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29 abril 2009

Dores nas costas por causa do peso do bebê? Saiba o que é e como usar o sling

Andar o dia inteiro com seu filho no colo e ainda ficar com as mãos livres. Essa é a proposta do sling. Confira as dicas de como usá-lo.

Reproduzo um texto já meio antigo (mas atual!) sobre o uso do sling. Abaixo, você pode também assistir a um vídeo.

Durante os cinco meses em que ficou afastada do trabalho após o nascimento de Pedro, hoje com dois anos e oito meses, e de Luana, oito meses, a estatística Relze Fernandes, 32, carregou os filhos para cima e para baixo. E, segundo diz, não precisou deixar nenhuma atividade de lado por causa disso.

"Colocava o 'sling' de manhã e passava o dia todo com ele. Na única vez em que esqueci, fiquei 'podre' de levar meu filho no colo. Usava tanto que não conseguia tirar nem para lavar", diverte-se.

Assim como as mães-celebridades Julia Roberts e Angelina Jolie, Relze faz parte de um grupo crescente de mulheres (e homens) de grandes centros urbanos que está aderindo a carregadores de tecido para transportar os bebês próximos ao corpo durante passeios e tarefas rotineiras, um hábito arraigado entre povos de regiões da Ásia e da África e que tem adeptos também na Europa e na América do Norte.

A modelo Luciane Trapp, 26, que usa o "sling" com Bernardo, de dois meses, e já usou o carregador com o filho mais velho

Além do aspecto prático --liberar mãos e braços do adulto para outras atividades--, os defensores do "sling" atribuem a ele outras vantagens, como o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho e a criação de bebês mais relaxados.

"As mães relatam que seus filhos choram menos e se sentem mais seguros, além de sentarem e andarem mais cedo", afirma a pediatra Jucille Meneses, do departamento científico de neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. "Embora não haja embasamento científico para indicar o uso do 'sling', o contato com a mãe é benéfico para o lactente."

Nos Estados Unidos, o pediatra William Sears, autor de mais de 40 livros, é um dos entusiastas dos carregadores e o responsável por cunhar o termo "babywearing" (algo como "vestir o bebê"). De acordo com ele, os bebês "slingados" choram menos, aprendem mais e são mais espertos.

A modelo Luciane Trapp, 26, que começou a usar o "sling" com Gabriela, 3, e atualmente carrega Bernardo, de dois meses, tem sua própria explicação. "O bebê sai da barriga e é colocado em um berço grande e vazio, o que é muito frio. No 'sling', é como se continuasse no meu corpo", diz. "E, se ele quer mamar, é só arrumar o pano que não dá para ninguém ver. Faço isso até andando."

A pediatra Jucille Meneses cita outras vantagens da rede: mantém as pernas do bebê unidas e não altera o desenvolvimento do quadril, o que pode ocorrer com o uso contínuo da mochila e de modelos tipo cadeirinha. "Algumas pessoas podem se questionar se o carregador aumenta a curvatura da coluna vertebral do bebê, mas isso não ocorre. Ele não leva a vícios de posição", completa.

Cólicas

O "sling" também costuma ser associado à diminuição das cólicas. Relze Fernandes, que passou dez meses "slingando" os filhos, atribui as poucas crises ao fato de eles terem passado muito tempo com as pernas encolhidas na rede. Para a pediatra, a explicação é outra: as dores diminuem graças ao fortalecimento do vínculo entre a mãe e o bebê, "que melhora o ambiente psíquico e, conseqüentemente, as cólicas".

Mas nem todo mundo se sente confortável com o carregador. A psiquiatra Fernanda Moreira, 36, usou com o filho Thiago nos primeiros meses, mas depois notou que ele não queria mais ficar na rede. "Ele não gosta de colo deitado, só em pé, até para dormir. Então, detestou o "sling" logo que passou dos dois meses. Acho que passou a se sentir meio preso", diz.

Em relação ao corpo da mãe, há pelo menos uma ressalva. Para Osmar Avanzi, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e professor da Santa Casa de São Paulo, não é recomendável usar os carregadores durante longos períodos para não sobrecarregar a coluna. "É importante também ter um bom condicionamento físico e fazer alongamento para evitar dores lombares. Sem falar que, quanto maior o peso da criança e do próprio adulto, pior a sobrecarga", explica.

Outro medo recorrente entre os que olham com desconfiança para os carregadores, o de criar crianças extremamente dependentes dos pais, é rechaçado pelas adeptas. "Eu me preocupava muito de voltar a trabalhar e o Pedro não se adaptar, pois só dormia no 'sling', mas depois parecia que ele tinha nascido na escola. Ele é muito independente", afirma Relze Fernandes.

