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28 março 2007

Refeição em família: receita deliciosa para a alimentação saudável das crianças

Já abordei esse assunto na postagem A refeição em família. Mas volto ao tema, pela importância prática para nossas famílias.

O site UOL publicou a matéria Crianças comem mais quando estão em grandes grupos, revela estudo, em que pesquisadores chegaram a importantes hipóteses sobre a influência do ambiente em que fazemos a refeição com nossos filhos.

Ressalto, aqui, o final da matéria:
A excitação social - barulho ou atividade em grupo - são os prováveis motivadores de um consumo maior, disseram os autores, chefiados por Julie Lumeng, do Centro para o Crescimento Humano e o Desenvolvimento, da universidade [de Michigan].

Isto implica em que ter um ambiente pacífico e estruturado para a alimentação, com um pequeno número de pessoas à mesa, pode ser uma boa forma de encorajar as crianças a comerem corretamente.

"A criança que come quantidades inadequadas pode consumir mais quando está em grupo (por exemplo, com a família sentada à mesa para uma refeição) do que quando come sozinha, como ocorre com freqüência quando as crianças beliscam durante o dia," disse Lumeng.

"Para a criança que come em excesso, o superconsumo pode ser motivado pelas refeições feitas em ambientes superestimulados ou caóticos, como costuma ser o caso quando comemos fora, particularmente em restaurantes de comida rápida", acrescentou.

Esse é um dado ligado à alimentação saudável das crianças, que tem muita pertinência ao tema das refeições em família. Ali se fortalecem os vínculos entre pais e filhos, o diálogo conjugal e se prepara as crianças para a vida.

Trata-se de um hábito sempre mais relegado a segundo plano. O ritmo frenético de nossa sociedade urbana esgota nosso tempo e nossas energias. Não encontramos tempo para a refeição em conjunto; ou não encontramos ânimo, sucumbindo ao chamado da TV. Sempre, porém, somos chamados a ponderar com franqueza o quanto nos esforçamos de verdade por ter esse momento familiar. Dizemos que amamos nossa família, mas isso deve ser traduzido em esforço cotidiano para alimentar e aprofundar a vida familiar. Do contrário, seremos surpreendidos mais tarde com a falta de base de nossa casa.

Como fazer isso? No artigo Enjoying the family meal, encontramos algumas dicas:

1. Escolha um horário regular para fazer as refeições
2. Economize tempo no preparo das refeições, para que você possa estar mais tempo à mesa
3. Demonstre que a refeição em família é importante (desligue a TV, programe os telefonemas para antes ou depois da refeição)
4. Coma ao redor da mesa (e não nos sofás), pois isso facilita a comunicação
5. Curta a conversa. Nada de reclamações ou conversas sobre as contas da casa.
6. Espere todos terminarem de comer para sair da mesa.

Outros artigos interessantes sobre o tema da importância da refeição em família:

Refeição em família: os efeitos decisivos do ritual sobre seus filhos
As vantagens da refeição em família
Slow food
The magic of family meal
The surprising power of family meals

Fica aqui o convite para renovarmos esse importante hábito.

25 março 2007

Meu primeiro amor

Esse é o título da matéria que saiu hoje na revista IstoÉ. Partindo da premissa de que as crianças se apaixonam cada vez mais cedo, a revista ouviu especialistas e o que eles aconselham para que este sentimento não prejudique a vida dos pequenos. Creio que nós, pais, devemos tratar com o maior respeito esse momento.

A imagem ao lado foi retirada da revista. São de um menino e uma menina ouvidos pela reportagem. O detalhe é que estão dentro de um espelho que, na verdade, é a face de alguém. Muito sugestiva! O amor imaturo procura apenas o reflexo de si mesmo no outro. Esse é o momento de educarmos nossos filhos na maturidade afetiva.

23 março 2007

Pesquisa específica para blogs católicos

O Guia de Blogs Católicos está apresentando uma novidade muito interessante. É o sistema de busca Google, apenas no interior de blogs católicos.

Trata-se de um mecanismo de pesquisa como apresentado normalmente pelo Google. No entanto, o grande diferencial é permitir que a busca se dê apenas em blogs com conteúdo católico. Isso torna a pesquisa muito mais específica, fazendo com que o internauta possa ter rápido acesso às páginas que realmente lhe interessam.


