Conheci um casal que me fez refletir bastante. Estão casados por um tempo suficiente para as pessoas deixarem de perguntar "como vai essa vidinha de casados", para passarem àquela outra pergunta típica: "e quando vem o filho?". Ninguém sabe, mas ele é estéril.
É comum que o homem estéril se sinta menos homem, impotente, e por isso transforma o tema em um tabu. É o que acontece com esse marido que, com a cumplicidade da mulher, esconde de todos (inclusive sua própria família de origem) essa sua "deficiência".
Mas o que me fez mesmo refletir foi uma confidência feita pela mulher, quando falava da decisão que haviam tomado de adotar um filho. Ao lado de seu marido, ela me dizia que muitas vezes "joga na cara" dele a esterilidade, faz cobranças, e no calor de alguma discussão se coloca como vítima inocente diante de uma tragédia conjugal que tem um único culpado: ele.
A primeira coisa que me veio à mente quando ouvi essa confidência foi relativa à minha própria experiência. Quando os exames médicos apontaram minha infertilidade, a Juliana, que era então minha namorada, imediatamente assumiu a coisa como também dela. Na verdade, a infertilidade não era "minha", não era "dela". Era nossa. Jamais me culpou por nada, jamais se vitimizou. E isso foi uma inspiração muito forte para eu me reconciliar com a infertilidade, de modo que jamais me senti menos por causa dela. Simplesmente, me parecia um convite a pensar em minha vida numa perspectiva diferente daquilo que eu imaginara até então. Começava a amadurecer (eu com meus 20 anos,ela com 18) a idéia da adoção.
Acredito que em vários aspectos, marido e mulher precisam aprender a criar uma verdadeira "comunidade de vida e amor", de modo que os dois se vejam como um só. Se é verdade - como sinceramente acredito e vejo acontecendo com outros - que marido e mulher são capazes de formar "uma só carne", então também estão chamados ao desafio de ultrapassar uma relação "eu"-"tu", para construir juntos um "nós" em que cada um se sinta verdadeiramente em casa.
Não que marido e mulher percam a individualidade, é claro. Mas o amor conjugal (especialmente quando alentado pela graça do Altíssimo) tem uma força misteriosa que é capaz de unir de forma íntima a mente e o coração dos dois, de modo que podem ser capazes de pronunciar um "nós" que reflita, de fato, essa comunhão.
Enquanto a esterilidade for só "dele" ou só "dela", acho que o casal não conseguiu dar um passo importantíssimo para que possa tomar uma decisão madura quanto à adoção. Na verdade, acho que ainda não deu o salto qualitativo em sua vida conjugal. Ambos precisam aprender a compartilhar não só aquilo que têm, mas principalmente aquilo que são. Enquanto um não compartilha a si mesmo com o outro, ou enquanto o outro não o acolhe verdadeiramente, então talvez ainda estejam formando apenas um "grupo", mas não uma "comunidade".
O Espírito Santo, que tem o poder de arrancar tudo aquilo que divide, nos ajuda a realizar aquilo que nossas famílias já são, e que está latente como um desejo profundo do nosso coração: viver uma intensa comunhão de vida com alguém, e a partir daí frutificar nos filhos. Desejo àquele casal que possam experimentar essa força unificante do Espírito, pois são pessoas boas, que se esforçam sinceramente. Tenho certeza que passarão por esse período e poderão acolher o filho que tanto desejam, mediante a adoção.
É comum que o homem estéril se sinta menos homem, impotente, e por isso transforma o tema em um tabu. É o que acontece com esse marido que, com a cumplicidade da mulher, esconde de todos (inclusive sua própria família de origem) essa sua "deficiência".
Mas o que me fez mesmo refletir foi uma confidência feita pela mulher, quando falava da decisão que haviam tomado de adotar um filho. Ao lado de seu marido, ela me dizia que muitas vezes "joga na cara" dele a esterilidade, faz cobranças, e no calor de alguma discussão se coloca como vítima inocente diante de uma tragédia conjugal que tem um único culpado: ele.
A primeira coisa que me veio à mente quando ouvi essa confidência foi relativa à minha própria experiência. Quando os exames médicos apontaram minha infertilidade, a Juliana, que era então minha namorada, imediatamente assumiu a coisa como também dela. Na verdade, a infertilidade não era "minha", não era "dela". Era nossa. Jamais me culpou por nada, jamais se vitimizou. E isso foi uma inspiração muito forte para eu me reconciliar com a infertilidade, de modo que jamais me senti menos por causa dela. Simplesmente, me parecia um convite a pensar em minha vida numa perspectiva diferente daquilo que eu imaginara até então. Começava a amadurecer (eu com meus 20 anos,ela com 18) a idéia da adoção.
Acredito que em vários aspectos, marido e mulher precisam aprender a criar uma verdadeira "comunidade de vida e amor", de modo que os dois se vejam como um só. Se é verdade - como sinceramente acredito e vejo acontecendo com outros - que marido e mulher são capazes de formar "uma só carne", então também estão chamados ao desafio de ultrapassar uma relação "eu"-"tu", para construir juntos um "nós" em que cada um se sinta verdadeiramente em casa.
Não que marido e mulher percam a individualidade, é claro. Mas o amor conjugal (especialmente quando alentado pela graça do Altíssimo) tem uma força misteriosa que é capaz de unir de forma íntima a mente e o coração dos dois, de modo que podem ser capazes de pronunciar um "nós" que reflita, de fato, essa comunhão.
Enquanto a esterilidade for só "dele" ou só "dela", acho que o casal não conseguiu dar um passo importantíssimo para que possa tomar uma decisão madura quanto à adoção. Na verdade, acho que ainda não deu o salto qualitativo em sua vida conjugal. Ambos precisam aprender a compartilhar não só aquilo que têm, mas principalmente aquilo que são. Enquanto um não compartilha a si mesmo com o outro, ou enquanto o outro não o acolhe verdadeiramente, então talvez ainda estejam formando apenas um "grupo", mas não uma "comunidade".
O Espírito Santo, que tem o poder de arrancar tudo aquilo que divide, nos ajuda a realizar aquilo que nossas famílias já são, e que está latente como um desejo profundo do nosso coração: viver uma intensa comunhão de vida com alguém, e a partir daí frutificar nos filhos. Desejo àquele casal que possam experimentar essa força unificante do Espírito, pois são pessoas boas, que se esforçam sinceramente. Tenho certeza que passarão por esse período e poderão acolher o filho que tanto desejam, mediante a adoção.
Como mencionei: MAGNÍFICO!
ResponderExcluirPAX et BONUM!
A mensagem do texto é representada pelo testemunho vivo de comunhão de vcs em seu matromônio (e tb já antes, na preparação deste).
Que nossas famílias se empenhem em restaurar a sociedade através de si mesmas, seus testemunhos, desde o berço.
Amei o Blog!
(E: FELIZ ANIVERSÁRIO PRA JUUUUU!!![:)])
Em Cristo e Maria.
No meu caso, talvez a esterelidade venha da minha parte. Eu consigo engravidar mas, devido a algum problema que ainda não sabemos qual é, não consigo levar a gravidez até o final. Mas desde que começou esse "meu" problema, meu marido me acolheu e acolheu também à esse problema como sendo "nosso". Para mim essa é a força mais importante que ele pode me dar e não me deixar desistir e sim, lutar dia após dia.
ResponderExcluirOLá, maravilhoso esse blog, essa idéia foi fantástica, o conteúdo está otimo, continuem assim.
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