Vale lembrar que os carregadores são seguros, desde que os pais tomem alguns cuidados, como verificar o estado da costura e do tecido, não deixar que o pano cubra o rosto do bebê, não colocar objetos dentro do "sling" e, por fim, usar o bom senso ao transportar a criança, segurando-a ao se inclinar para a frente e evitando manipular bebidas quentes e chegar perto de chamas ou objetos cortantes e pontiagudos. O uso é contra-indicado ao andar de bicicleta ou dentro do carro.


28 abril 2009

Filhos reduzem satisfação no casamento?

O site O Globo lançou a notícia Filhos podem reduzir a satisfação no casamento, diz estudo. É muito freqüente ouvir as pessoas dizendo que os filhos separam o casal. Mas a questão que se deve colocar é: o que procuramos quando nos casamos?

Segundo a reportagem, o nascimento dos filhos acelera a "redução na satisfação conjugal". O Jorge Ferraz, do Deus lo Vult!, critica a perspectiva adotada pela pesquisa. Segundo suas palavras:

Casamento não é para “satisfazer” ninguém! Se as pessoas soubessem disso, ninguém ia gastar tempo e dinheiro fazendo um estudo que não tem a ver diretamente com o Matrimônio, ninguém ia divulgá-lo e ninguém ia comentá-lo. No entanto, a sociedade pagã na qual nós vivemos parece ter como um dogma que a “satisfação” conjugal é o valor máximo a ser buscado dentro do casamento, o que justificaria tudo, da contracepção ao divórcio, do aborto à amásia. Claro; afinal, se eu não estiver “satisfeito”, por qual motivo eu deveria ter filhos? Por qual motivo eu deveria ficar junto de uma pessoa que não me “satisfaz”? Por que motivo eu não poderia ficar com alguém que me dá “satisfação”?


A intuição dele parece-me correta, mas creio que devem ser feitos alguns ajustes para que ninguém interprete mal a doutrina católica, da qual sei que o Jorge é um fiel seguidor.

O matrimônio cristão é um "sacramento do serviço da comunhão". Quem recebe a graça desse sacramento, fica como que consagrado à salvação de outrem (o esposo ou esposa, e os filhos). Isso significa que nós, esposos cristãos, temos a feliz missão de servir aos nossos cônjuges e, através disso, nos realizamos. E não se trata de um serviço qualquer. Por trás dos pequenos serviços cotidianos que prestamos em família, está um permanente e maior: ajudar o outro a se encontrar com Deus. Como diz o Catecismo,

Dois outros sacramentos, a Ordem e o Matrimônio, são ordenados para a salvação de outrem. Se contribuem também para a salvação pessoal, é através do serviço aos outros que o fazem. (...) os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados por meio de um sacramento especial em ordem ao digno cumprimento dos deveres do seu estado (§§ 1533 e 1534).


Podemos certamente ler "salvação pessoal" como "satisfação pessoal", e entender que é no serviço da comunhão que encontramos a satisfação verdadeira. O matrimônio, sim, é para satisfazer! E satisfaz quando ajudamos os outros a viver a comunhão com Deus, consigo mesmos, com os demais e com a criação. Não só quando os ajudamos, mas quando vivemos essa comunhão junto com eles. Todos juntos, subindo para Deus!

No entanto, quem lê o post do Jorge - mesmo que não tenha sido, como de fato não foi, sua intenção - pode ser levado a pensar que, na ótica católica, devemos abdicar da busca da própria felicidade. E isso seria um equívoco. Deus colocou em nós o desejo de felicidade para que a encontrássemos, e não para que a anulássemos. E nós a encontramos na reconciliação com Deus, conosco mesmos, com os irmãos e com a criação. Essa reconciliação nos leva a uma vida de santidade, para a qual os Sacramentos se encaminham e, dentre eles, também o matrimônio. O matrimônio é um caminho de santidade! É um caminho de realização pessoal, pois ser santo é realizar-se, para a glória de Deus!

Por isso, eu diria que o matrimônio é, sim, para satisfazer. Mas isso só pode ser visto quando nos ajoelhamos diante do matrimônio, para contemplá-lo como "mistério". Como eu disse, essa satisfação passa pelo serviço. Foi o próprio Senhor Jesus que revelou esse nexo misterioso entre serviço e satisfação: logo após lavar os pés dos discípulos, disse-lhes para fazer o mesmo e acrescentou: "sereis felizes se o puserdes em prática". Portanto, a dinâmica do serviço não tem por objetivo aniquilar os próprios desejos, anular-se, ou qualquer outro objetivo que mais pareceria com certas filosofias orientais. É no serviço que nós, esposos e esposas, nos satisfazemos.

Quando o "grande mistério" do matrimônio foi revelado pelo Senhor, descobrimos que se trata de viver em nossas casas o próprio amor entre Cristo e a Igreja. Cristo, ao dar sua vida por sua Esposa, tinha também uma finalidade de auto-satisfação. É São Paulo quem nos ensina que o Senhor deu sua vida pela Igreja para "apresentá-la a si mesmo toda bela, sem mancha nem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito" (Ef 5, 27), ou seja, para seu próprio deleite. Nunca devemos esquecer que o Senhor deu sua vida não só por amor a nós, mas também por amor a si mesmo. Não há contradição nesse amor. Afinal, nós casados sabemos desse experiência: sentimos prazer quando proporcionamos prazer ao nosso amado.