O melhor de tudo é que o código HTML é aberto. Assim, qualquer um pode incluir esse sistema de busca em sua própria página. Quer experimentar? Basta clicar aqui, copiar o código e colar em sua página.

Se você usa o Blogger novo, os passos a seguir são muito simples:

1. Vá até seu Painel.
2. Clique em Layout.
3. Clique em Adicionar um elemento de página.
4. Escolha a opção HTML/JavaScript
5. Escreva um título. Por exemplo, o Família de Nazaré escolheu "Pesquisa em blogs católicos" e cole esse código.

O mesmo código pode ser utilizado em vários outros tipos de site.

Se você é um entusiasta da linguagem (cada vez mais popular) dos blogs, sugiro que inclua esse mecanismo de busca em sua página. Isso me parece muito importante para que façamos avançar a rede católica e, assim, ajudemos na difusão do pensamento católico.

19 março 2007

Manifestação contra o aborto


Clique na imagem para ampliá-la.
Divulgue, especialmente para os que moram na cidade de São Paulo.


Fé, segundo casamento e "escândalo"

Recebi o texto abaixo em e-mail. Trata-se de uma resposta à matéria da BBC Brasil reproduzida por O GLOBO entitulada Papa diz que celibato é bênção e segundo casamento, praga, em que se destaca o n. 29 do documento Sacramentum caritatis, mas de maneira distorcida. A autoria da resposta é atribuída a Gustavo Adolfo P. D. Santos.



Talvez somente uma proporção baixa de católicos brasileiros já soubesse da publicação de uma exortação apostólica pós-sinodal pelo papa Bento XVI, quando o site do jornal O GLOBO estampou, senão em letras garrafais, pelo menos em expressões sensacionais:

"Papa diz que segundo casamento é uma praga - união de divorciados corrói católicos".

Uma pessoa com tendências mais irônicas poderia responder: ora, e o primeiro casamento, também não é? Se não fosse (uma praga), não haveria o segundo... No entanto, a intenção dos editorialistas de O GLOBO não terá sido fazer pilhéria, mas simplesmente chamar a atenção do leitor, através da síntese distorcida de uma das centenas de considerações feitas em um documento extenso e profundo como a recém divulgada exortação sobre a Eucaristia, Sacramentum Caritatis.

A estratégia com certeza funcionou: clicar no link para o dito artigo é um ato quase irresistível para quem ficou curioso em saber de que modo Bento XVI conseguiu insultar e magoar milhões de pessoas em seus segundos, ou terceiros etc. casamentos. Pois é disso que parece se tratar: se o segundo casamento é chamado de "praga", a ele (e aos que o contraem) se associam significados como "coisa importuna ou nociva", "maldição" e "que causa malefícios, que prejudica a paz" (todos coletados no Dicionário Houaiss).

Após o clique, uma citação mais ampla do documento encontrada na reportagem (assinada originalmente pela BBC Brasil) não resolve a distorção, e mostra que é preciso ter muito cuidado com citações livres. Se um trecho da exortação é de fato reproduzido, somente um ligeiro deslocamento, ou outra distorção, do contexto original pode comprovar a afirmação de O GLOBO.

Examinemos o processo: primeiro, a exortação pós-sinodal é parafraseada na reportagem, de modo que o objeto de discussão dessa seção particular do documento é definido como "o segundo casamento de pessoas já divorciadas". Depois, cita-se um trecho mais longo, que, obviamente referindo-se a algo mencionado anteriormente, afirmar tratar-se "dum problema pastoral espinhoso e complexo, uma verdadeira praga do ambiente social contemporâneo que vai progressivamente corroendo os próprios ambientes católicos. (Sacramentum Caritatis, 29)"

Imagina-se assim - lendo-se O GLOBO - que o que se trata de uma praga é exclusivamente "o segundo casamento". No entanto, na exortação, o "problema pastoral" não é simplesmente "o segundo casamento de pessoas divorciadas", como quer fazer crer O GLOBO. Leiamos as palavras de Bento XVI, aquelas imediatamente anteriores às citadas na reportagem:

"Por isso, é mais que justificada a atenção pastoral que o Sínodo reservou às dolorosas situações em que se encontram não poucos fiéis que, depois de ter celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias."

