Pior do que a dor que eu sentia na depilação foi ouvir um absurdo tão grande da profissional, que me fez pensar em algumas coisas.
Na conversa, quando perguntei se ela tinha filhos, ela me disse com toda a certeza: “quando tiver trinta anos, vou ter uma produção independente.” Não deu para segurar, foi mais forte que eu, caí na gargalhada.
Quando me viu rindo, perguntou: “o que foi?”. Então respondi: “Por que aos trinta e não aos trinta e um ou aos vinte e nove?” Ela sem jeito não sabia me dar uma razão por tal decisão.
Neste momento, eu que há pouco me tornei mãe, fiz ela pensar em algumas coisas. Primeiro que uma decisão pra ter um filho não pode ser tão infundada e tão sonhadora. Segundo que não dá para ser independente, porque sempre precisamos de alguém para nos ajudar, ainda mais na vida de um filho. Expliquei para ela, que para eu estar naquele momento me depilando, estava contando com a ajuda, muito gentil, de uma vizinha para olhar meu filhote.
O que na verdade me espantou foi a completa ilusão ou imaturidade, que aquela jovem de pouco mais de vinte anos, já uma profissional, tem a respeito do seu futuro, da sua vida.
Será que os jovens hoje estão mais anestesiados com as verdadeiras preocupações da vida, ou simplesmente fazem dela um acaso?
É muito doloroso mesmo, ver a pouca importância que alguns jovens dão à formação da famíla. Suas escolhas estão sendo feitas de acordo com a "maré". Tão aleatóriamente, apostam na sua infelicidade e certamente constroem a de outro ser, puro, inocente e completamente indefeso. Produção independente, certamente não é sinônimo de autosuficiência e sim descomprometimento de união, afeto e amor, tão importantes para o crescimento saúdavel de um ser e só possível de encontrar na família.
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