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21 fevereiro 2007

Preconceito contra a adoção

Nem uma cadela abandona os filhotes. Essa é uma expressão comum de se ouvir quando se trata de uma mulher que entrega seu filho para adoção.

Infelizmente, a adoção é cercada de mitos e preconceitos. Muitas vezes, aborda-se aquele sofrido pela família adotante. Tendo eu mesmo adotado, queria tratar aqui não do preconceito que minha família sofre por causa da adoção, mas do sofrido pelas mães que entregam seus filhos.

A novela Páginas da vida teve o mérito de abordar a questão de maneira muito interessante, tratando inclusive da adoção de criança com deficiência mental. No entanto, é com imenso pesar que vejo o autor reproduzindo e reforçando o preconceito contra quem entrega para adoção. De fato, na novela, quem entrega a criança para adoção é a vilã da estória, pessoa cuja maldade revolta a qualquer um.

Será que é vilã a mãe que entrega para adoção? Teríamos que fazer um juízo de valor a respeito de cada situação concreta, o que nos impossibilita de dar uma resposta genérica. Na maioria das vezes, o motivo mais presente é a falta de recursos materiais. Por trás deles, creio faltarem também condições psicológicas ou até mesmo afetivas (não só por parte da mãe, mas de todo o contexto em que está inserida. Penso especialmente na violência doméstica).

Algumas pessoas que acreditam defender os direitos da mulher costumam sugerir a legalização do aborto como antídoto para esses casos em que a mãe não tem condições de criar seu filho. Na minha opinião, a possibilidade do aborto agravaria as pressões sociais sobre a mulher (pressão do patrão, do mercado, do namorado irresponsável, da família, apenas para citar alguns exemplos). Além disso, sabe-se do mal psicológico que as mulheres sofrem após um aborto (veja no vídeo abaixo, em inglês).

Por que pode parecer mais fácil a uma mulher recorrer ao aborto do que entregar o filho para adoção? Sabendo que a primeira opção é uma intervenção violenta em seu corpo, alterando abruptamente todo um estado fisiológico; que é um crime e que retira a vida de uma pessoa indefesa. Sabendo que muitas famílias desejam um filho;que as filas de adoção só aumentam; que uma nova criança trará alegria imensa para toda uma família... Por que, mesmo assim, pode parecer melhor, mais cômodo, menos grave, abortar (ou abandonar seu filho na lata de lixo, numa lagoa) e não entregar um filho para adoção?

Creio que o preconceito contra a mulher que entrega seu filho para adoção é muito, muito forte. Deveria ser apoiada, em primeiro lugar, a acolher seu filho. Para isso, obstáculos de ordem material ou psicológica deveriam ser vencidos. No entanto, se não se sentir capaz de mantê-lo, será um ato de amor e não crueldade entregar o filho para adoção.

Você, o que acha? Deixe seu comentário aqui no blog!

E aí está o vídeo de que falei, sobre as conseqüências psicológicas do aborto.




17 fevereiro 2007

Criança enxerga loooonge



Quando olho dentes-de-leão, eu vejo ervas daninhas
invadindo meu quintal.
Meus filhos vêem flores para a mãe
e sopram a penugem branca pensando em um desejo.

Quando olho um velho mendigo que me sorri,
eu vejo uma pessoa suja que provavelmente
quer dinheiro e eu me afasto.
Meus filhos vêem alguém sorrir para eles
e sorriem de volta.

Quando ouço uma música, eu gosto.
Mas não sei cantar e não tenho ritmo;
então me sento e escuto.
Meus filhos sentem a batida e dançam.
Cantam e se não sabem a letra,
criam a sua própria.

Quando sinto um forte vento em meu rosto,
me esforço contra ele. Sinto-o atrapalhando meu cabelo
e empurrando-me para trás enquanto ando.
Meus filhos fecham seus olhos,
abrem seus braços e voam com ele,
até que caiam a rir pela terra.

Quando rezo, eu digo Tu e Vós
e conceda-me isto, dê-me aquilo.
Meus filhos dizem, "Olá Deus!
Agradeço por meus brinquedos e meus amigos.
Por favor, mantenha longe os maus sonhos hoje à noite.
Eu ainda não quero ir para o céu.
Eu sentiria falta de minha mãe e de meu pai."