É preciso anunciar esse grande mistério do Matrimônio, para que nossos irmãos, ainda não iluminados por Cristo, sintam que o desejo de felicidade e satisfação que todos temos passa por viver a serviço da vida e da santidade, que é vida em abundância.

Numa comunidade do Orkut, abri um tópico justamente para discutir essa reportagem. O mais comum era ver a idéia de que as pessoas sentem o filho como peso porque não estão dispostas a renunciar. Eu diria, "não estão dispostas a conquistar coisas maiores". Certamente, a vida cristã passa pela renúncia, mas esta não é um fim em si mesmo. Renunciamos a coisas menores, para conquistar coisas maiores. A renúncia cristã é uma opção positiva, para ganhar algo, e não negativa.

Os filhos são um bem. Certamente, um bem árduo. Custam, mas tudo o que vale custa, e o que vale muito custa muito. Renunciamos a coisas muito boas para ter e educar os filhos, porque temos a firme certeza de que, já aqui neste mundo, conquistamos bens ainda maiores do que aqueles que deixamos de lado. É como que lançar fora o peso de certos bens, para que nosso balão chegue a maiores alturas.

Ah, Senhor Jesus, ilumina meu coração para que eu participe, com a Juliana e com meus filhos, João Paulo e Isabela, desse teu grande mistério de amor! Peço a você, leitor, que reze por mim, para que minha família participe e seja testemunha das bodas do Cordeiro!



27 abril 2009

As crianças e a necessidade de repetir histórias

"Não, esse não. Vai escolher outro!" Quando me virei para ver quem falava, deparei-me com um pai irritado porque o filho queria alugar pela quinta vez o mesmo filme na videolocadora. Tentei intervir, dizendo que as crianças gostam e precisam ouvir histórias mil e uma vezes, porque estão construindo sua percepção das coisas. O pai não conseguia entender isso (nem que eu repetisse mil e uma vezes!). "Assim, vou gastar muita grana!", dizia ele.

Ao chegar em casa, decidi fazer esse post. No site da Crescer, vi um artigo interessante, do qual retiro a seguinte passagem. Depois eu volto:

Segundo a psicóloga Cláudia Tricate, diretora do berçário Baby Oz, em São Paulo, entre 2 e 3 anos as crianças usam as experiências para formar esquemas que as ajudem a antecipar os acontecimentos. "Repetir brincadeiras ou ouvir a mesma história faz com que elas aprendam a identificar objetos e situações, a perceber sucessões de fatos e também relações de causa e efeito. Essas experiências, chamadas reiterativas, é que impulsionam a criança a se aventurar em novos conhecimentos, pois elas podem fazer previsões e criar expectativas", diz Cláudia.

A psicóloga Cláudia Silveira lembra que, para a criança, repetir é também uma forma de evitar a insegurança que o novo traz. "Quando repete histórias, desenhos, brincadeiras, ela confirma informações, capta melhor o que já viu e reforça sua identificação com algum elemento da história", diz a psicóloga. É essa identificação, principalmente, que determina quais brincadeiras ou histórias vão ser as preferidas. Só essas serão repetidas muitas vezes, e não todas as atividades do cotidiano.

Para especialistas, os pais devem compreender e acolher essa necessidade infantil. "Não é nada fácil assistir dez vezes seguidas ao filme A Bela Adormecida, mas, com certeza, vale à pena proporcionar ao filho esses momentos", diz Cláudia Tricate. Mas também é importante que os pais estejam atentos para oferecer à criança novas experiências. "Eles devem demonstrar interesse por outras situações e garantir ao filho a companhia e o apoio para se arriscar", diz Cláudia. Mesmo que isso, às vezes, signifique contar outras dez vezes uma nova história.

As crianças de 2 a 3 anos precisam se certificar de que as coisas ocorrem do mesmo modo, até mesmo no mundo da fantasia. Para quem ainda não tem noção do tempo, esse é o jeito de entender que a vida continua. E se essa é a base de sua segurança, a tentativa dos pais de mudar esse processo, alterando o desfecho de uma história, por exemplo, pode deixar o filho pouco confiante, frustrado nas poucas certezas que, por enquanto, fazem parte do seu repertório. É melhor respeitar todas as vírgulas, palavras e finais felizes. Nessa idade, a criança não gosta de trocar nem o contador da história, porque dele vem o afeto que dá o gostinho especial a essas experiências.


Voltando. Sinceramente, nunca me cansei de ver os mesmos filmes com meu filho. Eu entro no mundo dele, e me divirto sempre. O amor permite uma comunhão maravilhosa, em que a empatia nos torna realmente participantes da vida de nossos filhos!