Essa "situação dolorosa" compreende três aspectos, que, levados em conta juntamente, explicam a gravidade do problema: o sacramento do Matrimônio, que é um compromisso solene e sagrado, indissolúvel e assumido de modo absolutamente livre pelos noivos; o divórcio, que é uma trágica contradição em termos, diante do ato realizado anteriormente; e, finalmente, o segundo casamento, conseqüência de uma série de coisas, mas também de uma incompreensão das (ou recusa em aceitar as) implicações de uma escolha livremente feita no passado.

Uma leitura justa dessas linhas levaria à conclusão de que a praga a que se refere Bento XVI (uma imagem usada para acentuar principalmente a quantidade de casos ocorridos) é, sobretudo, a dissolução de um compromisso humano decisivo como a união entre o homem e a mulher, que cria a família, ambiente de procriação e proteção integral de novos seres humanos. O segundo casamento, nesse contexto, viria a enfraquecer ainda mais o caráter único e exclusivo da união matrimonial, e seria um sinal da impermanência e da inconstância da fidelidade humana. De fato, um problema pastoral espinhoso e complexo. Mas O GLOBO parece não ter entendido isso.

Aceitar a realidade (e até a prevalência) do divórcio nos tempos atuais não significa ter que aplaudi-la ou até mesmo conformar-se com ela. O papa, mais uma vez (depois de Regensburg), tem a coragem de definir uma situação dolorosa com conseqüências graves como tal. Põe, como se diz, o dedo na ferida. Quem não tem a coragem de debater honestamente com essa proposta (aliás, feita exclusivamente na base da autoridade moral), é a imprensa secularizada e, infelizmente, muitas vezes preconceituosa contra o cristianismo.

Esta, exemplificada pelo GLOBO, procura causar nos leitores "escândalo" com a mensagem do papa, na linha do "como ele pode ser tão insensível?" Mas, na verdade, ela se faz "escândalo", no sentido bíblico, de "pedra de tropeço", quando banaliza e distorce um ensinamento correto, feito com solicitude e atenção paternais, sobre um problema que cada vez mais aflige a pessoa na sociedade moderna, cada vez menos capaz de manter um compromisso livremente assumido, e fazer dom sincero e permanente de si mesma.
***
O blog Observatório da Perseguição publicou artigo chamado Bento XVI não escreveu "o divórcio é uma praga".

14 março 2007

Cristãos seriam presos por serem contrários ao homossexualismo?

No interessante blog católico Observatório da Perseguição, há uma preocupante matéria tratando do Projeto de Lei nº 122/2006. Dependendo da interpretação dada à eventual lei, os cristãos poderiam ser até presos por se colocarem contrários ao homossexualismo. O blog remete ao site Amigos da Família Brasileira, em que há uma explicação sobre os problemas que essa lei pode trazer e um formulário pronto para ser enviado aos Senadores solicitando o voto contrário a esse Projeto.

Para os interessados em se manifestar, resta pouco tempo, pois será votado nesta quinta-feira, 15 de março.

Creio não ser necessário acrescentar mais nada aos textos do blog e do site citados. Apenas gostaria de convidar nossos leitores a examinar o tema com a atenção que merece.

Para se ter uma idéia de como podemos estar no limiar de novas perseguições contra os cristãos, seria interessante também ler uma outra matéria, chamada Juiz cristão perde emprego porque se recusou a entregar crianças em adoção a homossexuais, no blog do cristão não católico Julio Severo. Esse autor tem uma produção impressionante. Escreve também no blog Escola em casa e para o site Mídia sem máscara, além de um blog em inglês chamado Last days watchman.

13 março 2007

Destaques da Sacramentum Caritatis

Há poucos minutos, o site do Vaticano disponibilizou a Exortação Apostólica Sacramentum caritatis. Acabo de ler esse belíssimo texto. Depois de muita especulação, chamo a atenção para os seguintes pontos:

1. É o povo o protagonista na eucaristia? Não. Lembrando que a transubstanciação é operada pelo Espírito Santo, o Papa afirma que "é extremamente necessária, para a vida espiritual dos fiéis, uma consciência mais clara da riqueza da anáfora" (n. 13). Em última instância, a missa não é um ato do "povo" ou do celebrante; o protagonista é o próprio Deus. Creio que isso é decisivo para compreendermos que nossa atitude é mais de contemplação de um mistério, do que a participação em um ato comunitário: "a ação litúrgica nunca pode ser considerada genericamente, prescindindo do mistério da fé" (n. 34). Isso está em consonância com a matéria que postamos em 03/12/2006, entitulada Nossa atitude na santa missa.