Quando olho uma poça de lama eu dou a volta.
Eu vejo sapatos enlameados e tapetes sujos.
Meus filhos sentam-se nela.
Vêem represas para construir,
rios para cruzar e bichinhos para brincar.

Eu só queria saber se os filhos nos foram dados
para nós ensinarmos ou para aprendermos...


15 fevereiro 2007

Um país movido a escândalo?

No Brasil, principalmente na mídia eletrônica, o tema da morte do menino João Hélio no Rio de Janeiro foram destaque nesta semana. Nestes artigos, o ódio e a revolta misturam-se com apelos pela liberação da pena de morte, alteração da maioridade penal, alteração do código penal, independência dos estados para código penal, etc.

O que chama mais atenção neste momento, além da brutalidade da violência do caso, é a necessidade que o nosso país tem de senso de urgência. Precisamos mudar! Urgentemente! É este o brado geral da nação indignada!

Apesar de ter certeza que mudar é preciso, também tenho certeza que, como tantas outras vezes, no calor da emoção acabamos nos atropelando e tomando decisões que acabam não levando a nada, ou piorando problemas.

A violência é causa ou é consequência? Quais são as ações que estamos tomando para fazer uma análise 360º do problema? Estamos buscando soluções fáceis e rápidas para problemas complexos? Ou estamos cortando o mal pela raiz? Devemos responder a violência com violência? Ou construir um caminho de todos para a paz?

Os pais de João Hélio, em entrevista em vídeo, fazem um depoimento que resume um pouco do que nós precisamos:

Rosa Cristina Fernandes (mãe do João Hélio): Eu acho que o motivo mais importante de estarmos aqui é, principalmente, que os governantes tivessem alma, olhassem o João como filho, não como mais um. ‘Ah, morreu’. Amanhã outros vão morrer. Não pode. Tem que acabar. Tem que mudar.

Elson Vieites (pai do João Hélio): A gente só queria que a morte dele não ficasse em vão, que tudo que vem acontecendo servisse realmente para marcar uma fase de mudança no nosso país, que realmente houvesse essa mudança, que fosse marcada essa paz, porque coisas como essa não podem voltar a acontecer. As pessoas não podem sofrer como a gente está sofrendo. É muito duro, muito difícil.
Há quem não acredite que a mudança é possível. e há muitos fatos para isso. A polícia, por exemplo: Por que apenas no calor dos acontecimentos ela nos surpreende capturando os bandidos em menos de 8 horas? Por que não é sempre assim? Por que precisamos reagir somente ao "escândalo"? Acaso nosso país funciona a base de paulada?

A mudança que nosso país precisa começa em mim e em cada um de nós - numa intolerância pela injustiça, uma intolerância pela nossa terceiromundície encardida a qual parecemos estar condenados a viver, e na troca dos nossos interesses pelos interesses da sociedade.

Neste sentido, não optemos por soluções fáceis como rever códigos ou ampliar penas - muito menos a pena de morte - o criminoso não deixa de agir por causa do medo da pena, e sim age pela certeza que não será pego! A solução difícil (ou a passagem estreita, como queira) é uma mudança radical nos pilares da educação, da família e dos valores de nossa sociedade. E esta mudança começa com o compromisso de cada um de nós.

12 fevereiro 2007

Campanha visa a banir crucifixos dos espaços públicos

Uma ameaça paira sobre os crucifixos colocados em espaço público. Veja a notícia que nos chegou, de autoria dos Cooperatores Veritatis. Parece-me importante como uma forma negar a cidadania a pessoas que têm religião, especialmente os cristãos. Para muitos, religião só pode ser coisa privada, mas sem o direito de expressar e plasmar o espaço público com os elementos cristãos. No final dessa postagem, há outros links relacionados com essa temática de impedir que católicos expressem publicamente a fé.

No dia 28 de julho [2006] a Folha Online noticiou que um promotor de Justiça exigiu da USP (Universidade de São Paulo) a retirada de um crucifixo de uma sala da Universidade. Conforme a notícia a exigência foi devida a “queixa de uma pessoa que alegou ter ficado incomodada com o objeto”.

