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22 junho 2007

Matéria publicada no site UOL Crianças.

Quarta-feira, a turma se aprontando para ir para a escola. Um dia normal. Até que Carmita, nossa funcionária, pergunta para a Nina: ´sabia que hoje é o Dia dos Namorados?". "Claro!", reponde ela, do alto dos seus seis anos. "Eu até fiz uma carta para dar para o Gabriel". Como assim? Pára o mundo que eu preciso refletir!

Nina deu para dizer que namora o Gabriel, um amiguinho da classe. Mas o Gabriel também diz que namora a Nina. E essa história vinha se desenrolando assim, sem muita importância... Até que ele passou a escrever cartas para ela, e ela para ele... "ti amo" pra cá, "você é minha paichão" pra lá... assim mesmo, com todos os erros gostosos de português da fase de alfabetização. No começo tudo é muito bonitinho. E aí você percebe que ela começa a reparar mais no beijo da novela das seis... Opa! Sinal de alerta no ar. A questão é:

Até onde a brincadeira de namorar nesta fase é saudável?

Um grande medo, acredito que principalmente dos pais de meninas, é a antecipação do despertar da sexualidade nas crianças. Aqui em casa tentamos evitar músicas, roupas e programas de televisão que achamos inadequados. High School Musical só foi liberado depois que assistimos o filme inteiro e vimos que realmente não tem malícia. Rebeldes? Nem pensar! Mas isso basta?

Na verdade não dá para blindar a criança. Mas dá para conduzi-la, claro! E esse é o nosso papel. Já percebi, por exemplo, que temos que deixar ´morrer´ o assunto do namoro, antes que ele assuma proporções maiores.

Faz parte da infância, querer copiar os adultos: brincar de se maquiar, vestir a roupa dos pais, e querer imitá-los, inclua-se aí o namoro. Mas o namorado nesta fase não pode passar de um amigo especial. E só. Não tem que radicalizar, reprimindo a criança. Mas também não tem que incentivar, nem fazer com que o tema vire mesmo um assunto recorrente. Nada de comprar presente para o namoradinho, ou então ficar contando para a família toda, com brincadeirinhas do tipo "já contou para a sua tia quem é o seu namorado?".

Agora, quando a Nina toca no assunto, escuto, mas desconverso logo depois, trazendo outros temas para nossas conversas. Usando o bom senso, logo o assunto do namoro é deixado para trás... Ufa! Ainda bem, porque pretendo voltar ao tema só daqui uns seis outros anos! Risos!!!


19 junho 2007

Os 10 mandamentos do motorista católico

Vai viajar nessas férias? O Vaticano acaba de divulgar as "Diretrizes para o cuidado pastoral da estrada", em que apresenta 10 atitudes que o católico deve cultivar nas estradas. É um documento que reúne reflexões sobre a conduta nas estradas, mas que, como era de se supor, já está sendo objeto de gracejos na imprensa. O G1, por exemplo, portal de notícias da Globo, divulgou essa notícia há poucos minutos, com o subtítulo até engraçado "não atropelarás".

Os 10 mandamentos são:

1) Não matarás
2) A estrada seja para ti um instrumento de ligação entre as pessoas, não de morte
3) Cortesia, correção e prudência para te ajudar a superar os imprevistos
4) Ajudar o próximo, principalmente se for vítima de um acidente
5) Que o automóvel não seja um lugar de dominação e nem lugar de pecado
6) Convencer os jovens sem licença a não dirigir
7) Dar apoio às famílias que tenham parentes vítimas em acidentes
8) Reúna-se com a vítima com o motorista agressor em um momento oportuno para que possa viver a experiência libertadora do perdão
9) Proteger o mais vulnerável
10) Você é o responsável pelos outros

Confira a notícia aqui. Até o momento em que escrevi essa postagem, o site do Vaticano ainda não havia publicado o documento. Se quiser ver se já está on line, deixo aqui o link direto para o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.

Boa viagem!

Os avós na formação da criança

A terceira idade traz para a pessoa novas possibilidades de fazer o bem. E uma grande importância está na formação das novas gerações. Compartilho com vocês um texto que achei interessante.