Tal protagonismo é reforçado pelas palavras: "a Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz. A possibilidade que a Igreja tem de « fazer » a Eucaristia está radicada totalmente na doação que Jesus lhe fez de Si mesmo" (n. 14)

Na segunda parte da Exortação, Bento XVI usará como título a sugestiva passagem de Jo 6, 32: "Em verdade vos digo: não foi Moisés [e eu diria, nem a comunidade] que vos deu o pão que vem do céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que vem do céu" (n. 34 e seguintes). É nessa parte que o Papa fala bem claramente: "Visto que a liturgia eucarística é essencialmente acção de Deus (actio Dei) que nos envolve em Jesus por meio do Espírito, o seu fundamento não está à mercê do nosso arbítrio e não pode suportar a chantagem das modas passageiras. Vale aqui também, sem dúvida, a advertência de São Paulo: 'Ninguém pode pôr outro fundamento diferente do que foi posto, isto é, Jesus Cristo' (1 Cor 3, 11)" (n. 37)

2. Ao relacionar a Eucaristia com o sacramento da Reconciliação, determina: "procure-se que, nas nossas igrejas, os confessionários sejam bem visíveis e expressivos do significado deste sacramento". Assim, que não sejam apenas objetos decorativos na Igreja. Ao se ajoelhar no confessionário, o fiel percebe melhor que o perdão dos pecados é um mistério que vem de Deus; mas quando a confissão é feita na sacristia, em pé ou os dois sentados, pode levar a acreditar que se trata de uma "direção espiritual", ficando em segundo plano o protagonismo do Espírito.

3. Dentre as reflexões sobre a relação entre Eucaristia e sacramento da Ordem, o Papa se deteve no problema da falta de sacerdotes. Chama a atenção para as famílias, onde os pais precisam educar seus filhos para estarem disponíveis à vontade de Deus (n. 25). Talvez esse ponto seja o coração da educação dos filhos. Que nós nos empenhemos nisso, mais do que nos empenhamos em dar a educação escolar ou pagar cursinhos, atividades esportivas, etc.!

4. Lembra também que a Eucaristia é sacramento esponsal, nela se manifestando o amor de Cristo Esposo pela Igreja Esposa. Todo amor entre homem e mulher no matrimônio tem sua fonte na Eucaristia. A Eucaristia manifesta a irreversibilidade do amor de Deus por nós, e como conseqüência também o amor do homem e da mulher são irreversíveis. Eis o fundamento da indissolubilidade do matrimônio. Daí não poderem ser admitidos a comungar os fieis divorciados novamente casados, "porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia. Todavia os divorciados re-casados, não obstante a sua situação, continuam a pertencer à Igreja, que os acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida" (n. 29)

Também determina que os sacerdotes se abstenham de "abençoar estas relações para que não surjam entre os fiéis confusões acerca do valor do matrimónio" (n. 29). Assim, nada de o padre chamar o casal e, na impossibilidade de realizar um casamento já que os dois são divorciados, abençoá-los publicamente. Um padre pode achar que está agindo pastoralmente quando assim faz, mas deve se lembrar que o amor também implica na adesão à verdade. Isso está em perfeita consonância com o ensinamento de João Paulo II, citando o ensinamento anterior de Paulo VI: "A pedagogia concreta da Igreja deve estar sempre ligada e nunca separada da sua doutrina. Repito, portanto, com a mesmíssima persuasão do meu Predecessor: 'Não diminuir em nada a doutrina salutar de Cristo é eminente forma de caridade para com as almas'" (João Paulo II, Exort. Apost. Familiaris Consortio, 22 de novembro de 1981, n. 33).

5. Quanto ao canto litúrgico, o Papa lembra: "Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico como outro; a propósito, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de gêneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia. Enquanto elemento litúrgico, o canto deve integrar-se na forma própria da celebração; consequentemente, tudo — no texto, na melodia, na execução — deve corresponder ao sentido do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos litúrgicos" (n. 42). Alguns andaram especulando que o Papa faria voltar o canto gregoriano como única forma de canto na liturgia. Não foi isso que aconteceu, pois o Santo Pedre apenas manifestou o desejo de "que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana" (n. 42).