Este fato motivou a criação de um site que visa auxiliar os internautas para que repitam o mesmo procedimento do queixoso paulista, com o intuito de sumirem com os crucifixos de todas as repartições públicas do Brasil.

A campanha pela retirada dos crucifixos, dos espaços públicos no Brasil, ganhou força ano passado pela iniciativa de um juiz gaúcho. Roberto Arriada Lorea lançou a proposta no Congresso de Magistrados Estaduais, em Santana do Livramento (RS). A idéia da retirada dos crucifixos, apresentada por um colega, pois Lorea estava em viajem, foi amplamente divulgada na mídia. O que a mesma mídia não deu muita atenção foi à decisão dos Magistrados gaúchos: em votação, a maioria dos participantes do Congresso decidiu pela manutenção dos crucifixos nas salas de audiência (conforme notícia do Espaço Vital).

O pressuposto teórico

A recente campanha lançada na internet, para banir os crucifixos dos espaços públicos, se baseia na falsa idéia de que um Estado Laico deve ignorar tudo o que é religioso. Confundem a laicidade do Estado com o laicismo. Conforme explicou o Papa João Paulo II em 12/01/2004:

“Evoca-se com freqüência o princípio da laicidade, em si mesma legítima, quando é compreendida como distinção entre a comunidade política e as religiões (cf. Gaudium et spes, 76). Todavia, distinção não quer dizer ignorância! Laicidade não é laicismo! Ela não é senão o respeito por todos os credos por parte do Estado, que assegura o livre exercício das atividades espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes”.

O objetivo

Conforme explicamos, o objetivo da campanha é sumir com os crucifixos dos espaços públicos. Nas palavras dos propositores da idéia: “A única maneira de deixar as repartições públicas neutras em relação à religião é remover os símbolos religiosos, sem exceção”.

Falam, na maioria das vezes, em símbolos religiosos, sem especificação. Mas na seção de Perguntas e Respostas do site da campanha fica bem claro o alvo. Podemos ler: “Quais símbolos religiosos devem ser retirados? Todos. Os mais comuns são crucifixos (esculturas de Jesus na cruz), cruzes, santuários, nichos e imagens religiosas”.

Plano de ação

Para concretizar a idéia o site incita as pessoas a queixarem-se junto ao Ministério Público: “para fazer a sua parte, cada cidadão pode enviar uma ou mais representações ao Ministério Público informando-o dos símbolos religiosos do seu conhecimento e pedindo providências”.

Para facilitar o trabalho de quem aderir à idéia há no site um modelo pronto de representação junto ao MP. Pedem ainda que o requerente envie uma foto do crucifixo que supostamente o constrangeu.

O texto do Modelo cria a situação para o queixoso:

“Comparecendo à sede da Secretaria Municipal de Saúde de São Longuinho, o representante deparou-se com um crucifixo afixado no hall de entrada do edifício (fotografia anexa), forma de manifestação religiosa que ofende o princípio da laicidade estatal, materializado no artigo 19, inciso I, da Constituição Federal”.

E como não podia deixar de ser o mentor da idéia aparece no texto do Modelo: “Analisando o crescimento de abusos desta natureza, o juiz Roberto Lorea, do Rio Grande do Sul, propôs a retirada dos crucifixos dos fóruns e tribunais gaúchos (...)”

“Se você é católico, nada”

O mais incrível desta iniciativa anti-católica é que ela sugere o que deverá fazer o católico que não concorde com a retirada dos crucifixos.

A penúltima pergunta da seção Perguntas e Respostas do site é a seguinte: “Eu acho que as repartições públicas devem, sim, ter símbolos religiosos. O que devo fazer?” A resposta: “Se você é católico, nada”. E justificam: “Os símbolos católicos estão em praticamente todas as repartições públicas do país, e em muitas instituições privadas também”.

E a resposta a mesma pergunta segue “Se você não é católico, pode entrar na justiça pedindo que também seja incluído algum símbolo da sua religião, qualquer que seja ela”. Parece que esqueceram que nas respostas anteriores haviam proposto a retirada de todos os símbolos religiosos.

