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29 julho 2010

Celuloc: rastreamento para localizar seu filho através do celular


No Delicious do meu amigo Silvio, encontrei esse site, que vende um serviço muito interessante. Basicamente, você instala um programa no celular para saber onde ele está. Ótimo para ajudar na segurança de seu filho. O preço é bem em conta!

Assim que meus filhos crescerem um pouco mais, vou instalar.

19 abril 2010

Papa Bento XVI chora ao conversar com vítimas de abusos em Malta

Esta foi a primeira vez que Bento XVI conversou com vítimas de abusos desde que o escândalo sobre pedofilia na Igreja se agravou, no início deste ano. O encontro foi um pedido das vítimas, que queriam "fechar esse capítulo doloroso" de suas vidas.

Valletta, Malta. Com lágrimas nos olhos, o Papa Bento XVI fez ontem sua maior declaração pessoal em resposta às acusações de pedofilia na Igreja: em Malta, o Pontífice disse que "não medirá esforços para proteger as crianças" no futuro, e que faria o possível para levar culpados à Justiça.
Em viagem de dois dias a Malta, o Papa se encontrou com oito vítimas de abusos sexuais cometidos por padres nas décadas de 1980 e 1990 no orfanato católico Saint Joseph Home, em Santa Venera. Esta foi a primeira vez que Bento XVI conversou com vítimas de abusos desde que o escândalo sobre pedofilia na Igreja se agravou, no início deste ano. O encontro foi um pedido das vítimas, que queriam "fechar esse capítulo doloroso" de suas vidas.
- Vi o Papa chorar -disse Lawrence Grech, uma das vítimas-. Bento XVI apoiou sua mão sobre a cabeça de alguns dos participantes, abençoando-os. Senti-me liberado e aliviado de um grande peso.
Grech, hoje com 35 anos, completou dizendo que agora se sente um "católico convicto", considerando o encontro com o Papa "o maior presente que recebi depois do nascimento da minha filha". O grupo foi recebido pelo Papa numa capela privada da Nunciatura Apostólica, em Rabat, após a celebração de uma missa na Praça dos Celeiros, em Floriana. As vítimas acusaram em 2003 quatro sacerdotes por pedofilia; o caso, no entanto, ainda não foi julgado. Três dos sacerdotes vivem em Malta e um em Roma.
Na missa, acompanhada por cerca de 40 mil pessoas, o Pontífice pregou que os homens precisam da "divina misericórdia" para curarem "feridas espirituais e feridas do pecado". Muitos fieis portavam cartazes e faixas desejando "boas-vindas" ao Papa; outros oraram por uma Igreja Católica "sem mancha nas futuras gerações". Em texto lido por uma menina, os católicos recordaram que Bento XVI completa cinco anos como Pontífice.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que não sabia o que o Papa havia dito a cada uma das vítimas, porque tudo foi dito num tom de voz baixo, "com familiaridade e carinho".
Advogado da Califórnia defende Vaticano
A Igreja Católica tem recebido apoio inusitado, como o de um advogado de Berkeley especialista em direito comparado que decidiu ser o advogado do Papa nos Estados Unidos. Jeffrey Lena se empenhou em sua tese de como a Igreja deveria agir diante da crise moral e pode-se dizer que acabou influenciando a decisão do Vaticano de não tentar encobrir as acusações. Lena e´o porta-voz não-oficial do Vaticano nos Estados Unidos. O ex-professor de história evita os holofotes; diz que tem recebido ameaças por defender a Igreja, e que tem encontrado dificuldades em parceiros.
O último projeto do advogado é defender que o Papa Bento XVI não tentou omitir ou encobrir os casos de pedofilia na Igreja.
- O que é importante as pessoas saberem é que o Papa entende a gravidade das denúncias, e que seu coração está tocado. Ele verificou os arquivos e tomou providências muito antes de outros - disse.
Bento XVI concluiu ontem sua viagem ao arquipélago de Malta. Em Malta existem 45 religiosos e sacerdotes acusados de abusos. Em 1999 a Igreja maltesa formou uma comissão para analisar as denúncias de abuso sexual praticados por padres, mas a própria comissão absolveu metade dos membros do clero acusados. A Justiça, no entanto, ainda julga os casos de pedofilia, que contam com 10 testemunhas.