6. As leituras devem ser feitas por pessoas bem preparadas, pois é Deus quem fala através da leitura (n. 45). É errado, portanto, colocar crianças que mal saibam ler, ou jovens que estão participando de um encontro mas que tampouco estão preparados para ler. Pode parecer que se está valorizando o moço, mas no fundo está se desvalorizando a Eucaristia.

7. E a saudação da paz? Em nosso tempo de tantos conflitos, é natural que os fiéis manifestem de modo especial o desejo pela paz. Mas isso não pode transformar a saudação da paz em "comemoração de gol" da paz. Não se pode perder a sobriedade nesse momento. Sair dos bancos, dar tchauzinho para trás, são atitudes que nos fazem perder o foco principal. E diz o Santo Padre: "durante o Sínodo dos Bispos foi sublinhada a conveniência de moderar este gesto, que pode assumir expressões excessivas, suscitando um pouco de confusão na assembleia precisamente antes da comunhão. É bom lembrar que nada tira ao alto valor do gesto a sobriedade necessária para se manter um clima apropriado à celebração, limitando, por exemplo, a saudação da paz a quem está mais próximo" (n. 49).

8. Todos devem participar ativamente da missa. Mas o que é participação ativa? Seria fazer com que alguém da comunidade fizesse a homilia? (eu já vi isso acontecer). Ou deixar que pessoas não ordenadas - os chamados ministros extraordinários da Eucaristia - sejam as únicas a dar a comunhão? (também já vi isso acontecer, o padre foi para junto dos músicos cantar, enquanto a Eucaristia era distribuída por algumas senhoras). Certamente, não é esse o significado de "participação ativa". Diz o Pontífice que a participação ativa "deve ser entendida, em termos mais substanciais, a partir duma maior consciência do mistério que é celebrado e da sua relação com a vida quotidiana" (n. 52). Na verdade, trata-se de uma celebração interiormente participada (n. 64). Uma condição especial para que essa partipação ativa aconteça é o desejo sincero de conversão por parte do fiel (n. 55). E Bento XVI diz mais ainda: "a participação ativa na mesma não coincide, de per si, com o desempenho dum ministério particular; sobretudo, não favorece a causa da participação activa dos fiéis uma confusão gerada pela incapacidade de distinguir, na comunhão eclesial, as diversas funções que cabem a cada um. De modo particular, convém que haja clareza quanto às funções específicas do sacerdote" (n. 53).

9. Missa em latim? Muito se falou sobre isso ultimamente. Mas não, o Papa não fez retornar a missa em latim. O que fez foi solicitar que seja usado o latim naquelas missas em que participam pessoas de várias partes do mundo, como no caso de encontros internacionais (n. 62)

Ficam aqui esses destaques. Você chamaria a atenção para algum outro ponto do documento? Pode deixar no espaço reservado aos comentários!

09 março 2007

Farsa no Big Brother Brasil?

O video abaixo dispensa comentários. Embora programas como esses tenham o nome de reality shows, creio que há mais fantasia que realidade.

08 março 2007

Educomunicação

Como você já sabe, um dos assuntos preferidos por esse blog é o da educação para a mídia (também chamada "educomunicação" ou "educação para os meios de comunicação"). Creio ser um tema fundamental para os dias de hoje. Quem tiver interesse, pode acessar as seguintes páginas postas no ar recentemente:


1. Meios de comunicação, pais e filhos
2. Ler TV
3. Ética na TV (site)

Recentemente, o Ministério da Justiça publicou a Portaria nº 264/02, tratando sobre a classificação indicativa de certos programas televisivos, tendo em vista os direitos da criança. Inclusive, o próprio ministério tem um site interessante que trata da classificação de programas de TV, filmes (inclusive, você pode opinar sobre eles) e jogos eletrônicos.

Essa portaria encontrou forte resistência por parte das empresas que exploram a concessão de televisão, mas, sinceramente, do ponto de vista de um pai, parece ser uma forma de proteção à criança e à família.

Fica aqui o convite para sempre nos informarmos sobre esse assunto, que é fundamental para a educação de nossos filhos.

05 março 2007

Exposição de cadáveres e o mistério do corpo humano

A Veja On Line vem essa semana tratando da exposição "Corpo humano: real e fascinante", em que cadáveres verdadeiros são expostos. Também a Folha On Line traz matéria a respeito. O curioso é que no mesmo local também está iniciando uma exposição de obras de Leonardo Da Vinci.