Quando duas pessoas se casam e decidem ter filhos, manifestam uma intensa vontade de conquistar independência da imagem que têm dos pais, como se pudessem descobrir uma nova identidade. Essa idéia revela a intenção de não repetir os modelos.

Trata-se, porém, de um desafio quase impossível de ser cumprido, pois o passado familiar está vivo e marcado de forma definitiva. Sempre se parte de modelos conhecidos, que poderão ser contestados, transformados ou imitados, mas nunca ignorados.

Para que as crianças possam delinear o futuro, é importante que conheçam a história das gerações anteriores da família. As noções de continuidade e transcendência estão presentes nas lembranças que só os avós conseguem transmitir com tanta ternura. No encontro entre um dos avós e um neto, o passado e o futuro se fundem no presente, por meio da descoberta de uma séria de laços culturais e emocionais.

Embora a relação com os avós possa representar uma importante força para a transmissão espontânea de conhecimentos e sabedoria, a realidade mostra que é comum a ocorrência de desarmonia entre gerações. Esses problemas, no entanto, podem ser evitados com paciência de ambas as partes e alguns cuidados.

Os avós devem tentar dominar o ímpeto de dar ordens e lições de vida e oferecer modelos para mostrar sua competência. Por exemplo, quando auxiliam os filhos nas despesas da casa ou em uma emergência, precisam saber que isso não outorga a eles o poder de decisão. Quando solicitados, devem oferecer conselhos e experiência como simples colaboração, sem ficar magoados se os filhos decidem não aceitá-los ou fazer algo diferente.

Agora todos são adultos responsáveis e têm filhos, e assim podem estabelecer conversas de "pais para pais", numa relação solidária e cooperativa que beneficia a todos.

Chega um momento em que cada nova geração compartilha suas preocupações, dificuldades e gratificações com a que a antecede.

Fonte: "A saúde de nossos Filhos", Publifolha e Departamento de Pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein. São Paulo: Publifilha, 2002, pp. 208-209.


13 junho 2007

Brincadeira infantil é coisa séria

"Crianças precisam brincar em lugares selvagens onde podem correr riscos, disse a Royal Society for the Prevention of Accidents (RoSPA), entidade britânica para a prevenção de acidentes."

Veja mais em UOL Crianças.

11 junho 2007

Diante da morte: agir como o avestruz?

"Na Inglaterra, um homem recebeu a pior notícia que uma pessoa pode ouvir de um médico: 'você está com uma doença terminal e tem um ano de vida'. O homem gastou tudo o que tinha e só então descobriu que o médico estava errado. E agora, quem paga a conta?"

Essa é a chamada para uma reportagem interessante que foi ao ar no programa Fantástico, de 03/06. A matéria escrita está aqui. E você pode ver o vídeo da reportagem clicando aqui.

Em nossa sociedade secularizada, materialista e hedonista, a morte é um tabu. Evita-se falar nela, ou é tratada com banalidade, sem que se enfrente de fato o que ela significa: que esse mundo passa.

Talvez essa constatação não seja boa para o capitalismo reinante, mas deveria estar presente em todos os momentos de nossa vida. Não apenas como algo teórico, mas como algo experimentado na fragilidade de nossa existência.

Não sou ninguém para julgar a pessoa da reportagem, mas o terror que se lhe abateu quando compreendeu o que significa de fato a sua morte, teve uma conseqüência comum em várias pessoas que relatam ter passado pelo mesmo drama: serviu como um convite para rever sua vida e tomar decisões para torná-la mais significativa.

Alguns decidem se dedicar mais à família. Outros, se aproximam mais de Deus. Outros, ainda, decidem dar parte de sua riqueza a uma fundação ou aos pobres. Muitos, procuram se reconciliar com pessoas ou acontecimentos de sua vida (há um excelente filme sobre isso: Linha Mortal). Infelizmente, para ele isso quis dizer "curtir a vida adoidado", lançando-se com voracidade sobre tudo aquilo que possa dar algum prazer nesta vida: comidas, passeios, diversão.