Veja também essas matérias, todas do Observatório da Perseguição

08 fevereiro 2007

Bebê com anencefalia pode ter alta hospitalar

Você já deve ter visto essa notícia no quadro "Notícias interessantes" aqui no blog. Mas vale a pena republicar, mas com minhas ressalvas que apresento logo ao final.

A pediatra Márcia Beani Barcellos voltou a cogitar, desde terça-feira (6), a possibilidade de dar alta hospitalar a Marcela de Jesus Ferreira, o bebê que nasceu em 20 de novembro com anencefalia, em Patrocínio Paulista, a 413 km de São Paulo. "Estou novamente preparando a mãe para isso, mas vai depender da família dela conseguir uma casa perto do hospital", explicou Márcia.

Caso dê alta, a pediatra faria visitas diárias, domiciliares. Por medida de segurança, a pequena Marcela não poderia ir para a casa dos pais, num sítio que fica a 18 quilômetros da cidade, pois isso dificultaria um possível atendimento de emergência. "Se a família conseguir o que é necessário, libero a Marcela imediatamente", disse a médica.

Em dezembro, Márcia cogitou a possibilidade de alta hospitalar pela primeira vez, mas a descartou após Marcela sofrer uma parada cardíaca. Marcela só saiu uma vez da Santa Casa de Patrocínio Paulista, no segundo dia de vida, para fazer exames mais detalhados em Franca. Em janeiro, a criança teve um quadro de secreção pulmonar, já curado.

Preparo

A família Ferreira estuda alugar uma casa na cidade. Enquanto isso, a mãe de Marcela, Cacilda Galante Ferreira, que não saiu do hospital desde o nascimento da filha, está sendo preparada para cuidar sozinha da filha. Além de dar banho, trocar roupas e medicar a menina, Cacilda também já sabe manipular o capacete de oxigênio, que auxilia a respiração da filha.

Além do aluguel de uma casa na cidade, a família Ferreira teria que alugar tubos de oxigênio. A Santa Casa forneceria o capacete de oxigênio. Marcela já está pesando 2,950 quilos. Ela surpreende até agora e só continua viva porque tem uma pequena parte do encéfalo (cérebro).

Fonte: G1

É estranhíssimo que a reportagem acabe de maneira tão negativa, dizendo os "transtornos" pelos quais a família deve passar. Mas os pais dela não se sentem negativos assim. Veja a carta que sua mãe, Cacilda, escreveu em 30/11 sobre sua linda filha! Nesse link você também poderá ver um vídeo dessa fofura!!

Leia ainda: Marcela: o fato que faz calar o argumento

Força da vida


Reproduzo aqui um texto curto e muito profundo, que Antonio Valerio publicou em seu blog. Ele toca o dedo na ferida, apontando a razão última do cansaço e do desânimo, situações tão comuns nas famílias com quem fazemos apostolado. Se quisermos viver reconciliados, transformando nossas famílias em cenáculo de amor, o primeiro passo é viver em sintonia com o Senhor.

Cidade Eterna: Força da Vida: "Haverá instrumentos para poder viver bem com os cansaços e desânimos? Temos todos dias mais cinzentos, a nossa condição de sermos por vezes pequeninos leva-nos a ficar parados perante encruzilhadas que nos questionam de como podemos seguir sempre o caminho certo.

Viver a história das consolações é muito próprio de quem é atento aos movimentos do Espírito. Isso requer tempos de escuta, cada dia, várias vezes ao dia. E isso é também exigente, porque nos faz ficar diante da pergunta do que é realmente Essencial na Vida.

Na homilia de hoje da Missa, o padre que celebrou, citando Aristóteles, disse que 'somos responsáveis pela qualidade das nossas escolhas'. O desânimo, acredito cada vez mais que nasce da falta de cuidado com o que temos de mais precioso.

Para quem tem o dom de viver para encontrar algo Absoluto, as pequenas escolhas tornam-se motivos de superação. E vive-se numa por vezes incapaz tentativa de gritar com a força da Vida. Se uma pequena escolha fosse a Escuta, a Vida estaria muito mais presente."

