A organização dos pertences de seu filho é fundamental para educá-lo na sobriedade e no equilíbrio. Essas virtudes podem parecer abstradas para os pequenos, mas uma forma concreta de conquistá-las é levando a criança a adquirir o hábito de organizar seus brinquedos e seu quarto, evidentemente de maneira adequada para cada idade. Ajudamos a organizar seu interior a partir das coisas exteriores.
Um quarto bagunçado acaba bagunçando a cabeça da criança. O hábito de deixar as coisas em ordem dá paz à pessoa, e a conduz a uma disciplina libertadora porque a torna dona de si mesma. Isso porque, normalmente, a desorganização é fruto da preguiça - aquela resistência ao esforço, que nos leva a procurar fazer tudo e somente o que é cômodo e agradável. Habituando a criança a resistir, por um momento, ao ímpeto de brincar para organizar o que bagunçou, vamos ajudando a ordenar as paixões e desejos, a colocar prioridades, a viver a caridade para com os outros membros da família (especialmente as mães!).
Para isso, é preciso que nós mesmos nos eduquenos na organização. Aqui também se aplica o ditado: os defeitos dos filhos são filhos dos defeitos dos pais. Se vamos nos habituando a deixar tudo para depois, deixando um copo sujo aqui, um sapato jogado ali, uma toalha molhada acolá, uma capa de DVD aberta sobre o móvel, uma lâmpada queimada, a pasta de dentes destampada... dificilmente criaremos as condições para nossos filhos experimentarem a liberdade interior que nasce da temperança. Se vierem a se tornar organizados, isso acontecerá apesar de nós, e não por causa de nós.
Em um ambiente cultural marcado pelo hedonismo, pela busca do prazer fácil (uma das raízes do problema das drogas, do baixo rendimento escolar, da apatia da juventude, etc.), é preciso nadar contra a corrente apontando a alegria da virtude cardeal da temperança, pela qual ordenamos o impulso ao prazer e usamos equilibradamente os bens. Podemos traduzir temperança por sobriedade, equilíbrio, autodomínio, liberdade, paz interior.
Eis aí um desafio educativo para os pais! E é sempre bom lembrar que pela educação os pais prestam um serviço aos filhos, concretizando nossa vocação ao amor, entendido como dom sincero de si mesmo (Gaudium et spes, 24). Portanto -e atenção!-, quando exigimos que o filho arrume seu quarto não podemos perder de vista que se trata de um serviço: é nossa tarefa específica ajudá-los a conquistar a liberdade interior, para que possam viver a vida cristã em plenitude. Assim, não percamos o foco, pois nossas exigências não podem ter em vista apenas o benefício imediato que a disciplina pode propiciar para nós, e sim os benefícios que serão trazidos a longo prazo para nossos filhos. Irritação, gritaria, chantagem para que eles sejam disciplinados revelam aquilo que está no coração da mãe ou do pai, e muitas vezes significa perda do horizonte e egoísmo. É evidente que a temperança dos filhos traz benefícios para os pais, mas não é isso que devem procurar em primeiro lugar. Aqui podemos pensar no que ensinou o Senhor: "Procurai, antes, o reino dos céus, e tudo mais vos será dado por acréscimo".
Vale a pena colocar em prática algo que já vi em vários escritórios e demais lugares de trabalho, como que regras de boa convivência, e que podem ser adaptados à vida familiar:
Você abriu, feche
Acendeu, apague.
Ligou, desligue.
Desarrumou, arrume.
Sujou, limpe.
Está usando algo, trate-o com carinho.
Quebrou, conserte.
Não sabe consertar, chame quem saiba.
Para usar o que não lhe pertença, peça licença.
Pediu emprestado, devolva-o.
Não sabe como funciona, não mexa.
É de graça, não desperdice.
Não lhe diz respeito, não se intrometa.
Não sabe fazer melhor, não critique.
Não veio ajudar, não atrapalhe.
Prometeu, cumpra.
Ofendeu, peça perdão.
Falou, assuma.
Assim, viverás melhor.
Acendeu, apague.
Ligou, desligue.
Desarrumou, arrume.
Sujou, limpe.
Está usando algo, trate-o com carinho.
Quebrou, conserte.
Não sabe consertar, chame quem saiba.
Para usar o que não lhe pertença, peça licença.
Pediu emprestado, devolva-o.
Não sabe como funciona, não mexa.
É de graça, não desperdice.
Não lhe diz respeito, não se intrometa.
Não sabe fazer melhor, não critique.
Não veio ajudar, não atrapalhe.
Prometeu, cumpra.
Ofendeu, peça perdão.
Falou, assuma.
Assim, viverás melhor.
A dinâmica do mundo de hoje, onde cada vez se tem menos tempo para as coisas do dia a dia, acaba deixando de lado a ordem.
ResponderExcluirVivemos num mundo de desordem.
Assim, nada mais natural do que educar os filhos na ordem.
Silvio