Mas será que isso explica tudo? Faltava amor àquele pai, ou apenas informação?


25 abril 2009

A lenda negra da Inquisição


Um bom texto, publicado pelo blog Adversus Haereses.É importante conhecermos bem a história, para ajudar nossos filhos em seus estudos.

A INQUISIÇÃO E SUA “LEYENDA NEGRA

Desideologização e revisão histórica

Infelizmente, ainda hoje, pessoas com a mentalidade formada pelo professor do Ensino Médio, que falava abobrinhas e uma porção de besteiras sobre a Inquisição continuam difundindo os velhos chavões sobre a Inquisição, sem levar em consideração a desideologização do assunto, e os recentes estudos históricos. Quem não leva isso em consideração não passa de palpiteiro.

Grande especialista no assunto, Agostino Borreomeo, afirma que os pesquisadores têm os elementos necessários para fazer uma história da Inquisição sem cair em preconceitos negativos ou na apologética propagandista. Borromeo foi o coordenador do livro «Atas do Simpósio Internacional “A Inquisição”» de onde tirei diversas citações para este artigo. No volume, Agostino Borromeo, recolhe as palestras de um congresso internacional que reuniu ao final de outubro de 1998, historiadores universalmente reconhecidos especializados em tribunais eclesiásticos.

«Hoje em dia — afirmou em uma coletiva de imprensa de apresentação do livro, o professor da Universidade «La Sapienza» de Roma – os historiadores já não utilizam o tema da Inquisição como instrumento para defender ou atacar a Igreja». Diferentemente do que antes sucedia, acrescentou o presidente do Instituto Italiano de Estudos Ibéricos, «o debate se encaminhou para o ambiente histórico, com estatísticas sérias».

O especialista constatou que, à «lenda negra» criada contra a Inquisição em países protestantes, opôs uma apologética católica propagandista que, em nenhum dos casos, ajudava a conseguir uma visão objetiva. Isto se deve, entre outras coisas — indicou –, ao «grande passo adiante» dado pela abertura dos arquivos secretos da Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício), ordenada por João Paulo II em 1998, onde se encontra uma base documental amplíssima.

Borromeu ilustrou alguns dos dados possibilitados pelas «Atas do Simpósio Internacional “A Inquisição”». A Inquisição na Espanha que era dirigida pelos Reis, afirmou, em referência ao tribunal mais conhecido, celebrou entre 1540 e 1700, 44.674 juízos. Os acusados condenados à morte foram 1,8%.

Pelo que se refere às famosas «caçadas de bruxas», o historiador constatou que os tribunais eclesiásticos foram muito mais indulgentes e humanos que os civis . Dos 125.000 processos de sua história, a Inquisição espanhola condenou à morte 59 pessoas. Na Itália, acrescentou, foram 36 e em Portugal 4. “Ao contrário do que se divulga, o número de pessoas condenadas a pena máxima era muito pequeno. “

Borromeo ainda afirma que muitas vezes os condenados eram executados em efígie (categoria da justiça penal medieval), isto é, onde bonecos eram queimados para representar aqueles que foram condenados à revelia. Tais penas, segundo o direito penal vigente na época eram chamadas de penas substitutivas, isto é, as haviam penas que eram executadas em efígies. Uma vez que a pessoa do condenado não era encontrada, ou tinha fugido, desaparecido ou se suicidado, fazia-se uma efígie, aplicando-se nela a pena.

Relata V. Hentig que ”o castigo em efígie desempenhou importante papel no processo inquisitorial espanhol. Lemos que a Inquisição condenou à morte na Espanha, entre 1481 e 1809, 31.912 pessoas, das quais foram executadas em efígie 17.659”

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/index.shtml

ALGUMAS AFIRMAÇÕES DOS ESPECIALISTAS

“Portanto, contrariamente ao que se pensa, apenas uma pequena porcentagem do procedimento inquisitorial se concluía com a condenação à morte.” (Adriano Garuti, La Santa Romana e Universale Inquisizione, p. 415 in L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

“A inquisição podia haver causado um holocausto de bruxas nos países católicos do Mediterrâneo, mas a história demonstra algo muito diferente, a Inquisição foi aqui a salvação de milhares de pessoas acusadas de um crime impossível.” (Gustav Henningsen, La inquisición y las brujas, p. 594. L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

“A documentação correspondente a Idade Moderna, ao contrário das fontes correspondentes ao medievo, é tão abundante, que nos permite com grande segurança calcular o número de bruxas queimadas pela inquisição. As cifras, por inesperadas, resultam assombrosas. Para Portugal é 4. Para Espanha, 59, para Itália, 36.” (Gustav Henningsen, La inquisición y las brujas, p. 582. L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

Sua exagerada suposição de que o santo Ofício, nesses dois séculos (XV-XVI), havia queimado a 30.000 bruxas, faz tempo que deixou de ser levado em consideração pela ciência.” (Gustav Henningsen, La inquisición y las brujas, p. 576)

