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07 setembro 2009

Casar-se é melhor do que se juntar

O Dado Moura publicou um post sobre a formalização do casamento, contra as uniões sem que tenha havido o sacramento do matrimônio. Realça que, na vida cotidiana, aqueles que vão apenas "morar juntos" têm os mesmos problemas daqueles que se casam, e podem até ter outros mais. Aqui, eu quero citar exemplos concretos disso.

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Na reportagem Filhos podem reduzir satisfação no casamento, diz estudo, que, aliás, já mencionei aqui, passou despercebida por muitos a informação de que a pesquisa:

mostrou que os casais que moravam juntos antes do casamento tiveram mais problemas no casamento após o nascimento do primeiro filho do que aqueles que viviam separados.

Por que será? Não seria de se supor o contrário? Se alguém fez a experiência de conviver antes para, só depois, se casar, não estaria em melhores condições de se adaptar às mudanças que o primeiro filho traz para a vida conjugal?
Lembro-me de uma pesquisa feita pela Conferência dos Bispos dos EUA há alguns anos, na qual se verificava que aqueles que fazem uma convivência de experiência antes de se casar se separam mais rapidamente do que aqueles que só moraram juntos após o casamento. Isso desfaz o mito de que morar junto antes pode ser uma boa idéia.
Por que isso acontece? Podemos arriscar uma resposta. Aqueles que se juntam para ver se vai dar certo carregam alguns valores que podem ser bombas-relógio prestes a pegá-los de surpresa depois que se casarem. Por exemplo, a idéia de que "se não der certo, é mais fácil se separar se o casal é juntado, do que se for casado". Por trás dessa idéia, escondida, está a aceitação mais fácil do divórcio. Ao contrário, quando alguém espera para ir morar junto após o "sim", após aquela promessa "até que a morte nos separe" terá, talvez, maior repúdio à idéia do divórcio. E esse repúdio nos leva a atitudes mais positivas diante das falhas do cônjuge, como, por exemplo, maior predisposição para perdoar sempre e incondicionalmente.

Além disso, ir apenas "morar junto" revela um desapego ao aspecto social da união homem-mulher. Essa união tem um grande valor para tal homem e tal mulher em concreto, mas eles precisam saber que há também um aspecto social que não pode ser renegado. Quem se casa por ato público, está não apenas procurando que a sociedade reconheça seu casamento, como também está colocando seu casamento aberto para a sociedade. Pense, por exemplo, na relação do casal com os sogros e sogras. Quando há um casamento público, ocorre todo um ritual de acolhida de um na família de origem do outro. É o pai da noiva entrando sua filha para o noivo. É o pai do noivo dançando com a noiva na festa de casamento, como se sua filha fosse. Tudo isso é extremamente marcante, e falta quando os dois vão apenas juntando seus pertences até o dia em que descobrem que estão vivendo juntos.

Outro problema é que, muitas vezes, a motivação para se juntar é apenas pragmática: diminuir os gastos, sair de casa, etc. No casamento, ato público que é, os dois fazem o propósito de respeitar um ao outro. São valores muito diferentes, que certamente influencia na dinâmica da vida a dois.

Além disso, há o aspecto do significado da sexualidade humana. Para ser expressão de amor verdadeiro, é necessário que ela seja vivida num contexto em que se acolhe o outro integralmente, com tudo o que ele é, foi e será. Isso implica em dizer "estarei contigo até o fim, porque te amo acima de tudo o que possa acontecer. Mesmo que você seja infiel, serei fiel, pois não posso ser infiel ao meu próprio amor por você". A relação sexual não pode ser feita num clima de "fazer experiência", porque isso é dizer para o outro: "te amo, mas até mudar de idéia". Isso tornaria a relação sexual mais uma procura por satisfazer o próprio apetite do que uma real acolhida e entrega mútua. Ao invés de realmente estarem “fazendo amor”, estariam vivendo um egoísmo a dois.

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