Cheguei a esse belo texto utilizando o quadro "Novidades em outros blogs", na página inicial do Família de Nazaré. Consulte sempre esse quadro, para poder acessar as mais novas postagens de pessoas que têm muito o que dizer!

07 fevereiro 2007

A exposição das crianças à propaganda


Acabo de ver na TV um anúncio de uma boneca, que termina dizendo: "Você pode. Você é Susi".

Aqui em casa, nem os avós do meu filho estão autorizados a dizer o que ele pode ou não pode ganhar, sem que eu e minha esposa tenhamos autorizado. Como é que um anunciante, no intervalo de um programa dedicado a crianças, entra em minha casa, dirige-se diretamente ao meu filho sem me consultar, e diz para ele "você pode"?! A mensagem de que "você pode" ou que não pode, não deveria ser dada pelos pais? O anunciante, ao dar esse "comando" à criança, não está agredindo o direito dos pais?

Não é a primeira vez que um anúncio desrespeita os direitos da família. Há alguns anos, um anúncio de um caminhãozinho, na mídia impressa, tinha a seguinte legenda: "é só falar que ele acende os faróis, liga o motor, anda, toca buzina e atropela sua mãe se ela não te der um"(!) (Conar, Representação nº 218/92)

Eis um dos motivos que me fazem pensar tanto no tema dos direitos da família! A propaganda direcionada ao público infantil é objeto de permanente preocupação para tais direitos. Mas quem nos defende contra os abusos?

Existe o Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária - Conar, mas não creio que este seja de fato o melhor caminho para a defesa dos direitos da família. É formado por entidades ligadas à propaganda e não tem poder para punir, uma vez que se trata de mera sociedade civil. Essa associação possui um Conselho de Ética formado por consumidores, anunciantes e outros segmentos, que procura aplicar o chamado Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária. Apesar do nome de "Código", não se trata de uma lei com força impositiva, mas apenas de um conjunto de normas de caráter privado, criado por algumas entidades privadas (Associação Brasileira das Agências de Propaganda, Associação Brasileira de Anunciantes, Associação Nacional de Jornais, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, Associação Nacional de Editores de Revistas). Sendo assim, as sanções ali previstas só são impostas a quem aceita a imposição. E tais sanções se limitam a advertir, recomendar ou manifestar a posição do CONAR sobre tal propaganda. Nada mais.

A falta de controle efetivo sobre a propaganda direcionada às crianças faz surgir propostas de regulamentação mais incisivas. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, foi proposto o Projeto de Lei nº 5921/91, de autoria do Dep. Luiz Carlos Hauly, que incluiria um artigo ao Estatuto da Criança e do Adolescente para proibir toda e qualquer propaganda direcionada ao público infantil. Embora tenha sido aprovado três vezes pela Comissão de Defesa do Consumidor, foi arquivado em 31/01/2007 porque terminou a legislatura passada (é a regra do Regimento Interno da Câmara).

Enquanto nada muda, cabe a nós educarmos nossos filhos para o consumo e para o correto discernimento diante dos meios de comunicação social. Se o ambiente cultural é agressivo e dificulta nossa tarefa, creio que seja o momento de pensarmos mais seriamente na associação de famílias. Seria um caminho interessante para fazer com que a voz dos pais de família fosse realmente ouvida nos diversos âmbitos públicos. Já comentei isso em outro tópico, dando inclusive algumas referências de sites para os interessados no tema.

Para outras abordagens, sugiro as seguintes leituras:

1. Propaganda e crianças
2. Ingenuidade e recepção: as relações da criança com a TV
3. A criança é a bola da vez

03 fevereiro 2007

Apresentadores da BBC admitem ser contra o cristianismo

A figura ao lado mostra um dado "ligeiramente" tendencioso. Quando se trata da Igreja Católica, parece que é assim que age a poderosa rede britânica BBC (onde nossos jornalistas costumam buscar informações para depois reproduzí-las à exaustão na imprensa brasileira). É necessário nos formarmos para uma postura crítica diante dos meios de comunicação social, sem o que nossas famílias seriam presas fáceis no oculto jogo de interesses por trás do tubo da TV. Veja parte de uma notícia que recebemos de nossos amigos Cooperatores Veritatis.