É uma pena. Quando temos os olhos voltados só para este mundo, amputando de nossa existência uma parte essencial de nossa identidade humana - a transcendência -, não conseguimos mesmo ver o céu e tentamos nos agarrar ilusoriamente à "paz que o mundo dá". É a tática do avestruz, em que enterramos nossa cabeça e nossos pensamentos na terra, e cremos que ali no escuro estamos livres de encarar a realidade.

Realmente, a morte seria terrível se não tivesse sido vencida por Cristo. Podemos encará-la com serenidade -embora ainda dolorosa, porque é uma negação para a qual não fomos feitos. E podemos ensinar nossos filhos a tê-la presente em sua vida, quando colocamos em seu coração aquela oração dirigida à Mãe do Senhor e nossa, na qual pedimos para que ela interceda por nós na hora de nossa morte. Que isso não fique só na teoria, mas entranhado em nossa alma!

09 junho 2007

Teste de gravidez

Meu amigo, Rogério, enviou uma apresentação de slides muito comovente. Resolvi compartilhar com vocês. Valeu, amigo!


07 junho 2007

Novas descobertas podem pôr fim à controvérsia ética sobre uso de células-tronco embrionárias

O Jornal Nacional da Rede Globo, edição de 06/06/2007, anunciou essa fantástica notícia:

Cientistas japoneses e americanos desenvolveram uma técnica capaz de criar células-tronco sem usar embriões e depois descartá-los. Se a descoberta for bem sucedida em seres humanos, uma questão ética, que dificultava as pesquisas, será solucionada.

A nova técnica funcionou em ratos de laboratório. Se der certo em seres humanos é uma esperança de cura para doenças como diabetes e mal de parkinson.

Nas técnicas que vinham sendo pesquisadas até agora, o núcleo de uma célula adulta era inserido em um óvulo não-fertilizado. O resultado era um embrião que produzia as células-tronco, que depois era descartado.

Na nova técnica, quatro genes foram introduzidos em células da pele de ratos. Elas se reprogramaram e se transformaram em células-tronco, que podem formar qualquer tecido do corpo humano.
Veja a matéria em vídeo abaixo, mas antes queria fazer duas ponderações:

1. Não são "grupos religiosos" apenas os que fazem forte oposição ao uso de células-tronco embrionárias. O assunto não é de religião, mas de senso comum. Há, de fato, muitas pessoas sem religião contrárias a esse tipo de procedimento.

2. Quando se escolhe dizer que a questão ética "dificultava as pesquisas", está-se adotando já um posicionamento a respeito do uso de células-tronco embrionárias, pois se está dando ênfase ao aspecto negativo (dificultar a pesquisa), quando se poderia também escolher o aspecto positivo (defender a vida de todos).




05 junho 2007

Milagres eucarísticos

Por ocasião da festa de Corpus Christi, que celebraremos na próxima quinta-feira, deixo com vocês dois vídeos sobre alguns milagres eucarísticos. São situações em que Deus nos ajuda a compreender o milagre que é cada eucaristia que celebramos.

Milagre eucarístico de Lanciano (4:13)


Reflexão sobre a Eucaristia e os milagres eucarísticos (10:53)

04 junho 2007

Reduzir o custo dos anticoncepcionais basta?

O governo brasileiro lançou em 28 de maio a Política Nacional de Planejamento Familiar. Quanto a esse tema, encontrei o interessante artigo de D. Rafael Llano Cifuentes, bispo de Nova Friburgo. O tema é abordado sob uma perspectiva laica -e não religiosa-, trazendo argumentos que não podem deixar de ser levadas em consideração.

Leia Mais...

O Ministério da saúde anunciou a redução de 90% do preço dos anticoncepcionais, o aumento da oferta gratuita de pílulas e de ampolas injetáveis anticoncepcionais - inclusive das “pílulas do dia seguinte”- nos postos de saúde, a ampliação de verbas para incentivar a vasectomia e a laqueadura, a distribuição massiva e gratuita de preservativos e outras medidas similares.

