodos.org
Um grande abraço,
Roberto Takata
Então, Roberto, devemos tirar o Cristo Redentor do alto do Corcovado?
ResponderExcluirAnônimo, a campanha é para locais como tribunais e departamentos públicos. O monte Corcovado não se encaixa na definição desses espaços.
ResponderExcluirReforço o convite a conhecer melhor a campanha.
Um grande abraço,
Roberto Takata