No dia 21 de Outubro o diário britânico Daily Mail publicou uma notícia que – apesar de raramente aparecer na mídia – não deve ser novidade para os leitores deste boletim. A notícia intitulada “We are biased, admit the stars of BBC News - Somos tendenciosos, admitem as estrelas da BBC News”, mostra a parcialidade do jornalismo praticado pela BBC - British Broadcasting Corporation -, emissora pública de rádio e televisão do Reino Unido.

Conforme Dayle Mail, em uma reunião que era para ser secreta:

“Um conjunto de executivos e de apresentadores de renome da BBC admitiram o que os críticos lhes têm apontado há anos: que a BBC é dominada por liberais esquerdistas e tendenciosos contra o Cristianismo e a favor do multiculturalismo”

Diz a reportagem que os executivos da BBC “deixariam que a Bíblia fosse jogada em uma lixeira durante um programa de comédia na TV, mas não permitiriam que se fizesse o mesmo com o Corão”.

Veja a matéria original aqui.

Em 2004 o Arcebispo de Glasgow, Mario Conti, já havia denunciado a tendenciosidade de BBC contra a Igreja. Em notícia de 05/02/2004, Zenit publicou a carta em que o Arcebispo aponta “quatro exemplos da insensibilidade da BBC para com a Igreja”.

Entre os exemplos apontados por Dom Mario Conti está a série “Popetown”, transmitida pela BBC, que satiriza o Papa. Também o documentário “Sexo e a Cidade Santa”, transmitido no 25ª aniversário de pontificado do Papa João Paulo II. Aponta ainda uma perseguição da BBC ao Arcebispo de Westminster.

Alguns fatos mais recentes também mostram o estrago que o politicamente correto, imposto pelas minorias que comandam a BBC, tem causado.

O diário digital Fórum Libertas denunciou em 20/09 a BBC por ter “iniciado o alvoroço mundial” distorcendo as palavras do Papa no discurso de Ratisbona. Diz a reportagem que a “cadeia BBC difundiu um informe em árabe, turco, parsi (a língua persa do Irã), urdu (falado no Paquistão) e malaio, com o título: ‘O discurso do Papa excita a ira muçulmana’”. Quando BBC deu esta notícia não havia ainda nenhuma declaração condenatória às palavras do Papa por parte dos Muçulmanos.

Em notícia de 02 de outubro – “Programa da BBC «falseia» dois documentos vaticanos para atacar Papa” - Zenit revela que os bispos da Inglaterra e Gales acusaram o programa da BBC “Crimes sexuais e o Vaticano” de falsear documentos da Igreja que supostamente serviriam para acobertar abusos sexuais de menores.

Cabe lembrar, ainda, que um diretor da BBC recentemente quis proibir que uma de suas apresentadoras usasse um crucifixo.


01 fevereiro 2007

Supermercado sem trauma

Você não consegue ir ao supermercado com seu cônjuge sem que isso se transforme em um dilema conjugal? Fique tranqüilo, você não é o único. É muito comum que casais até bem estruturados encontrem certa tensão quando o assunto é fazer compras juntos.

Mas ir ao supermercado juntos pode ser um bom exercício -e bastante concreto!- para se examinar e amadurecer a harmonia conjugal. No início, podemos descobrir grandes diferenças de critérios para a escolha desse ou daquele produto. Um pode se guiar principalmente pelo preço, enquanto o outro procura maior qualidade; um pode desejar produtos supérfluos, enquanto o outro pode pensar que se deve comprar somente aquilo estritamente necessário; um deseja comprar aqueles produtos de sempre, e o outro é tarado em uma novidade...

Essas diferenças podem revelar alguns segredos do coração de cada um. É interessante aprofundar o diálogo do casal sobre os motivos das discórdias no supermercado para ir descobrindo as motivações mais profundas. Por exemplo, pode ser ocasião para aquele que só quer comprar o produto "mais em conta" refletir sobre essa atitude. Será que não esconde algum tipo de avareza ou apego à falsa segurança do dinheiro? É apenas um exemplo possível.