Está grassando uma verdadeira febre anticoncepcional. Parece que só se enxerga um aspecto do problema e não a dignidade da pessoa humana como um todo e o respeito devido à integridade do organismo humano e as suas funções.

Por outro lado, em nenhum momento se alerta à população dos aspectos negativos dessa campanha anticoncepcional. As pílulas suscitam algumas doenças, como trombo-flebite, trombose da veia hepática, tromboses cerebrais e pulmonares, aumento da pressão arterial, tumores do fígado, câncer de mama, além de outros efeitos psicológicos. Não se adverte que elas têm um potencial efeito antinidativo e, portanto, abortivo. A laqueadura trás consigo a síndrome postubária e sangramentos. E ela, como a vasectomia, provoca freqüentemente o sentimento de frustração e mutilação. Por esta razão, no Brasil, há um aumento progressivo de operações cirúrgicas para conseguir a reversão da ligadura de trompas e da vasectomia... Em parte alguma se fala destas seqüelas colaterais, nem da percentagem, não pequena, na falha do uso dos preservativos.

O problema essencial, contudo, não é este. Há um motivo mais profundo que desqualifica essa campanha: a lei natural determina que existe um vínculo inseparável entre a relação sexual e a transmissão da vida. Romper artificialmente essa união - como acontece com os anticoncepcionais - representa uma grave infração desta mesma lei natural.

As conseqüências são nefastas: utiliza-se o corpo humano - especialmente o da mulher - como simples objeto de prazer; banaliza-se a relação sexual - que está destinada a unir profundamente dois seres humanos e a ser fonte da vida - para convertê-la em mera satisfação instintiva; fomenta o desprezo da vida considerando a eventual gravidez como um perigo que deve evitar-se...

É louvável um verdadeiro planejamento familiar, sem contrariar a lei natural, servindo-se dos métodos naturais - como o Billings e outros - que têm uma eficácia comprovada igual ou maior do que as pílulas e não acarreta efeitos colaterais. Mas em nenhum momento o Ministério da Saúde falou nesses métodos naturais, o qual significa uma péssima e lamentável omissão.

O Estado deve compreender, de modo fundamental, que não existe sociedade estável sem família bem constituída; não há família bem constituída sem fidelidade conjugal; e não há fidelidade conjugal sem a educação da afetividade e do sexo, sem autocontrole.

A questão não consiste em curar os efeitos, mas as causas. Não se encontra o remédio nos preservativos, nas pílulas, na esterilização, mas na mudança de atitude: um verdadeiro trabalho educativo no qual a Família, o Estado e a Igreja têm que envidar os mais vigorosos esforços.

Não é com anticoncepcionais que se solucionarão os problemas do desregramento sexual, mas com um trabalho profundo que venha a colocar no lugar que merece, o valor da vida, do amor, do sexo, do matrimônio e da família.

Perguntamos que esforço fez o atual governo para desenvolver um verdadeiro trabalho educativo nesse sentido? Aumentou em 100 milhões de reais a campanha dos anticoncepcionais, mas questionamos que quantia destinou para suscitar no Brasil, a implantação de um sadio sistema de educação afetiva e sexual? (Não um sistema impositivo, estatizante e equacionado numa ideologia reducionista e unilateral, mas aberto à livre opinião das famílias que são as primeiras educadoras naturais dos filhos em processo de formação.).

O Estado não pode instigar a um tipo de educação sexual sem abrir opções aos pais para que possam escolher, com liberdade, entre uma solução ou outra. Será que as autoridades públicas dão às Igrejas e às outras instituições não governamentais - formadas por cidadãos brasileiros - de forma proporcional, os recursos educacionais semelhantes aos que o governo, unilateralmente, gasta em um programa milionário como a campanha dos anticoncepcionais?

Nesse terreno, o caráter subsidiário do Estado na educação dos filhos deveria oferecer a estas instituições esses recursos, a fim de que os pais venham a dispor de novas perspectivas e opções.

O Estado é laico. Ninguém duvida. Mas também são laicas - sem nenhuma conotação religiosa confessional - todas as considerações que acabamos de fazer. E elas não podem deixar de ser levadas em consideração.