Fonte: Jornal O Globo, Caderno "O mundo", 19 de abril de 2010, p. 22.



08 abril 2010

Ator abandona seriado da ABC por recusar fazer cenas de sexo com atriz


O seriado “Scoundrels” ainda nem estreou nos Estados Unidos, mas já tem seu primeiro problema no elenco. O ator Neal McDonough, de “Desperate Housewives”, deixou o elenco da trama. De acordo com o site Deadline.com, a saída do ator teria sido motivada pelo fato de ele ter se recusado a fazer uma cena de sexo com a atriz Virgina Madsen. Os motivos seriam o fato de o ator ser casado e católico.

A informação não foi confirmada pela emissora, que preferiu não se manifestar sobre os reais motivos de seu afastamento.

Esse é um exemplo daquilo que alguns chamam de "martírio branco".

Ajude seu filho a vencer o medo do escuro


Brincadeiras e apoio dos pais são fundamentais para desenvolver a segurança infantil

Quando a rede elétrica cai ou é hora de apagar as luzes, a reclamação começa. Há muitos adultos com medo do escuro, mas, entre as crianças, o problema é quase unanimidade.

Elas esperneiam, choram, fazem chantagem e tiram a paciência de quem estiver por perto. O comportamento, que precisa ser acompanhado com atenção, não significa que algo vai mal com seu filho. "Nós crescemos com medo do desconhecido. Imagine, então, como isso aparece para as crianças?", pontua a psicóloga Liliane da Silva.

"Em vez de repreender, os adultos precisam ensinar como superar o desconforto, distraindo a criança e mostrando que, se ela estiver com pessoas de confiança por perto, o escuro não é um perigo". O receio infantil não vai desaparecer do dia para a noite. Mas as dicas da especialista prometem, aos poucos, aliviaras suas preocupações e as angústias dos pequenos.


Pare de inventar monstros
Para conter as crianças mais agitadas, muitos adultos recorrem a figuras que causam medo. O recurso, entretanto, costuma causar medo sempre que a criança estiver sozinha.

"Elas ficam imaginando personagens sombrios e, claro, correm para os adultos em busca de socorro", afirma a psicóloga. O ideal, antes de dormir, é contar uma história mais calma para o seu filho, sem personagens que amedrontam ou causem lembranças assustadoras.

Caça ao tesouro com lanterna
O jogo dá mais segurança para as crianças que sofrem quando a escuridão dá as caras. Esconda guloseimas ou algum brinquedo pela casa.

Deixe pistas em locais estratégicos para que a criança consiga chegar até o tesouro. Mas toda a busca deve ser feita somente com a ajuda de uma lanterna, com todo o ambiente escuro.

Teatro das sombras
A brincadeira é perfeita para a hora de dormir. Apaguem as luzes do quarto e deixe somente a lâmpada de um abajur acesa. Com as mãos e, se for possível, algumas marionetes, vocês podem criar uma história nova por dia. Os personagens da aventura são os desenhos projetados na parede do quarto.

"O abajur pode ficar ligado quando o adulto sair do quarto. Dessa forma, os personagens fazem companhia para o seu filho mesmo quando ele estiver sozinho", diz a psicóloga.

Céu estrelado todo dia
Adesivos luminosos pregados no teto enfeitam o quarto e também distraem as crianças na hora de dormir. Em forma de estrelas e de outros objetos celestes, os adesivos fazem bem mais do que deixar a decoração caprichada: eles quebram a sensação de isolamento que sufoca muitas crianças.

Companhia fofinha
Para muita gente pode parecer bobagem, mas um ursinho ou uma boneca ajudam muitas crianças na superação do medo na hora de dormir. Abraçados com o brinquedo, os pequenos esquecem que estão sozinhos.

"Eles até inventam histórias imaginárias e adormecem com mais facilidade. Os pais que negam esta opção, por medo de criarem filhos inseguros, podem ficar tranqüilos. Aos poucos, e por vontade própria, a criança vai abandonando o hábito - ainda que, mais tarde, ela se torne um adulto que adora dormir abraçado a um travesseiro ou a uma almofada", brinca a especialista.

