Recebemos a notícia abaixo do boletim Cooperatores Veritatis. Acreditamos que os casais católicos, formadores de opinião e de gerações, devem estar atentos para exigir nosso direito a sermos respeitados, pois uma exposição como essa riduculariza não apenas nossa fé, mas também nosso modo de viver, especialmente em uma das vocações mais sublimes da vida matrimonial que é o serviço à vida.Entre os dias 23 e 27 de outubro realizou-se a XXII UNIARTE, semana de artes da UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados/MS. Neste evento, mais uma vez, em nome de um falso conceito de liberdade de expressão, a Arte Contemporânea utilizou símbolos católicos de modo irreverente.
Conforme explicou o Pe. Crispim Guimarães – Assessor Diocesano de Comunicação da Diocese de Dourados – em e-mail enviado ao Prof. Felipe Aquino: “usaram
terços com camisinhas no centro, uma Cruz feita de caixas de anti-concepcionais, Jesus Cristo com os órgãos sexuais expostos, animais transando sobre símbolos católicos, etc”.
Cooperatores pode
constatar que uma das “obras de arte” é formada por 50 caixas de anticoncepcionais colocadas lado a lado, sobre um pano, formando o desenho de uma cruz. Entre as hastes da cruz há mais de uma dezena de terços abertos em formato triangular, cada um com uma embalagem de camisinha no centro. Há ainda outras embalagens de preservativos em volta dos terços.
Segundo o
site da UNIGRAN, a reitora da instituição, professora Rosa De Dea, disse que a Semana de Artes é um espaço de formação artística dos alunos e da comunidade, que aguça o senso crítico e amplia a criatividade dos participantes. “Todos os alunos, ou grande parte deles, saem com opiniões formadas depois de participarem da UNIARTE, e é isso que é tão relevante nesse evento”, falou.
A reitora destaca a
participação dos jovens e das crianças na mostra:
“A UNIARTE traz para a UNIGRAN milhares de pessoas da nossa população, entre elas, muitos jovens e crianças, e é por isso que a UNIGRAN existe: para proporcionar conhecimento para todos, e esse evento torna-se, então, um diferencial na Instituição, proporcionando conhecimento com muita beleza e sensibilidade”.
Podemos constatar em uma foto publicada em um jornal local –
O Progresso - a participação maciça de crianças. Junto a foto há a informação: “Envolver as crianças com as diferentes formas de arte tem sido uma das missões da Uniarte”.
Reação da Diocese de Dourados-MSEm uma louvável atitude o Bispo da Diocese de Dourados, Dom Redovino Rizzardo, CS, escreveu uma Carta Aberta, em 27/10, ao Deputado Federal e Vice-Governador eleito do Mato Grosso do Sul, Murilo Zauith. O deputado é também o presidente de honra da UNIGRAN.
Na Carta Aberta – publicada na
imprensa local – Dom Redovino expõe sua perplexidade com a “obra de arte” exposta, dizendo que não se pode concordar “com a exposição apresentada nestes dias nos recintos da Universidade, na qual acabou sendo ridicularizada a crença e a devoção de nossa Igreja”. Em seguida o bispo questiona: “qual o objetivo que levou seus organizadores a juntar uma devoção popular, como é o rosário, com as camisinhas?”
Por fim Dom Redovino cobra uma atitude do Dep. Murilo:
“Tudo quanto conheço de Vossa Ex.ª me garante que a exposição foi feita à sua revelia e que fatos ou eventos semelhantes não sintonizam com sua personalidade esclarecida e aberta ao diálogo.” [Leia no tópico abaixo a íntegra da Carta Aberta de Dom Redovino]
UNIGRAN pede desculpas ao Bispo de DouradosNão demorou muito para que os protestos do Bispo Diocesano de Dourados fossem ouvidos. Cinco dias após a publicação da Carta Aberta de Dom Redovino a Coordenadora do Curso de Artes Visuais da UNIGRAN, Cláudia Ollé, também escreveu uma Carta Aberta.
Na Carta, Cláudia Ollé diz ter esclarecido pessoalmente a questão com Dom Redovino e afirma:
“... preservando o recíproco sentimento de respeito e consideração, a Coordenação do curso de Artes Visuais se desculpa que uma das obras expostas tenha gerado perplexidade ou constrangimento ao sentimento religioso da comunidade católica”.
