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20 fevereiro 2009

O poder do elogio

Estou aguardando o ônibus para me trazer à universidade. Um pai, aparentando poucos recursos, reclama em voz alta com o filho. Isso me chama a atenção, e eu passo a observar. O filho parece ter menos de dois anos; o pai não passa de trinta e cinco. Não sei muito bem o que o filho está fazendo, mas parece-me que o menino machucou o pai, dando-lhe um arranhão ou coisa parecida.

O ônibus demora cerca de dez minutos para chegar. Neste período, o homem só abre a boca para reclamar do filho. "Você é um menino bobo". "Que coisa feia". "Seu feio". Depois de algum tempo em silêncio, o pai novamente diz, "Você está ficando bobo". Parece que o filho já tinha esquecido, pois franze a testa e pergunta o motivo desta zanga do pai.

Ao chegar aqui na universidade, não pude resistir em compartilhar um par de ideias com meus amigos leitores.

A criança acredita ser o que você diz que ela é. Quando o menino é pequeno, o pai é tudo para ele. Não tem defeitos. Sabe tudo. É o herói. Como faz bem o pai que destaca aquilo que de positivo o filho é ou faz!

Com meu filho mais velho (a mais nova tem apenas oito meses, ele três anos), sempre procuramos destacar muito as coisas boas que faz. Estamos convencidos que o elogio tem um poder imenso. Nosso filho, hoje, tem uma autoestima muito boa, tem prazer em fazer as coisas que são certas: arruma seus brinquedos, conversa bem com estranhos, não joga lixo no chão mas em lixeiras, obedece nossas ordens, não insiste em comprar coisas no supermercado, etc.

Claro que também ralhamos com ele, mas não o chamamos de feio. Hoje, lá em casa, ouvi um diálogo que ilustra bem isso. Ele havia feito algo errado, com consciência de que era errado. Minha esposa ralhou, "que coisa feia!". Ele respondeu: "Eu não sou feio". Ela, então, o ajudou a pensar mais racionalmente: "Eu não disse que você é feio, eu disse que você fez uma coisa feia. Você é bonito. Como é que um menino tão bonito como você foi capaz de fazer um coisa tão feia?"

Existe uma antropologia por trás disso. O homem é imagem e semelhança de Deus, destinado à comunhão e participação na vida divina por meio de Cristo. É isso o que nossos filhos são! O meu, por vezes, age de maneira em que percebemos que o pecado já habita nele. Mas estamos convictos de que ele não é o pecado, ele não é seus defeitos. As atitudes erradas são algo contrário à sua identidade. Precisamos que ele entenda isso aos poucos, e acreditamos que diálogos como o mencionado acima apontam para isso.

Ao encontrar seu filho hoje, faça-lhe um elogio sincero! Amanhã, outro. Rapidamente, você verá o resultado.

(Sobre o poder do elogio entre casais, veja esse artigo do Dado Moura).




5 comentários:

  1. Olá
    Passei por acaso e gostei muito do seu post.
    Tem toda a razão, somos nós pais, que temos a grande responsabilidade de transformar e moldar as consciências das nossas crinças.
    O primeiro lugar onde podem aprender a AMAR é em casa.
    abraços
    VC

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  2. Oi, VC. Que bom receber sua visita. Realmente, precisamos investir tempo para formar bem os nossos filhos.

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  3. Olá! Gostei muito do seu blog! Seus temas são bem reflexivos! Dê uma passadinha no meu!
    http://necessitadosdedeus.blogspot.com
    Abraços

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  4. Oi, Danilo. Primeiro quero agradecer por ter visitado meu blog e postado um comentário. Foi assim que eu vim parar aqui, lendo essas coisas boas que nos ajudam tanto a refletir sobre nós mesmos.

    Realmente, as crianças são reflexos das nossas palavras e de nossas ações. Tenho uma filha e precisava me lembrar disso, porque ando muito nervosa ultimamente e necessito repensar meu repertório diante dela. Ela é meiga, educada, gosta de ajudar e de participar lá na Igreja. Acho que estou conseguindo, com a Graça de Deus, passar coisas boas pra ela.

    Obrigada por me lembrar de algo tão importante. A Bíblia nos orienta: não amalciçoeis, abençoeis! É isso. Que Deus abençoe você, sua família e, enfim, a todos nós.

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