Fonte: Uol Crianças

07 abril 2010

Pedofilia e Igreja: clima artificial de pânico moral


Um tribunal de Haia decidiu em julho de 2006 que o partido pedófilo “Diversidade, Liberdade e Amor Fraternal” (PNVD na sigla em holandês) “não pode ser proibido, já que tem o mesmo direito de existir que qualquer outro grupo”. Os objetivos desse partido político eram: reduzir a idade de consentimento para relações sexuais a 12 anos, legalizar a pornografia infantil, a exibição de material pornográfico pesado na televisão em horários diurnos e autorizar a zoofilia. Eram porque o tal partido fechou esta semana.

Por Rafael Navarro-Valls

Ao que parece, um fator decisivo para isso foi a “dura campanha” levada a cabo em todas as frentes, inclusive na internet, pelo sacerdote católico F. Di Noto, implacável na sua luta contra a pedofilia.

Essa boa notícia – cujo protagonista é um sacerdote católico – coincide com outra ruim, também protagonizada por sacerdotes. Refiro-me à tempestade midiática desencadeada pelos abusos sexuais cometidos por alguns clérigos contra menores de idades. Eis os dados: 3.000 casos de sacerdotes diocesanos envolvidos em delitos cometidos nos últimos cinquenta anos, embora nem todos tenham sido declarados culpados pela lei. Segundo Charles J. Sicluna – como que um fiscal geral do organismo da Santa Sé encarregado desses delitos –: “60% dos casos são de «efebofilia», ou seja, de atração sexual por adolescentes do próprio sexo; 30% são de relações heterossexuais, e 10%, de atos de pederastia verdadeira e própria, isto é, casos de atração sexual por crianças impúberes. Estes últimos somam trezentos aproximadamente. Um já seria muito, mas também temos de reconhecer que o fenômeno não é tão difundido como dizem”.

Com efeito, se levarmos em conta que hoje existem cerca 500.000 sacerdotes diocesanos e religiosos, os números – sem deixar de ser tristes – constituem uma porcentagem em torno de 0,6%. O estudo científico mais sólido que conheço feito por um autor não católico é o do professor Philip Jenkins, Pedophiles and Priest - Anatomy of a Contemporary Crisis (Oxford University Press). Sua tese é de que a proporção de clérigos com desordens sexuais é menor na Igreja Católica que em outras confissões. Sobretudo, é muito menor que em outros modelos institucionais de convivência organizada. Se tais comportamentos chamam mais a atenção na Igreja Católica hoje do que antes, é porque a organização de Roma permite recolher informações, contabilizar e conhecer os problemas com mais rapidez que em outras instituições e organizações, confessionais ou não.

Há dois exemplos recentes que confirmam as análises de Jenkins. Os dados fornecidos pelas autoridades austríacas indicam que, num mesmo período de tempo, os casos de abusos sexuais ocorridos em instituições vinculadas à Igreja foram 17, ao passo que em outros ambientes foram 510. Segundo um informe publicado por Luigi Accatoli (um clássico do Corriere della Sera), dos 210.000 casos de abusos sexuais registrados na Alemanha desde 1995, apenas 94 estão relacionados com pessoas e instituições da Igreja Católica, o que representa 0,045% do total.

Suspeito de que há um clima artificial de “pânico moral” em criação, de que faz parte certa pandemia midiática ou literária centrada nos “desvios sexuais do clero”, convertido numa espécie de pântano moral. Não deixa de ser uma prática já conhecida, mas que nos últimos dias passou dosl imites quando vieram a público os crimes cometidos na Alemanha, na Áustria e na Holanda. A campanha faz lembrar as lendas negras sobre o tema na Europa Medieval, na Inglaterra dos Tudor, na França revolucionária ou na Alemanha nazista.

Concordo com a observação de Jenkins: “a propaganda permanente da pedofilia foi um dos meios de propaganda e perseguição utilizados pelos políticos alemães na sua tentativa de destruir o poder da Igreja católica, especialmente no âmbito da educação e dos serviços sociais”. Himmler fez a acusação de que “nenhum crime cometido pela Igreja carecia de perjúrio, do incesto ao assassinato sexual”, comentando ainda que ninguém sabe ao certo o que se passa “por detrás das paredes dos mosteiros e da fileiras de Roma”. Como então, hoje também misturam dados e fatos com insinuações e equívocos intencionais. No final das contas, a impressão é que a única culpada dessa triste situação é a Igreja católica e sua moral sexual.