Não foi a Inquisição quem iniciou a perseguição às bruxas, senão a justiça civil nos Alpes e na Croácia” (Gustav Henningsen, La inquisición y las brujas, p. 576.L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

“O certo é que, ao contrário do que comumente se crê, as perseguições de bruxas não se deveram a iniciativa da Igreja, foram manifestação de uma crença popular, cuja bem documentada existência se remonta a mais remota antiguidade.” (Gustav Henningsen, La inquisición y las brujas, p. 568. L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

“Dos processos que se vão publicando e também das biografias de inquisidores que vão aparecendo, se pode constatar que estes eram em geral pessoas com uma formação jurídica elevada e que suas atuações foram muito majoritariamente conforme ao direito, ainda que houvesse sem dúvida abusos.” (Arturo Bernal Palácios, El estatuto jurídico de la Inquisición, p. 152. L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

“De todas as formas, o direito inquisitorial neste ponto é um direito privilegiado como bem escreveu o professor Enrique Gacto, já que contém sanções mais benignas que as do direito penal ordinário ou secular, em que o delito de heresia é reprimido inapelavelmente com a pena de morte. Mas o réu de heresia, resgatado pela jurisdição inquisitorial, tem aberta uma via que lhe permite escapar a esta sanção máxima e, com efeito, a evita sempre que confesse e manifeste seu arrependimento de forma suficiente.” (Arturo Bernal Palácios, El estatuto jurídico de la Inquisición, p. 140. L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

A pena de morte foi impregada não somente na inquisição, mas praticamente em todos os outros sistemas judiciários da Europa.(…) O professor Tedeshi afirma: ‘tenho a convicção de que as futuras investigações demonstrarão que a pena capital foi usada com menor freqüência e com mais respeito pela dignidade humana nos tribunais do Santo Ofício do que nos civis.’” (Adriano Garuti, La Santa Romana e Universale Inquisizione, p. 417. L´Inquisizione, Atti del simpósio internazionale. Cittá del Vaticano, 2003)

“Em uma época em que o uso da tortura era geral nos tribunais penais europeus, a Inquisição espanhola seguiu uma política de benignidade e circunspeção que a deixa em lugar favorável se se compara com qualquer outra instituição. A tortura era emprega somente como último recurso e se aplicava em pouquíssimos casos.” (Henry Kamen, La Inquisición Española: una revisión histórica. Barcelona: Crítica, 2004, p. 184)

As cenas de sadismo que descrevem os escritores que se inspiraram no tema possuem pouca relação com a realidade” (Henry Kamen, La Inquisición Española: una revisión histórica. Barcelona: Crítica, 2004, p. 185)

Em comparação com a crueldade e as mutilações que eram normais nos tribunais seculares, a Inquisição se mostra sob uma luz relativamente favorável; este fato, em conjunção com o usual bom nível da condição de seus cárceres, nos faz considerar que o tribunal teve pouco interesse pela crueldade e que tratou de temperar a justiça com a misericórdia.” (Henry Kamen, La Inquisición Española: una revisión histórica. Barcelona: Crítica, 2004, p. 187)

O número proporcionalmente pequeno de execuções constitui um argumento eficaz contra a leyenda negra de um tribunal sedento de sangue.” (Henry Kamen, La Inquisición Española: una revisión histórica. Barcelona: Crítica, 2004, p. 197)

As fontes históricas demonstram muito claramente que a Inquisição recorria à tortura muito raramente. O especialista Bartolomé Benassa, que se ocupou da Inquisição mais dura, a espanhola, fala de um uso da tortura “relativamente pouco frequente e geralmente moderado, era o recurso à pena capital, excepcional depois do ano 1500″. O fato é que os inquisidores não acreditavam na eficácia da tortura. Os manuais para inquisidores convidavam a que se desconfiasse dela, porque os fracos, sob tortura, confessariam qualquer coisa, e nela os “duros” teriam persistido facilmente. Ora, porque quem resistia à tortura sem confessar era automaticamente solto, vai de si que como meio de prova a tortura era pouco útil. Não só. A confissão obtida sob tortura devia ser confirmada por escrito pelo imputado posteriormente, sem tortura (somente assim as eventuais admissões de culpa podiam ser levadas a juízo). (Rino Camilleri,.La Vera Storia dell ´Inquisizione, Ed Piemme, Casale Monferrato, 2.001, p.p. 46-47).


23 abril 2009

Vício em video game: prejuízo para a vida em família e para os estudos na escola


Cerca de um em cada dez jogadores de videogames mostram sinais de vício que podem ter efeitos negativos sobre a família, amigos e desempenho escolar.

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Pesquisadores da universidade estadual de Iowa e do Instituto Nacional de Mídia e Família dos EUA descobriram que alguns jogadores mostram pelo menos seis sintomas de vício apresentados também por viciados em jogos de azar, como mentir para família e amigos sobre o tempo que passam jogando. Eles também usam os jogos eletrônicos para fugir de seus problemas e tornam-se irritados quando deixam de jogar.