Por fim promete maior cuidado na seleção das obras a serem expostas nas próximas edições da Mostra:
“O curso de Artes Visuais da UNIGRAN, reforçando seu compromisso de promover novos eventos, em que brilham a liberdade de expressão artística e cultural, zelará para que nesses eventos o crescimento da consciência crítica se desenvolva na pluralidade, respeito e tolerância ao outro”.
Carta aberta ao Dep. Murilo Zauith
27 de outubro de 2006
Ex.mo Sr. Dep. Murilo Zauith!
Primeiramente, quero apresentar-lhe meus mais cordiais parabéns pela confiança que a imensa maioria do povo sul-mato-grossense depositou em sua pessoa, ao escolhê-lo, junto com André Puccinelli, para dirigir os destinos do Estado no período 2007/2010.
Peço a Deus que ilumine, sustente e abençoe a ambos, não apenas porque grandes e inadiáveis são os desafios que os esperam em nível de Mato Grosso do Sul, mas também porque Vossa Ex.ª faz parte do exíguo grupo de políticos que representam a nossa cidade em Campo Grande e em Brasília!
Na medida do possível e daquilo que depender de mim, poderá contar sempre com o meu apoio e a minha solidariedade.
Outro motivo que me leva a lhe expressar minhas congratulações é que precisamente hoje, dia 27, está sendo comemorado o 30° aniversário da UNIGRAN, uma Instituição benemérita para um número incalculável de cidadãos que, graças a ela, prestam um serviço mais qualificado na construção do nosso País.
Confiando na compreensão, na serenidade e no equilíbrio que o caracterizam como homem público, peço vênia para tratar de um assunto que não deixou de causar perplexidade e preocupação a mim e a muitos cristãos que fazem parte da Igreja Católica de Dourados.
Como Vossa Ex.ª sabe, na UNIGRAN são numerosos os estudantes – e, talvez, até mesmo os professores – que professam a religião católica e que, por isso, não podem concordar com a exposição apresentada nestes dias nos recintos da Universidade, na qual acabou sendo ridicularizada a crença e a devoção de nossa Igreja.
Juntamente com eles, são várias as perguntas que nos fazemos, e das quais não encontramos resposta: qual o objetivo que levou seus organizadores a juntar uma devoção popular, como é o rosário, com as camisinhas? Teriam eles a coragem de fazer algo semelhante em relação a Maomé, se morassem na Arábia Saudita? E já que – pelo que me disseram – foi montada pelos alunos do Curso de Artes Visuais, o que pode haver de artístico numa exposição dessas?
Foi-me referido que um de seus idealizadores teria respondido, a quem não concordava com a exposição, que a arte tem suas leis, e que no Brasil existe a liberdade de opinião.
A meu ver, a arte é a expressão do belo, da ordem, da harmonia, numa palavra, de tudo o que faz a grandeza do homem e da natureza. Não é seu objetivo satisfazer uma sensualidade doentia. Jamais pode associar-se à ridicularização dos sentimentos mais nobres, como são os que se relacionam com a família e a religião, nem prescindir da ética e de uma moral sadia e serena.
Por fim, poder-se-ia perguntar: o que significa liberdade e até onde alguém pode agir em seu nome? Antigamente dizia-se que a minha liberdade termina onde começa a liberdade dos outros. Posso pegar o meu carro e sair por aí dirigindo como quero? As leis do trânsito são uma limitação ou uma defesa da liberdade? Sou livre quando faço o que quero, sem me importar se estou ofendendo ou prejudicando os demais?
Não terá sido por isso que uma das vítimas da liberdade, ao ser decapitada, exclamou: «Liberdade, liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome»?
Tudo quanto conheço de Vossa Ex.ª me garante que a exposição foi feita à sua revelia e que fatos ou eventos semelhantes não sintonizam com sua personalidade esclarecida e aberta ao diálogo. Sei também que já tomou as devidas providências para que não se repitam, pois em nada contribuem para que Dourados seja de verdade uma “cidade educadora” e a “terra de todos os povos,” alicerçada na tolerância e no respeito pelas crenças e culturas de quem quer que seja – inclusive da Igreja Católica!
Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo Diocesano de Dourados