Assim, fica evidente queo problema é grave o suficiente para que abordá-lo diretamente. Encontremos as suas causas. Devo admitir que me chamou a atenção a ênfase que Bento XVI pôs nas suas repetidas condenações desses abusos durante sua viagem aos Estados Unidos. Os analistas esperavam alguma referência ao tema. Mas o fato de ele aludir quatro vezes aos escândalos me surpreendeu. Na verdade, essa questão tem suas raízes nos anos sessenta e setenta, mas eclode no começo do novo milênio, com os pedidos de indenização por parte das vítimas. Algo, pensava eu, pertencente ao passado. A um passado que coincidiu com os calores da revolução sexual dos anos sessenta. Foi então que se descobriu entre outras “filias” e fobias, a “novidade” da pedofilia, mirando, entre outros objetivos, da demolição das “muralhas” levantadas para impedir o contato erótico entre adultos e menores. Quem não se lembra – naqueles anos – de Mrs. Robinson e Lolita...? Se cavarmos um pouco descobriremos que alguns dos mais inflexíveis “moralistas” atuais, foram apóstolos ativos da liberação sexual dos anos sessenta e setenta.

Essa revolução marcou uma cultura e a sua época, deixou um sulco profundo, que contagiou também certos ambientes clericais. Assim, algumas Universidades católicas da América e da Europa passaram a transmitir conceitos equivocados da sexualidade humana e da teologia moral. Como aconteceu com toda uma geração, alguns seminaristas não ficaram imunes a isso e acabaram por agir indignamente. João Paulo II combateu essa podridão com energia, revogando a licença de alguns professores dessas Universidades, dentre eles Charles Curran, expoente icônico da corrente.

Bento XVI, não obstante as raízes antigas do problema, decidiu tratar com tolerância zero uma questão que mancha a honra do sacerdócio e a integridade das vítimas. Por isso, as muitas referências ao tema nos Estados Unidos e a sua rápida reação, convocando em Roma os responsáveis assim que o problema eclodiu nalgumas dioceses irlandesas. De fato, acaba de tornar-se pública uma dura carta à Igreja na Irlanda em que o Papa chama de “traidores” os culpados dos abusos e anuncia, entre outras medidas, uma rigorosa inspeção em dioceses, seminários e organizações religiosas.

Acaba sendo sarcástica a tentativa de envolver em escândalos sexuais algum dos sacerdotes da diocese governada pelo então arcebispo Ratzinger. Ainda mais quando sabemos ter sido justamente o cardeal Ratzinger que, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, assinou em 18 de maio de 2001 a circular “De delictis gravioribus” (“Sobre oscrimes mais graves”) que previa duras medidas contra esse tipo de comportamento. O próprio fato de reservar à Santa Sé o julgamento a respeito dos casos de pedofilia (e também dos atentados contra os sacramentos da Eucaristia e da Confissão) reforça a gravidade em que ele os têm, bem como a determinação de que o juízo não seja “condicionado” por outras instâncias locais, potencialmente mais influenciáveis.

Além do mais, em todos os ambientes há ovelhas negras. Nigel Hamilton escreveu o seguinte sobrea presidência dos EUA: “Na Casa Branca já tivemos estupradores, galinhas, e, usando um eufemismo, pessoas com preferências sexuais pouco habituais. Tivemos assassinos, escravagistas, corruptos, alcoólatras, viciados em jogo e em todo ot ipo de coisa. Quando um amigo perguntou ao presidente Kennedy por que permitia que a luxúria dessa gente interferisse na segurança nacional, ouviu: “Não posso evitar”.

A Igreja é uma das poucas instituições a não fechar janelas nem portas diante do problema até passar a tormenta. Não se encolheu sobre si mesma “até que os bárbaros voltem aos bosques”. Encarou o problema, endureceu a sua legislação, pediu perdão às vítimas, pagou indenizações e foi implacável com os agressores. Denunciemos os erros, sempre, mas sejamos justos com aqueles que querem sim – diferentemente de Kennedy – evitá-los.