Além disso, os usuários de videogames deixam de fazer deveres da escola ou passam muito tempo envolvidos com os jogos, apresentando trabalhos escolares de baixa qualidade.

"Apesar da comunidade médica não reconhecer o vício em videogames como uma desordem mental, este estudo será um de muitos que nos permitirá uma discussão sobre os efeitos positivos e negativos dos videogames", afirmou o doutor Douglas Gentile, professor assistente de psicologia da universidade de Iowa.

Os pesquisadores, que acompanharam 1.178 crianças e adolescentes dos Estados Unidos com idades entre 8 e 18 anos, descobriram que alguns deles mostraram pelo menos seis dos 11 sintomas de vício patológico demonstrados por usuários compulsivos de jogos de azar, segundo a Associação Americana de Psiquiatria.

Os jogadores viciados em videogames passaram 24 horas por semana na frente da tela, duas vezes mais que usuários casuais. Alguns jogadores viciados roubam para sustentarem o vício, segundo a pesquisa que será publicada no periódico Psycological Science.

"Apesar dos videogames serem divertidos, algumas crianças estão tendo problemas. Eu continuo a ouvir famílias preocupadas sobre os hábitos de jogo de suas crianças. Não somente precisamos nos concentrar em identificar o problema, como também precisamos encontrar maneiras de ajudar as famílias a evitar e tratar isso", disse David Walsh, presidente do Instituto Nacional de Mídia e Família.

Fonte: Info Você pode ver o material do Instituto Nacional de Mídia e Família, em inglês, clicando aqui.

20 abril 2009

Bom exemplo: casal adota crianças de rua na Zona Oeste do Rio


Há mais de 20 anos, Cicero e Eliete acolhem crianças carentes. Com o apoio financeiro de amigos, eles criam 60 meninos e meninas em Vargem Grande. Apesar do trabalho, há muito prazer.

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18 abril 2009

Escolas proíbem uso de celulares e outros aparelhos em sala de aula

Será que é possível manter a concentração com tantos equipamentos eletrônicos na mochila? Em alguns estados, é proibido usar celular em sala de aula. No Rio, são os tocadores de música.



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16 abril 2009

Ministro do STF sob suspeição para julgar ação sobre aborto de anencéfalos?

Um grupo de deputados federais protocolou uma Representação por suspeição contra o Ministro Marco Aurélio, por ter manifestado sua opinião sobre a ADPF n. 54, ainda pendente de julgamento, sobre aborto de crianças com anencefalia. Ao manifestar seu desejo de que o aborto seja aprovado, teria ele violado o art. 36, III, da Lei Orgânica da Magistratura. Em entrevista para O Globo, Sua Excelência afirma "Espero que o placar seja acachapante, seja de 11 a 0". No blog do William Murat, você encontra uma explicação pormenorizada e, o que é mais importante, meios de pressionar o Ministério Público Federal para que se manifeste sobre a representação, o que não fez nesses quatro meses.

15 abril 2009

Redes sociais como Orkut ou Twitter prejudicam senso de moralidade dos jovens, diz estudo

Essa é a conclusão de um estudo feito por neurocirurgiões da Universidade da Califórnia do Sul. Segundo os cientistas, as atualizações em sites desse tipo são rápidas demais, impedindo uma compreensão adequada do cérebro e prejudicando especialmente o desenvolvimento emocional de jovens. O risco principal é tornar esses internautas indiferentes ao sofrimento alheio, uma vez que eles não têm tempo de refletir sobre as informações que recebem.

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- Se as coisas acontecem rápido demais, pode ser que você nunca vivencie emoções sobre os estados psicológicos de outras pessoas e isso tem implicações no seu senso de moralidade - disse a pesquisadora Mary Helen Immordino-Yang.

A conclusão é polêmica e encontra contraditório em alguns vídeos que viram febre na internet principalmente por seu conteúdo emocional, como o da dona-de-casa britânica Susan Boyle.

O trabalho será publicado na próxima edição online da revista da National Academy of Sciences. Para a pesquisa, voluntários ouviram histórias reais escolhidas para estimular sentimentos de admiração pela virtude ou habilidades ou compaixão por dores físicas ou problemas sociais.

Mapeamentos do cérebro mostraram que seres humanos respondem com rapidez a sinais de dor física em outras pessoas, mas demoram mais para demonstrar admiração por atos de compaixão.

Segundo os pesquisadores, o estudo levanta importantes questões quanto ao custo emocional de jovens receberem avalanches de fragmentos de notícias pela TV, programas de RSS e redes sociais como Facebook e Twitter.

O pesquisador Antonio Damasio, diretor do Instituto do Cérebro e Criatividade da USC, disse à CNN que o estudo mostra a importância de diminuirmos a velocidade com que recebemos notícias, e aumentar a importância de emoções mais lentas, como a admiração.