Mas não discuta sobre isso no próprio supermercado! Além do evidente mico de se expor (a si e ao cônjuge), a discussão "no calor dos acontecimentos" normalmente leva à briga. Deixe para conversar mais serenamente sobre isso em outra oportunidade, até mesmo em outro dia. E que o objetivo da conversa não seja impor as suas razões ao outro, mas simplesmente descobrir juntos os motivos da falta de comunhão nesse tipo de decisão, com a sincera intenção de transformar a compra em uma decisão "nossa".

E aqui vão algumas dicas úteis para seu próximo passeio a dois não se transformar em uma via crucis conjugal:

1. Não vá ao supermercado com fome. Isso faz com que percamos a objetividade na compra, fazendo surgir o desejo de comprar não somente mais comida, mas até mesmo mais produtos de limpeza, higiene e perfumaria! Quanto a isso, fique atento ao inocente cafezinho que é servido gratuitamente em alguns supermercados e lembre-se que é uma tática muito sutil para abrir seu apetite (mesmo que você só sinta aquele aroma de café fresquinho).

2. Faça uma lista prévia antes de ir à luta (digo, às compras). Ok, você já deve ter ouvido isso milhares de vezes, mas tente, não é tão difícil assim. Dica: mantenha um caderno na cozinha para anotar os produtos que vão acabando. Ao longo da semana você terá uma lista sem fazer muito esforço. Outra dica: experimente fazer compras pela internet, pois é mais fácil se apegar à lista já pré-definida, além de que na maioria das vezes você pode acompanhar o subtotal de sua compra antes de fechar o pedido.

3. Procure colocar os produtos mais pesados em baixo dos mais leves, no carrinho. Isso evita que os últimos cheguem em casa quebrados, amassados, entortados, e dê aquela vontade louca de entortar a cara do seu marido, ou amassar a bela face de sua esposa.

4. Procure pegar os produtos de geladeira por último, para evitar que derretam ou fiquem de algum modo prejudicados. Isso vale especialmente para lugares mais quentes.

5. Tente fazer compras mais freqüentes. Ao invés do comprão do mês, procure ir semanalmente ao mercado. Você compra produtos mais frescos, e ainda pode aproveitar melhor as promoções. E sem contar que fica mais fácil descarregar o carro ao chegar em casa (o maridão agradece).

6. Organize as compras assim que chegar em casa. Uma despensa em ordem facilita esta parte do trabalho. Deixe sempre reservado um espaço para grãos, farinhas e açúcar. Outro para os enlatados e vidros. Outro para as garrafas de suco e embalagens de leite. Assim, quando chegar das compras todos os produtos terão lugar marcado.

7. Não faça compras com pressa. Você pode levar produtos inúteis, novidades desnecessárias e esquecer o indispensável. Para isso, vale: escolher um dia da semana mais tranqüilo ou deixar as crianças com alguém.

8. Faça um roteiro de compras dentro do supermercado. Isso ajuda a organizar o carrinho e, principalmente, a economizar. Se você comprar primeiro os produtos de primeira necessidade, registrando os preços na calculadora (aliás, o uso da calculadora é outra dica útil), saberá o quanto ainda poderá dispender com os produtos de limpeza ou artigos menos importantes. Esse roteiro pode começar na própria lista que você preparou antes de sair de casa

9. Cuidado com as embalagens gigantes de produtos de limpeza. Só compre sabão em pó, detergente ou amaciante em grande quantidade se você (ou a empregada) souberem usá-los com moderação.

10. Não é prudente comprar biscoitos, doces e outros supérfluos comestíveis em grande quantidade. A tendência é consumí-los mais rápido, pois pintando aquela leve vontade de morder alguma coisa, eles já estão ali, ao alcance das mãos. Nesse caso, estabeleça uma quantidade limitada para sua família e não ceda. Fora desse limite, talvez seja preferível comprar na mercearia ou padaria. Embora esses lugares costumem ser mais caros, talvez você desista da idéia de ir até lá só para isso, e assim terá feito um grande bem para o seu bolso e para a sua saúde.