25 março 2010

Mulher é mais feliz quando reconhece diferenças de gênero, diz cientista


Após abandonar o feminismo, a psicóloga Susan Pinker adotou um novo olhar sobre as diferenças biológicas que existem entre os sexos. Para ela, o movimento foi bom por ter dado liberdade de escolha às mulheres, mas errou ao afirmar que todas as distinções de gênero eram socialmente construídas.

Em seu novo livro, "O Paradoxo Sexual", ela defende que salários de homens costumam ser maiores hoje não por discriminação no mercado, mas porque eles priorizam mais isso.

Professora da Universidade McGill, de Montréal, a canadense Susan Pinker segue a mesma linha de pesquisa que seu irmão Steven. Ambos buscam entender a mente humana no contexto da evolução. Em entrevista à Folha, ela conta por que sente pena de Lawrence Summers, reitor da Universidade Harvard que perdeu o cargo acusado de machismo.

Folha - Seu livro fala sobre mulheres em empregos com bons salários, mas que as afastavam dos filhos, tornando-as infelizes. Por que elas quiseram anonimato?
Susan Pinker - Acho que as mulheres que fazem essa escolha ainda estão envergonhadas de não estar agindo como homens. Mas não podemos esperar isso delas. Elas não são homens.
Folha - Como assim?
Pinker - Existe a expectativa, no Ocidente, de que mulheres devem voltar a trabalhar normalmente quando seus filhos ainda são pequenos sem que se sintam mal por isso. Mas essa angústia tem razões biológicas. Se você der liberdade de escolha, mulheres vão querer trabalhar menos enquanto seus filhos forem novos. Na América do Norte e na Europa, entre as empresas que oferecem aos seus funcionários trabalhos em meio período, 89% dos que aceitam são mulheres. Isso oferece às mulheres mais tempo não só para os seus filhos, mas para seus outros interesses.

Folha - Ganhar um salário menor é o preço que as mulheres pagam para satisfazer seus sentimentos?
Pinker- Sim. Fui entrevistada por uma jornalista na Holanda, onde há leis que dizem que, se você quer trabalhar só meio período, não pode ser demitido. A maioria das mulheres na Holanda não trabalham o dia inteiro, tendo filhos ou não. Essa jornalista trabalhava só quatro dias por semana. Ela dedicava as sextas para tocar piano, e achava que não seria feliz sem isso. Então não se trata apenas de cuidar dos filhos, mas também de ter uma vida mais equilibrada. Para as mulheres, a vida não é apenas trabalho, salário e promoções, ao contrário do que pensam muitos homens, que acham que tudo isso vale a pena quando compram um novo carro. Incomoda a muitos deles pensar que outras pessoas estão ganhando mais dinheiro, que moram em um lugar mais legal. São mais competitivos, gostam mais de assumir riscos. Não todos, mas eu diria que 75% dos homens são assim.
Folha - Ou seja, não é regra.
Pinker - Eu sempre deixo claro que cada pessoa é um indivíduo único. Ciência é estatística, pessoas são únicas. Então, quando você estuda ciência, está analisando probabilidades. Sempre existirão exceções. Compare com a altura. Em geral, homens são mais altos, mas existem várias mulheres mais altas do que muitos homens.

Folha - Mas ainda existe muita resistência à ideia de que as diferenças entre os gêneros não são apenas socialmente construídas.
Pinker - As mulheres foram discriminadas por tanto tempo que as pessoas têm uma aversão à ideia de que existe uma diferença natural, biológica. Acham que falar sobre diferenças é voltar a pensar como antigamente, quando, na verdade, não tem nada a ver com discriminação. É bobo ignorar as evidências científicas porque você tem medo do que elas vão dizer.