- Nós separamos o bom e o mau graças ao sentimento de admiração. É uma reação psicológica produnda, muito importante para definir nossa humanidade.

Fonte: Globo On Line

Será que o ritmo alucinado em que nos movemos vai influenciar também em nossa relação com Deus?

14 abril 2009

Como conciliar a liberdade dos filhos com o medo da violência?


Os pais têm uma preocupação constante com a segurança dos filhos. Mas como eles devem lidar com o desejo de liberdade dos adolescentes? Achar a medida ideal para ambos os lados é o grande desafio

Veja um vídeo...

08 abril 2009

Sexo precoce: crianças e adolescentes iniciam vida sexual cada vez mais cedo

Dados do Ministério da Saúde apontam que, de 1996 a 2006, o percentual de garotas que perderam a virgindade até os 15 anos saltou de 11% para 33%. Nesta mesma faixa, 47% dos meninos já tiveram sua iniciação. A dificuldade dos pais em impor limites, a falta de orientação sexual eficiente nas escolas e uma cultura de massa extremamente erotizada são fortes estímulos à atividade sexual precoce, segundo a Revista IstoÉ.


A reportagem de capa da Revista IstoÉ de hoje traz o tema da sexualidade vivida cada vez mais cedo pelos adolescentes.

A reportagem conta diversos casos preocupantes, entre eles o de crianças e adolescentes que se filmaram durante uma relação sexual, e de duas adolescentes que ficaram grávidas aos 13 e aos 14 anos.

Segundo a revista:

Especialistas são unânimas: na esteira do contato prematuro com o sexo vem uma série de problemas. Entre eles, não ter prazer (e se cobrar por isso), associar o sexo a algo errado e ruim, a gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e dificuldades de relacionamento. A situação causa até impactos fisiológicos, acelerando a ebulição hormonal. A primeira menstruação das meninas, por exemplo, cai cerca de seis meses a cada geração. Hoje está em 12 anos, segundo o Ministério da Saúde.


Uma consequencia moral grave me parece a incapacidade de se viver um amor plenamente humano nessas situações. O próprio fato de ter relações sem estar aberto à vida de um filho já deturpa o sentido do amor, pois amar significa acolher o outro em tudo o que é, inclusive sua potencialidade generativa. Ao dizer "amo, mas não quero compromisso" (e aí entra o compromisso que os filhos significam), o próprio amor se esvai, transformando o ato sexual em mera procura de prazer. Obviamente, o prazer não é ruim, o problema é transformá-lo no objetivo último.

Segundo a revista, a situação das meninas é peculiar:

Além de sofrerem mais com os problemas, sendo o mais latente a gravidez, as meninas despertam mais cedo para a sexualidade do que os meninos. "Elas estão realmente tomando a dianteira", diz a psicóloga Clara Freiberg, do Colégio Sion, em São Paulo. "Amadurecem antes e pedem aos garotos para ficar com eles". A sociedade atual também contribui. "Existe uma crença de que a mulher sexy e bela se dá bem na vida, tem mais chances de sucesso", diz a psicopedagoga Maria Irene Maluf. "É um mecanismo que alimenta a sexualidade antes da hora".


A verdade é que o ambiente cultural em que nos movemos é altamente erotizado. O blog Sexualidade humana já tratou do tema em Pornocultura e gravidez precoce, recomendo a leitura (encontrei a matéria no sistema de busca do Guia de Blogs Católicos).

E os pais desses meninos e meninas, onde estão? É uma pergunta que algumas pessoas fazem. É claro que a atuação dos pais é sempre fundamental.


Os pais têm medo de reprimir e perdem o controle do que os filhos fazem. "Aqueles que têm hoje filhos de 10 anos são da geração da década de 70", lembra a psicopedaoga Quézia. "Eles tendem a ver as imposições como um problema, não como parte fundamental da educação". Os adolescentes percebem essa inseguraça e jogam com ela usando argumentos como "os pais dos meus amigos deixam". Outro equívoco da família é incentivar posturas ligadas à vida adulta. "É comum ver mães achando engraçadinho vestir menina de mulher e pais elogiando o menino que tem fama de pegador", ressalta.


Também aqui encontramos uma componente cultural. Além dessa dificuldade em apresentar os limites apontada na reportagem, vemos que o culto à sensualidade possui um papel importante. A reportagem fala de uma cultura popular "recheada de apelos sexuais" em letras de músicas, filmes, novelas, seriados. Neste sentido, há uma matéria interessante no blog Diga não à erotização infantil, cuja leitura também recomendo. Um aperitivo:


Para a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jane Felipe, especialista em educação infantil, a sociedade vive hoje um momento de “pedofilização”, ou seja, a pedofilia como prática social contemporânea e, de uma forma camuflada, aceitável.