O autor é também cientista, professor de anatomia e biologia molecular. Um desafio ético da ciência de hoje é conseguir reconhecer o aspecto transcendente do corpo humano. Desde que o pensamento moderno reduziu o conceito de verdade só àquilo que pode ser empiricamente demonstrado, o corpo humano passou a ser estudado e visto apenas como uma máquina. Pode até ser reconhecido como uma máquina "fascinante" (como diz o título da exposição), mas máquina enfim. Uma máquina não tem dignidade, não inspira respeito.

Da parte da Igreja, porém, o ponto de vista é radicalmente distinto: o homem todo (em sua unidade de corpo e alma) é digno. Não se pode afirmar que a dignidade está apenas em um aspecto do ser humano, pois ele é uma unidade, e é essa unidade que foi feita à imagem e semelhança de Deus. Mais do que isso: com a ressurreição de Cristo, a Igreja entende que o corpo humano ganhou uma dignidade altíssima, pois destinado a refletir a presença de Deus já neste mundo e, com total transparência, no vindouro.

De uma maneira ou de outra, muitas outras pessoas se alinham ao pensamento da Igreja, haja vista a polêmica que essa exposição causou em outros lugares do mundo onde foi apresentada. Esse desconforto gerado em tantas pessoas, de credos e visões de mundo diferentes, pode ter sua raiz justamente naquela espécie de "instinto" que o ser humano sente a respeito da dignidade do corpo de seus semelhantes. Coloco a palavra instinto entre aspas, evidentemente, apenas para ressaltar que a razão humana vê, com clareza, que algo está errado numa exposição como essa. É o sentido da transcendência humana que está em jogo aí. Aliás, trata-se do mesmo sentido que nos faz enterrar nossos mortos, pois o corpo humano - esse mistério que manifesta a pessoa - também goza da mesma transcendência da pessoa, pois ele é pessoal.

Em uma notícia, fiquei sabendo que os cadáveres dessa exposição foram tratados com alguns produtos químicos, o que lhes deu a aparência de plástico. Talvez assim os que assistirem poderão ficar tranqüilos, convencendo-se de que se trata de algo artificial. Mas não. São pessoas como eu e você, que foram amadas, queridas, que sonharam, sofreram, sorriram, choraram, viveram. E que mereceriam ser tratadas com a dignidade que se devota a um irmão.

E com um efeito colateral muito ruim, simbolizado pela foto que ilustra essa postagem: exposições como essa acabam disseminando uma visão da realidade em que não existe o mistério e a dignidade humana, uma visão do corpo apenas como objeto de manipulação, uma visão de mundo em que não se consegue ver os sinais de Deus nas pessoas e nas coisas criadas. E quando não se consegue ver Deus, o próprio sentido do homem fica eclipsado. Filosófico demais? Imagine como seria a vida do menino que está na foto se ele perder a capacidade de enxergar o mistério e a transcendência em sua futura esposa, seus filhos, seus pais e irmãos!

01 março 2007

Panela no fogo

Você sabia que os prontos-socorros do País recebem de três a quatro crianças vítimas de queimaduras domésticas por semana? Pois é. A maior parte desses acidentes acontece perto do fogão. Como são baixinhas, é muito fácil elas esbarrarem no cabo da panela ou puxam pra ver o que é. O resultado, só de imaginar, assusta.

Você pode pensar: "Ah, isso todo mundo sabe...". Será? Se soubesse, a gente não bobeava tanto... Por isso, é bom assustar mesmo, para tomar cuidado. "Líquidos quentes geralmente causam queimaduras de segundo grau, que ardem mais do que as de terceiro porque deixam as terminações nervosas expostas", explica o cirurgião plástico Abrahão Szuchmacher.

Se a criança se queimar, a primeira coisa a fazer é lavar o local com bastante água gelada para diminuir a temperatura e, em seguida, levá-la ao hospital onde um especialista avaliará o ferimento. Agora, o melhor mesmo é manter seu filho bem longe desse risco. Fogo, nem pensar! E na cozinha a lei passa a ser usar sempre panelas sem cabo ou com ele voltado para dentro do fogão. Além disso, a criança deve ser educada para ficar afastada dele quando alguém estiver cozinhando.