Folha - Mas pode soar como "acabou a festa, todas de volta para a cozinha, os afazeres domésticos"...
Pinker - Estou muito longe dessa mensagem. O que acontece de bom quando as mulheres aceitam que existem diferenças biológicas naturais é que elas se sentem muito menos isoladas com seus sentimentos. Se ignoramos as diferenças, estamos forçando mulheres a assumir cargos e trabalhos nos quais boa parte delas não serão felizes, talvez como executivas ou engenheiras. Muitas mulheres me disseram: "Graças a Deus você fez esse livro. Eu achava inaceitável aquilo que eu sentia". É difícil para elas gostar de trabalhar com pessoas, mas saber que empregos assim não são tão bem pagos quanto os que envolvem lidar com "coisas", como engenharia. A maioria das mulheres gosta de trabalhos como assistência social, pedagogia, profissões na área de saúde, mas salários nessas áreas costumam ser menores.

Folha - Mas, se as mulheres gostam de áreas que pagam menos, não há nada a fazer, então?
Pinker - Precisamos remunerar melhor as mulheres pelos trabalhos que elas preferem. Ou seja, começarmos a pagar aos professores tanto quanto pagamos aos engenheiros. Muitas mulheres esperam que as suas conquistas sejam reconhecidas sem que tenham de pedir aumentos. E, por isso, têm menos chances de ver os seus salários subindo. Se eu sou um chefe e recebo um homem em meu escritório dizendo "veja o que estou fazendo, eu mereço um salário maior", tenho mais propensão a oferecer um aumento a ele do que a outra pessoa que faz o seu trabalho sem reclamar.

Folha - O que a sra. pensava sobre as diferenças de gênero quando era jovem? Leu Simone de Beauvoir?
Pinker - Sim, claro, como todo mundo naquela época. Estamos em um ponto alto do movimento feminista. Quando eu estava na universidade, no final dos anos 1970 e começo dos 1980, a expectativa era que homens e mulheres fossem idênticos, que nós deveríamos fazer as mesmas coisas, trabalhar a mesma quantidade de horas, no mesmo tipo de emprego, ter o mesmo tipo de vínculo emocional com o trabalho doméstico e com as outras pessoas. Eu acreditava muito nisso, li todos os livros das principais feministas. Foi só quando eu fui trabalhar e quando meus filhos nasceram que percebi que havia um buraco entre a minha abordagem intelectual do assunto e os meus sentimentos.

Folha - Então deveríamos agora esquecer "O Segundo Sexo" [livro de Simone de Beauvoir, de 1949, marco do feminismo?
Pinker- "O Segundo Sexo" era interessante em sua época, mas está ultrapassado. A ciência avançou muito desde então. Não tínhamos ressonância magnética nem o mapeamento do genoma humano, não sabíamos metade do que sabemos hoje. Hoje estamos entendendo como os hormônios afetam os comportamento humano.

Folha - Como foi a experiência da sra. em um kibutz?
Pinker - Eu tinha 19 anos e fiquei um ano num kibutz porque eu era socialista. Era um lugar interessante para perder noções irrealistas. Existiam trabalhos que a maioria das mulheres não queriam fazer, que exigiam muito esforço físico ou eram perigosos. Existia uma divisão natural de trabalhos por sexo, ainda que os kibutzim tivessem sido planejados para que isso não existisse.

Folha - Quando Summers perdeu o cargo em Harvard após dizer que a falta de mulheres em ciência é questão de aptidão, o que a sra. pensou?
Pinker - Foi assustador, porque eu tinha acabado de decidir escrever o meu livro quando vi o que aconteceu a esse pobre homem. Ele foi atacado simplesmente por comentar as evidências que a maioria das pessoas que trabalham com biologia e antropologia evolutiva vêm dizendo há anos.

Fonte: Folha on line

19 fevereiro 2010

Peso nas costas


Atenção com o peso das mochilas de seu filho.


Famílias acolhem temporariamente crianças vítimas de abandono ou maus-tratos

O que fizeste ao menor dos meus irmãos, a mim o fizeste

Conheça no programa Brasil.jus, da TV Justiça, o projeto Acolher, criado pela justiça de primeira instância da cidade de Ilhéus, na Bahia. A iniciativa incentiva famílias a acolher temporariamente crianças abandonadas ou que sofreram maus-tratos até que sejam adotadas, em vez de mandá-las para abrigos. As idealizadoras do projeto são a juíza Sandra Magali e a assistente social Margaret Vitória, que focaram a iniciativa na importância das relações familiares para a criança que não está mais sob a guarda dos pais biológicos.