“A mesma sociedade que promove leis justas de proteção às crianças e adolescentes também ajuda a projetar pela mídia um desejo cada vez maior pelo corpo, na maioria dos casos, feminino. A mulher, para conquistar espaço, precisa ser desejável”, afirma Jane. “Na cultura brasileira, existe um imenso culto à erotização. O que acontece é uma busca pela combinação entre a ingenuidade quase infantil e o desejo extremo. Isso captura homens, mulheres e também tem afetado a subjetividade das crianças, que tem se mostrado muito preocupadas com a estética. Conheço meninas de 4 e 5 anos que só querem comer alface ou rejeitam certos modelos de roupas.

Tudo para não parecerem gordas ou distantes das imagens propagadas pela TV e copiadas pelas amiguinhas”, completa a especialista.


Uma ilusão é pensar que só informação basta para resolver esses problemas. Quando se trata de crianças e adolescentes, o mais importante é a formação, ou seja, uma educação que lhes permita descobrir o sentido e o valor dos seus atos, especialmente o sentido de tudo o que envolve a sexualidade humana. A reportagem da Revista IstoÉ termina com uma observação interessante nesse sentido. Informação à disposição não é garantia de uma vida sexual saudável, diz a revista. E apresenta uma dúvida intrigante: pode ser que as crianças e adolescentes estejam sofrendo justamente pelo excesso de "conhecimento" que encontram por caminhos tortuosos.

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IstoÈ reconhece: Igreja em alta


"220 jovens foram ordenados sacerdotes no Brasil no ano passado - número que mostra que a Igreja Católica está em alta. A média anual da década anterior era de 55 novos sacerdotes", afirma a Revista IstoÉ em sua edição de 8 de abril de 2009.

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06 abril 2009

As sete dores de Maria. Meditação para a Semana Santa.



Passemos essa semana, especialmente o sábado santo, na companhia de nossa Mãe. Uma bela devoção é contemplar as sete dores de Maria. Há vários sites na internet sobre isso, gostei desse aqui, por equilibrar dor e alegria, e porque ajuda em uma meditação mais existencial, uma vez que apresenta o texto em primeira pessoa. Há também meditações em forma de poesia. Agradeço ao Jorge Ferraz por as ter divulgado em seu blog, onde as encontrei.

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02 abril 2009

Enquete sobre declarações do Papa a respeito da camisinha


No site Estadão, você pode dar sua opinião sobre a seguinte pergunta: "Você concorda com a posição da Igreja, que acredita que a distribuição de camisinha piora o problema da aids?" Seu voto é muito importante. Antes de votar, talvez seja bom você se informar melhor aqui.

01 abril 2009

Depressão infantil causada por estresse. A contribuição do sentido da vida e auto-estima das crianças

Mudanças de residência (principalmente para fora de sua cidade), dificuldades financeiras da família, brigas frequentes em casa, separação dos pais ou morte de um deles. O acúmulo desses eventos nos primeiros anos de vida aumenta o risco de depressão infantil. Para enfrentar as adversidades, nossos filhos precisam de ajuda. Para isso, o sentido da vida e a auto-estima são essenciais.

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Essa é a conclusão de um amplo estudo realizado na Hungria e publicado na última edição do Journal of Affective Disorders. A rapidez com que as crianças deprimidas acumularam experiências negativas nos primeiros anos de vida surpreendeu os pesquisadores. Os resultados mostraram, por exemplo, que aos sete anos de idade, aquelas diagnosticadas com depressão já haviam vivenciado pelo menos duas vezes mais acontecimentos deste tipo do que jovens saudáveis aos 17 anos.

Esse resultado serve para questionar a idéia de uma suposta alta capacidade de resiliência infantil, como se elas pudessem superar eventos estressores com mais facilidade que os adultos.

Resiliência é capacidade de passar por experiências adversas sem prejuízo para o desenvolvimento. Todos conhecemos casos em que alguém tenha passado por experiências trágicas, e, mesmo assim, levou uma vida cheia de otimismo e sentido. O Papa João Paulo II é um exemplo, entre muitos.

O estudo sugere que a resiliência não é um dado inerente a toda criança. Caberia, então, a pergunta: por que algumas crianças são resilientes, e outras não?

Afirma-se que a resiliência é um fenômeno psicológico construído a partir da presença de figuras significativas, com as quais a criança pôde estabelecer vínculos, seja de apoio seja de admiração.

Essa é uma missão dos pais. Para orientar nossos filhos diante das adversidades, precisamos ajudá-los a encontrar sentido em suas vidas, encarando os problemas como desafios que os impulsionam para a frente. A percepção de que a própria vida tem um sentido grandioso é fundamental para a auto-estima da criança. Esses dois aspectos -sentido da vida e auto-estima-, embora não suficientes, são necessários para formar crianças resilientes.

Mas para ajudarmos nossos filhos a encontrar o sentido grandioso de suas vidas, é preciso que nós primeiro o façamos. Você sabe qual o sentido da vida de seu filho? Deixe seu comentário aqui, para desenvolvermos esse assunto.